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domingo, julho 12, 2009

A Ler !

Conhecia o dr Tavares Moreira, de nome, há muito tempo.
Membro dos governos de Sá Carneiro e Cavaco Silva,governador do Banco de Portugal durante vários anos, era uma figura mencionada com respeito dentro e fora do PSD.
Conheci-o pessoalmente em 1999.
Era então vice presidente do partido e dos poucos que dava a cara ao lado do líder, Durão Barroso, numa oposição extremamente difícil ao governo de António Guterres.
Então,como agora, já por lá andava muita gente disponível para ser ministro e secretário de estado.
Para fazerem oposição é que não.
Dava trabalho,arranjava maçadas,estragava negócios.
Tavares Moreira,esse,estava sempre na primeira linha do combate.
Quis o destino que em 2002 a distrital de que eu então fazia parte,liderada por Fernando Reis,entendesse convidar o dr Tavares Moreira para encabeçar a lista de deputados por Braga.
Tínhamos a convicção, que se veio a revelar absolutamente acertada,de que uma figura com o seu gabarito,autoridade e prestigio podia potenciar um grande resultado eleitoral no distrito.
Assim foi.
O PSD ganhou as eleições no país e em Braga teve um grande resultado.
Elegeu nove deputados com um dos melhores resultados percentuais dessas eleições.
Tendo sido número dois dessa lista tive então oportunidade de conviver e conhecer muito melhor o dr Tavares Moreira com quem calcorreei todos os concelhos do distrito em inúmeras acções de campanha.
E nele descobri ,para além de confirmar todos as qualidades que se lhe reconhecem,duas caracteristicas mais ocultas.
Um enorme sentido de humor e um jeito inato para fazer campanhas.
Guardo dessa campanha muitas memórias interessantes.
Desde as inevitáveis "tareias" que aplicava a Elisa Ferreira nos debates (ela era cabeça de lista do PS por Braga)ao dia em que o vi,com toda a naturalidade, empoleirado num carro de bois a falar aos eleitores de uma freguesia de Fafe.
Ao contrário de outros ,que fizeram muito menos para o PSD chegar ao poder mas se exibiram muito mais, o dr Tavares Moreira não quis ir para o governo.
Onde podia ter escolhido a pasta ministerial que quisesse.
Disse-mo a mim, e a outros colegas de lista ,várias vezes durante a campanha que não estava interessado em ser ministro.
E cumpriu.
Pouco tempo depois de eleito deputado começou aquilo a que se pode chamar uma verdadeira cabala contra a sua honradez, o seu prestigio profissional, o seu direito a exercer uma profissão á qual muito dera ao longo de dezenas de anos.
Á profissão e ao país !
Foram seis anos de pesadelo e sacrifício.
Nos quais um homem honrado, sério, prestigiado e inocente das acusações de que era alvo teve de se defender de uma verdadeira campanha negra com origem no Banco de Portugal e ampla conivência de um semanário que muitos apontam como de referência.
O livro acima retratado conta muito melhor do que eu alguma vez o poderia fazer o que foram esses anos até á prova final de inocência.
De que muitos,entre os quais me incluo, não duvidaram nem um minuto.
O Dr Tavares Moreira está hoje livre de acusações e suspeitas.
Mas quem lhe poderá devolver seis anos de pesadelo, de angústia, de canseiras, de privação de uma profissão que ele adora exercer,das despesas que teve para provar a sua inocência ?
Pior.
Quem pode garantir que os responsáveis desta monstruosidade serão severamente punidos.
Infelizmente ninguém.
Como é igualmente legitimo pensar que se nada disto tivesse acontecido o dr Tavares Moreira podia ter dado ao PSD e ao país o inestimável contributo de um homem sério, competente e com prestigio acima das tricas partidárias.
Vale a pena ler este livro.
Porque além de exemplar em muitas áreas, da Justiça á liberdade de informação (exemplar no sentido do que essas áreas deviam ser e não são !),também nos esclarece sobre a verdadeira realidade do que é hoje o Banco de Portugal.
Tão em voga noutros assuntos que todos temos bem presentes.
Depois Falamos

6 comentários:

  1. Fez-se justiça, mas tarde e a más horas e com prejuizos sérios para a vitima desta cabala inqualificável.
    Em casos como estes sou defensor da maxima "olho por olho, dente por dente". Era perseguir aqueles que perpretaram esta campanha( banco de portugal e jornais de "referência") e destruir a sua reputação. Porque quem calunia pessoas de bem não pode ser detentor de qualquer tipo de boa reputção. E o nosso pais está cheio de cobardes que aplicam estes métodos.

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  2. Caro João:
    Mais vale tarde que nunca isso é verdade.
    O problema é que quem foi vitima da injustiça nunca vê os prejuizos totalmente ressarcidos.
    E neste caso são impossiveis de quantificar.

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  3. Peço desculpa pelo "off-topic".

    Primeiro foi o acordo com Sá Fernandes. Agora foi com Helena Roseta. Parece-me que no final dos acordos, não vão restar lugares na vereação para os elementos do PS...

    A candidatura de António Costa e do PS é pura e simplesmente uma candidatura de negociação de lugares. Ideias, estratégias, rumos para a cidade de Lisboa? não há! Há apenas o ódio a Santana Lopes, o homem que mais obra fez em Lisboa nos últimos anos.

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  4. Caro Luis Melo:
    Não é tão off topic assim.
    Porque o ódio a Santana Lopes que refere vem de sectores que fazem precisamente disso,do ódio, uma arma de arremesso politico.
    Creio que Tavares Moreira foi também vitima do ódio que existe a quem representa valores de seriedade,de verticalidade,de forma honrada e decente de estar na vida.
    Ódio,campanhas jornalisticas indecentes, poderes ocultos a fucionarem com objectivos destruidores tudo te sido usado contra determinadas pessoas.
    Por gente para quem os fins valem os meios.

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  5. Deve ser disto que está a falar Cirilo:

    "O ex-presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, afirmou, em entrevista à RTPN, que foi alvo de profundas críticas ameaçadoras, algumas, por escrito, de alguns ex-ministros que não queriam que avançasse a fiscalização à supervisão bancária".

    "Tive a demissão de membros da minha Comissão Política Nacional, porque eram accionistas de referência do BPN e tinham medo que a supervisão bancária fosse tocar nos interesses, por ventura, de instituições financeiras que não estavam a funcionar de acordo com os padrões de transparência do Estado de Direito", referiu, sublinhando que, nessa altura, "ainda não se falava no BPN, mas apenas do BCP e do papel do Banco de Portugal".

    http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1047382

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  6. Caro Joaquim:
    Isso também se enquadra no que escrevi sem duvida.
    Porque face á Lei considero-os todos por igual.
    Não interessa a cor partidária.
    E ainda me indigno mais quando face ás escandalosas falhas da supervisão vejo um homem serio como Tavares Moreira passar pelo que passou.

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