Pois é !

"...Os deputados serão indigitados ao nível de cada círculo eleitoral, de acordo com um regulamento a aprovar em Conselho Nacional, o qual fomentará a existência de regras de participação alargada e direito de interferência activa a todos os militantes do partido na apresentação das soluções que a esse nível forem consideradas como as melhores. Porque ao contrário do que alguns teimam em afirmar, as bases do Partido são credoras de um profundo bom senso a escolher os mais empenhados e capazes, até porque ninguém como elas quer tanto ganhar. Passará, assim, a ser regra e não excepção que os deputados são credores da confiança das bases, como, de forma mais alargada, o devem ser da população que representam.
Até por consequência do que fica dita, a Comissão Política Nacional não imporá candidatos
às estruturas descentralizadas do partido, reservando essa prorrogativa estatutária para a
propositura ao Conselho Nacional da indigitação dos candidatos a eleger por um círculo nacional, cuja criação deve decorrer de uma inadiável alteração da legislação eleitoral.

Porque bem mais gravoso do que a existência nas listas de candidatos a deputados de militantes que, ocupando outras funções, aceitam emprestar-lhes o seu prestígio, é um páraquedismo político que, inclusive, contradiz de forma vincada o discurso
tradicional do partido na defesa da ligação dos eleitores aos eleitos..."

Luis Filipe Menezes In Moção de Estratégia "Ganhar Portugal"

Há pessoas que tem o dom, e ás vezes os ónus, de terem razão antes do tempo.
Tenho visto isso acontecer com vários lideres na verdadeira acepção do termo.
Como Luís Filipe Menezes.
Recordo-me perfeitamente,até porque não vai assim há tanto tempo, que uma das principais propostas(acima transcrita)que alavancaram a sua candidatura á liderança ter sido a de devolver o poder ás bases.
E aos orgãos que directamente as representam como as concelhias e as distritais.
Definindo que na escolha de autarcas e deputados as bases teriam um papel determinante.
Foi uma mensagem que as bases entenderam,algumas distritais nem tanto, e terá contribuído para uma rotunda vitória nas directas de Setembro de 2007.
Depois foi o que se sabe.
Uma guerra sem quartel,um permanente ataque á liderança, a tentativa de levar ao poder quem lá está fosse como fosse.
Deu nisto.
Nisto que foi a escolha de candidatos a deputados da forma mais prepotente de que há memória.
Com quase total desprezo pelas distritais,pelas escolhas das concelhias ,pelo sentir dos militantes.
Com a imposição de cabeças de lista quase todos alheios aos distritos por onde concorrem,sem critério perceptivel,sem nenhuma lógica que não seja a proximidade a quem manda.
Curiosamente algumas das distritais que quando Menezes saiu ficaram "convenientemente" silenciosas são as que agora vem protestar contra o desrespeito pela vontade das bases !
Calaram-se quando deviam ter falado e falam quando já não adianta.
Ao contrário de Luís Filipe Menezes ,que tantas vezes tem razão antes do tempo, estas distritais tiveram razão mas depois do tempo.
O que vale é que nisto de razão e de tempo há sempre tempo para ter razão.

E para a pôr em prática!
Depois Falamos