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quinta-feira, julho 02, 2009

Repensar é Preciso

Foto: www.gloriasdopassado.pt.vu (Campo da Amorosa)
Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho

Terminadas grande parte das competições oficiais de 2008/2009 e com a nova temporada já a dar os primeiros passos é difícil deixar de considerar que o final de época foi penoso a vários níveis.
Nomeadamente no capitulo disciplinar e de ordem pública.
Fui um dos muitos que teve dificuldade em aceitar as imagens que as televisões lhe metiam pela casa dentro quanto á final de juniores entre Sporting e Benfica.
Apedrejamentos, tiros para o ar, carros danificados, adultos e crianças a fugirem dos desacatos provocados por indivíduos que de há muito deviam estar proibidos de frequentar recintos desportivos.
E se estes incidentes, infelizmente cada vez mais vulgares entre nós, já são inadmissíveis em competições profissionais que dizer então quando se processam em jogos dos escalões de formação.
Em que parte dos assistentes é sempre constituída por familiares dos atletas e que se vêem expostos aos ímpetos animalescos de quem não sabe o que é o desporto, uma competição desportiva, as regras básicas de civismo e convivência entre pessoas.
Talvez seja tempo de os dirigentes dos clubes, em vez de se envolverem em infindáveis e fastidiosas querelas a propósito de tudo e de nada, se sentarem á mesa para tomarem decisões firmes sobre as formas de combaterem a violência no desporto.
Se alguns pensassem melhor em determinadas afirmações que produzem já seria uma boa ajuda.
Mas como infelizmente a estupidez e selvajaria das claques não se circunscreve ao futebol a propósito da final da taça de Portugal de andebol lá tivemos mais um episódio lamentável protagonizado pela claque do Porto.
Antes do jogo com o ABC alguns adeptos da claque “Superdragões” entenderam que a melhor forma de fazerem o “aquecimento” para o jogo era semear mais um rasto de vandalismo e destruição.
Vai daí, e supostamente respondendo a uns insultos de suposto adeptos do SLB, resolveram invadir uma pastelaria destruindo tudo que lhes aparecia pela frente.
E ainda tiveram o arrojo de justificarem a sua acção com as tais provocações de que terão sido alvo.
Como se os proprietários do estabelecimento tivessem alguma culpa, como se os restantes clientes presentes merecessem o incómodo e o susto porque passaram, como se vivêssemos numa sociedade sem lei e ordem.
Trata-se de uma claque useira e vezeira neste tipo de actuações.
Que ainda teve o atrevimento de publicar um livro a contar as malfeitorias que espalharam pelas áreas de serviço e estádios deste país.
Por isso me custa a entender como depois do que aconteceu em Lagoa ainda prestaram tranquilamente declarações aos jornalistas?
Não serem mais adequado terem-no feito a um magistrado?
Finalmente, em matéria de factos lamentáveis, a assembleia-geral do Vitória.
Num ambiente de grande crispação, sócios contra sócios, intolerância absoluta de um pequeno grupo contra a direcção e o presidente.
Independentemente das razões que existam (e eu acho que algumas existem de facto) para discordar de decisões e atitudes da direcção nada justifica aqueles tipos de comportamento.
Que envergonham o Vitória.
Entristecem a esmagadora maioria dos seus sócios que estando habituados debates intensos na assembleias-gerais não estão, nem querem estar, habituados aqueles climas de agressividade.
Mas que, pelos vistos, satisfazem indivíduos que não tem a educação, o civismo, e o mérito necessários a serem associados do Vitória.
Vão, pois, conturbados os tempos no desporto português.
Poderá ser fruto de factores externos ao desporto, como por exemplo as tensões que se vivem hoje na sociedade portuguesa devido á crise económica que traz as pessoas preocupadas e cheias de problemas, mas tem muito a ver também com a permissividade que os dirigentes dos clubes adoptaram perante estes tipos de comportamento de grupos marginais.
E por isso se os clubes nada fizerem para travar este crescendo de violência (e alguns nunca o farão dadas as ligações dos principais dirigentes a esses grupos) terá de ser o governo a intervir.
Com mão firme e tendo a coragem de tratar delinquentes como …delinquentes.
Sob pena de um dia ocorrer uma verdadeira desgraça!

BOLA CHEIA
ABC e Vitória
Academistas pela conquista de mais uma Taça de Portugal confirmando o seu estatuto de clube referência no andebol português.
Vitorianos com a presença já garantida nas meias-finais da Taça de Portugal de pólo aquático uma modalidade em expansão no nosso país.
BOLA VAZIA
Boavista e Amadora
Dois clubes históricos, detentores de Taças de Portugal, que parece caminharem aceleradamente para o abismo.
Exemplo para outros cujas gestões não auguram nada de melhor.

7 comentários:

  1. Caro Luis Cirilo, concordo plenamente com o seu post. A atitude dos adeptos dos clubes em Portugal está a tornar-se deveras preocupante.
    Em relação à Assembleia-geral do Vitória não posso nem devo tecer qualquer comentário, apesar de ter seguido o desenrolar dos acontecimentos pós-assembleia, não com o intuito de criticar o sucedido, mas sustentado pelo facto de ter amigos Vitorianos, e nutrir, como aliás já o referi, uma simpatia pelo Vitória.
    No que à actuação dos Superdragões em Lagos diz respeito, acho que nem é preciso comentar, por tudo o que referiu no post.
    Já quanto ao que aconteceu em Alcochete, assino por baixo tudo o que diz. Repugna-me esta atitude conflituosa de adeptos do meu clube de coração. Aliás, nem os considero adeptos e sim desordeiros que se aproveitam do clube para provocar desacatos. Não aceito a ideia do "eles é que começaram". Se assim foi, eles responderam, como tal são no mínimo tão culpados como quem começou. Irrita-me esta tentativa das direcções dos dois clubes em desculpar os "seus" adeptos. NÂO TÊM DESCULPA. O sucedido tem ainda maior relevância por ser em jogos dos escalões de formação. São estes os exemplos que querem dar aos jovens? Vi alguns jogadores das duas equipas a olharem para o que estava a acontecer, sem qualquer expressão no olhar, estavam obviamente apavorados, nem queriam acreditar que, o que poderia transformar-se numa festa no final, acabou daquela forma. A Direcção do Benfica tem que pensar muito bem como agir em relação aos elementos que compõem as claques de apoio. Alguns não merecem entrar sequer em recintos desportivos (sendo que isso é um problema que ultrapassa os clubes e tem que passar também pelas autoridades). Ainda no quarto jogo da final do Campeonato Nacional de Futsal frente ao Belenenses, esses mesmos adeptos (provavelmente alguns dos que estiveram envolvidos nos desacatos de Alcochete), rebentaram um petardo dentro do Pavilhão durante o jogo. Essas atitudes têm de acabar para bem do desporto em geral.
    Apesar de ser Benfiquista, não me identifico, critico e sempre criticarei estas atitudes e quem as tem. Ainda esta semana, escrevi um comentário num blogue Benfiquista, no qual, educadamente, critiquei o lançamento desse petardo, e logo alguém me respondeu a dizer que eu estava a ter atitudes anti-Benfica.
    Adoro o Benfica, mas não consigo compactuar com atitudes destas porque acima de tudo adoro desporto e acho que este deve servir para formar Homens e não transformar pessoas em autênticos animais numa selva em que tudo vale.

    PS: peço desculpa por me ter excedido no comentário, mas este é um assunto que me incomoda...e muito.

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  2. Caro slb.
    Não se excedeu nada em termos de tamanho do comentário.
    Estou de acordo consigo no que comenta porque,de facto,o sermos adeptos de um clube não significa olharmos para os adeptos de outros emblemas como perigosos inimigos.
    Que é a mentalidade que se está a instalar a grande velocidade nas claques.
    O fim disto,se não houver repressão séria,vais ser a morte de pessoas nos estádios.
    Como ja aconteceu anos atras no estádio nacional numa final de Taça.
    Nesta matéria os dirigentes dos clubes tem grandes responsabilidades.
    Porque usam as claques como autênticos grupos paramilitares para intimidarem potenciais adversários internos e funcionarem como uma verdadeira guarda pretoriana de quem manda.
    Claro que quando se mergulha em promiscuidades desse género perde-se toda a autoridade para reprimir desacatos e vandalismos.
    Creio que este assunto,muito preocupante,resolve-se das seguintes formas.
    Jogos á porta fechada e perda de pontos para os clubes cujas claques causarem problemas.
    E verdadeira investigação das claques,das suas ligações ao mundo do crime e das cumplicidades com dirigentes dos clubes e consequente acção judicial.
    Metendo na cadeia quem tiver de ir para a cadeia.
    Se isto for feito creio que em poucoa anos poderemos ter um futebol mais seguro para quem quer apenas assistir.
    E claques que se dediquem,apenas, a apoiar os seu clube nas partidas que disputa.

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  3. Carlos lopes3:26 da tarde

    Caro luis cirilo aquilo k se passou em alcochete se fosse no complexo do vitoria tinhamos toda gente incluindo governantes e federaçao a pedir castigos exemplares e a comunicaçao social a dar grande enfase como foram os 2 "estarolas"foi noticia e morreu o assunto quanto as claques dou um exemplo uns partem tudo,agridem,rebentam petardos partem cadeiras e nao les acontece nada outros claques e simples adeptos(vsc)sao revistados ao ponto de entrar descalços em alguns estadios agredidos pela policia e direito a ver so meia parte dos jogos!Isto é uma vergonha se nao fosse a paixao pela cidade e pelo clube éra dizer a kem manda no futebol inde gozar co ca@@lho!!!

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  4. Caro Carlos Lopes:
    Tem obviamente razão.
    Porque qualquer incidentezinho ocorrido com o Vitória é um escandalo mas o que se passa todas as semanas com as claques de porto e slb é completamente branqueado.
    E gera de facto imensa revolta.
    Mas aí,lá está,penso que a politica low profile da nossa direcção nem tranquiliza os sócios nem intimida os que nos prejudicam.
    As vezes é preciso dar murros na mesa.

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  5. Carlos lopes4:03 da tarde

    Quanto ao estrela e o boavista tem k ser um exemplo para nós vitorianos é facil chegar a um clube gastar o k o clube nao tem fazer duas ou tres epocas em grande e depois cair no abismo apesar de cometer erros a k salientar a coerencia financeira desta direçao num país onde so três clubes interessam e os outros so servem para jogar com eles de preferencia sem ganhar vejam o vitoria se for campeao alguma vez para nós é uma alegria para o resto do país uma tragedia nao se vende tantos jornais e as televisoes sem uma maneira barata de ter algo a transmitir,eles kerem la saber do estrela ,vitoria e mesmo do clube da cidade k fica a 5 minutos pela autoestrada,por isso temos k ter muito juizinho ao escolher kem dirige o nosso clube e o mesmo se aplica a kem o dirige!

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  6. Carlos lopes4:17 da tarde

    Caro luis cirilo no tempo de pimenta machado "se ele nao se agarra-se tanto ao lugar hoje tinha uma estatua em guimaraes" era 80 agora é 8 nao se esqueça k nao ha muito tempo tambem tinhamos muitos vandalos na nossa casa e ainda hoje pagamos por isso quiça por termos tido dois presidente low-profile (magalhaes e emilio)passamos mais a apoiar o nosso clube e deixar as confusoes mas nao ker dizer k nos vamos arrear!

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  7. Caro Carlos Lopes:
    claro que os maus exemplos devem ser vir para termos cuidado na escolha de quem nos dirige.
    Porque no mundo futebol é fácil criar determinados entusiasmos mas depois muito dificil resolver situações daí oriundas.
    Acredito que Vitor Magalhaes e Emilio Macedo tiveram o mérito de trazer muita gente que andava afastada do clube por causa dos maus anos finais de Pimenta Machado.
    Por isso já temos mais sócios que lugares no estádio.
    e talvez esse low profile tenha contribuido para isso.
    O problema é que no futebol português e na relação com os vários poderes não há lugar a excessos de low profile.
    É preciso firmeza,protagonismo e agressividade quanto baste.

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