Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho.
Descansem os habituais leitores desta crónica que não escreverei sobre as próximas eleições europeias, respectivos candidatos, e leituras de eventuais resultados.
Pretendo apenas, depois do Manchester- Porto de ontem, reflectir um pouco sobre o que andam a fazer as equipas portuguesas nas principais competições europeias de clubes.
Especialmente ao nível dos chamados grandes e dos dois clubes minhotos.
Começando por estes podemos considerar que esta foi a época das oportunidades pedidas em ambos os casos.
O Vitória, sensacionalmente apurado para a pré eliminatória da Liga dos Campeões depois de um campeonato magnífico em que apenas o “sistema” o impediu de conquistar o acesso directo via 2º lugar, desperdiçou ingloriamente o prestígio e o dinheiro do acesso á fase de grupos.
Porque sendo verdade que foi espoliado do golo que lhe daria o acesso directo, na célebre noite de Basileia, é igualmente verdade que fez muito pouco para merecer passar perante adversário completamente acessível.
Desde a forma como programou a época até ao volume de jogo produzido nos dois encontros com os suíços.
Depois, com o Portsmouth, perdeu o acesso á fase de grupos da Uefa defrontado adversário bem acessível como o Sporting de Braga viria a demonstrar.
O Braga, vindo da intertoto, rubricou ele sim carreira de grande mérito que o levou ás portas da glória e do acesso a uma fase da Uefa a que nunca tinha chegado.
Fez o mais difícil, empatar em Paris, e viria a ser eliminado devido a uma mistura entre falta de sorte e de experiência.
Benfica fez mais uma prestação miserável na taça UEFA de onde viria a sair sem honra nem glória e não fazendo minimamente jus ao valor (pelo menos em termos de folha salarial) do seu plantel.
Um autêntico flop que só não terá tido piores consequências para o treinador porque é espanhol.
Fosse ele português, como Fernando Santos por exemplo, e ao tempo que estaria de regresso ao país vizinho.
Restam Sporting e Porto.
Sporting que pela primeira vez ultrapassou a fase inicial mas, se calhar, mais lhe valia não o ter feito porque teria evitado o descalabro de Alvalade e Munique perante o Bayern.
Deixando a nu as insuficiências de plantel, de ritmo de jogo, de mentalidade e de preparação para patamares mais exigentes da Champions.
E, como sempre nos últimos anos, sobra o Porto.
E gostemos ou não do estilo, dos dirigentes, dos adeptos, das atitudes, da concepção que tem do futebol português a verdade é que são de outro patamar.
Na forma como encaram os jogos, na valia e ambição traduzidas pelos jogadores, na desinibição com que entram em qualquer estádio para discutirem o resultado taco a taco.
Nem que seja com o campeão europeu como ontem em Old Trafford.
É verdade que também erram e cometem deslizes como no jogo da fase de grupos com o Arsenal, em que foram goleados, mas raramente os cometem duas vezes.
E por isso estão a disputar, e bem posicionados, o acesso ás meias-finais da Champions, tem a Liga portuguesa praticamente ganha e são os grandes favoritos á taça de Portugal.
E ninguém de bom senso se atreverá a dizer que os êxitos europeus do Porto se baseiam em “apitos dourados” ou quejandos como tanto gostam de evocar os perdedores crónicos ou os vendedores de ilusões aos respectivos associados.
O Porto vai mais longe nas competições europeias simplesmente porque é bem melhor que Benfica ou Sporting.
Os números e os troféus falam por si.
E é precisamente neste Porto europeu que entendo estar uma boa lição para Vitória e Braga em termos de competições internas.
Porque é possível com orçamentos substancialmente inferiores (dos oito participantes nos quartos de final o Porto tem o penúltimo orçamento) construir equipas competitivas, com qualidade, capazes de jogarem de igual para igual com equipas de outra galáxia financeira.
É preciso estar atento ao mercado, contratar os jogadores certos na hora certa, e construir planteis homogéneos, ambiciosos e competitivos.
Se compararmos os salários de Ronaldo, Rooney, Giggs e Evra com os de Lisandro, Hulk, Rodriguez e Cissokho alguém ontem era capaz de garantir que os primeiros ganham muito mais que os segundos?
Acho que não.
BOLA CHEIA
Olheiros
Para um futebol exportador como o nosso tem de ser é essencial detectar talentos a tempo. Bons olheiros, boa rede de observação, capacidade de intervir no mercado no tempo certo.
Meses atrás Cissokho e Fernando jogavam no Setúbal e Amadora sempre na incerteza se no fim do mês recebiam salário.
Hoje jogam nos grandes estádios e defrontam os melhores do mundo jogando de igual para igual.
BOLA VAZIA
Arbitragem.
A fase final da Liga Sagres está a ser penosa tantos os erros arbitrais.
Sempre favorecendo os mais fortes.
No domingo na Amadora foi demais.
É por isso que os discursos de Luís Filipe Vieira, apelando á moralização do futebol, já só dão para rir.
Porque a seguir a cada um desses discursos aparece um Lucilio Baptista ou um Hugo Miguel…
Pretendo apenas, depois do Manchester- Porto de ontem, reflectir um pouco sobre o que andam a fazer as equipas portuguesas nas principais competições europeias de clubes.
Especialmente ao nível dos chamados grandes e dos dois clubes minhotos.
Começando por estes podemos considerar que esta foi a época das oportunidades pedidas em ambos os casos.
O Vitória, sensacionalmente apurado para a pré eliminatória da Liga dos Campeões depois de um campeonato magnífico em que apenas o “sistema” o impediu de conquistar o acesso directo via 2º lugar, desperdiçou ingloriamente o prestígio e o dinheiro do acesso á fase de grupos.
Porque sendo verdade que foi espoliado do golo que lhe daria o acesso directo, na célebre noite de Basileia, é igualmente verdade que fez muito pouco para merecer passar perante adversário completamente acessível.
Desde a forma como programou a época até ao volume de jogo produzido nos dois encontros com os suíços.
Depois, com o Portsmouth, perdeu o acesso á fase de grupos da Uefa defrontado adversário bem acessível como o Sporting de Braga viria a demonstrar.
O Braga, vindo da intertoto, rubricou ele sim carreira de grande mérito que o levou ás portas da glória e do acesso a uma fase da Uefa a que nunca tinha chegado.
Fez o mais difícil, empatar em Paris, e viria a ser eliminado devido a uma mistura entre falta de sorte e de experiência.
Benfica fez mais uma prestação miserável na taça UEFA de onde viria a sair sem honra nem glória e não fazendo minimamente jus ao valor (pelo menos em termos de folha salarial) do seu plantel.
Um autêntico flop que só não terá tido piores consequências para o treinador porque é espanhol.
Fosse ele português, como Fernando Santos por exemplo, e ao tempo que estaria de regresso ao país vizinho.
Restam Sporting e Porto.
Sporting que pela primeira vez ultrapassou a fase inicial mas, se calhar, mais lhe valia não o ter feito porque teria evitado o descalabro de Alvalade e Munique perante o Bayern.
Deixando a nu as insuficiências de plantel, de ritmo de jogo, de mentalidade e de preparação para patamares mais exigentes da Champions.
E, como sempre nos últimos anos, sobra o Porto.
E gostemos ou não do estilo, dos dirigentes, dos adeptos, das atitudes, da concepção que tem do futebol português a verdade é que são de outro patamar.
Na forma como encaram os jogos, na valia e ambição traduzidas pelos jogadores, na desinibição com que entram em qualquer estádio para discutirem o resultado taco a taco.
Nem que seja com o campeão europeu como ontem em Old Trafford.
É verdade que também erram e cometem deslizes como no jogo da fase de grupos com o Arsenal, em que foram goleados, mas raramente os cometem duas vezes.
E por isso estão a disputar, e bem posicionados, o acesso ás meias-finais da Champions, tem a Liga portuguesa praticamente ganha e são os grandes favoritos á taça de Portugal.
E ninguém de bom senso se atreverá a dizer que os êxitos europeus do Porto se baseiam em “apitos dourados” ou quejandos como tanto gostam de evocar os perdedores crónicos ou os vendedores de ilusões aos respectivos associados.
O Porto vai mais longe nas competições europeias simplesmente porque é bem melhor que Benfica ou Sporting.
Os números e os troféus falam por si.
E é precisamente neste Porto europeu que entendo estar uma boa lição para Vitória e Braga em termos de competições internas.
Porque é possível com orçamentos substancialmente inferiores (dos oito participantes nos quartos de final o Porto tem o penúltimo orçamento) construir equipas competitivas, com qualidade, capazes de jogarem de igual para igual com equipas de outra galáxia financeira.
É preciso estar atento ao mercado, contratar os jogadores certos na hora certa, e construir planteis homogéneos, ambiciosos e competitivos.
Se compararmos os salários de Ronaldo, Rooney, Giggs e Evra com os de Lisandro, Hulk, Rodriguez e Cissokho alguém ontem era capaz de garantir que os primeiros ganham muito mais que os segundos?
Acho que não.
BOLA CHEIA
Olheiros
Para um futebol exportador como o nosso tem de ser é essencial detectar talentos a tempo. Bons olheiros, boa rede de observação, capacidade de intervir no mercado no tempo certo.
Meses atrás Cissokho e Fernando jogavam no Setúbal e Amadora sempre na incerteza se no fim do mês recebiam salário.
Hoje jogam nos grandes estádios e defrontam os melhores do mundo jogando de igual para igual.
BOLA VAZIA
Arbitragem.
A fase final da Liga Sagres está a ser penosa tantos os erros arbitrais.
Sempre favorecendo os mais fortes.
No domingo na Amadora foi demais.
É por isso que os discursos de Luís Filipe Vieira, apelando á moralização do futebol, já só dão para rir.
Porque a seguir a cada um desses discursos aparece um Lucilio Baptista ou um Hugo Miguel…
Para descobrir talentos é preciso ter talento e que eu saiba o talento já não é candidato á presidência do nosso Vitória há alguns anos.
ResponderEliminarFaçamos o costume.
Esperarmos.
Caro Jose Alves:
ResponderEliminarQuem espera sempre alcança.
E não há candidatos sem haverem eleições.