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quinta-feira, março 12, 2009

Um novo Futebol

Foto:www.gloriasdopassado.pt.vu (Vitória 75/76)
Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho
Quis curiosa coincidência que estando em discussão a reformulação, mais uma, dos quadros competitivos do futebol português viesse agora a Liga Portuguesa de Futebol Profissional propor um conjunto de regras para os campeonatos profissionais de 2009/2010.
Num caso e noutro o que está claramente em causa são contributos para a melhoria global do nosso futebol.
Os quadros competitivos são uma velha questão, nunca encerrada, e que permanentemente volta á ribalta.
Que vai desde o número de clubes que compõe a primeira Liga até ao número de séries que devem existir na III divisão.
Passando pelo sobe e desce, pelas equipas insulares, pela verdade do profissionalismo encapotado que chega aos distritais de futebol.
Oportunamente o “Correio do Minho” procederá a interessante debate, na próxima segunda feira, em que toda esta problemática será seguramente abordada.
Passemos então ás propostas da direcção da Liga a serem votadas em Assembleia-geral.
Que são essencialmente quatro.
Duas respeitam á inscrição de equipas nos campeonatos profissionais, uma ao sorteio da próxima Liga e outra á criação do provedor dos adeptos.
Começando por esta ultima parece-me claramente uma boa ideia.
Com algum romantismo, é certo, mas imbuída do espírito positivo de permitir aos “clientes” do espectáculo futebol terem o seu “livro de reclamações”.
Pode ser uma boa oportunidade de corrigir algumas coisas.
Quanto á inscrição das equipas nas ligas profissionais a proposta vai no sentido dela só ser permitida aos clubes que em Maio deste ano não tenham salários e atraso aos seus profissionais.
É claramente uma medida moralizadora que assegurará não só que todas as equipas iniciem a época em plano de igualdade mas também que nenhuma fique sujeita a “ajudas” que a inibam de competir ao seu melhor nível…
Conviria complementá-la com uma monitorização periódica do cumprimento salarial de molde a que a meio do campeonato não surjam os problemas habituais.
Clube com mais de dois meses de salários em atraso deve ser de imediato excluído da competição.
Propõe-se também a exigência de certidões do fisco e da segurança social a atestarem que os clubes estão a cumprir as obrigações nesses âmbitos.
Excelente também.
Desde que essas certidões não sejam obtidas através do (falso) pagamento de responsabilidades com cheques sem provisão como tantas vezes aconteceu no passado.
Bastaria, para tanto, que as certidões fossem passadas apenas depois da boa cobrança dos cheques.
Finalmente o sorteio das provas.
E aqui a minha discordância quanto a sorteios condicionados.
Acho que a regulamentação no futebol deve ser a estritamente indispensável sem forçar os condicionalismos.
Do meu ponto de vista não faz sentido impedir a existência de clássicos e dos derbys do Minho e da Madeira nas quatro primeiras jornadas.
Não vejo razão objectiva (grandes campeonatos tantas vezes começam com grandes jogos) para impedir esses confrontos para alem de remeterem os outros nove clubes para um papel de menoridade que não se justifica.
Mas, em bom rigor, isso também será o menos se todas as outras propostas vierem a ser aprovadas.
Já agora também deixo aqui algumas ideias que podem eventualmente contribuir para a melhoria qualitativa, e também de verdade desportiva, da próxima liga.
Limitação do número de jogadores que cada clube pode emprestar a competidores do mesmo campeonato.
Assim se impediria, por exemplo, que o Porto tivesse (como tem)jogadores em meia dúzia de clubes da primeira liga.
Limite de estrangeiros por equipa, num modelo idêntico ao inglês que exige determinados pressupostos para emissão de uma licença de trabalho, de molde a dar mais oportunidades aos jogadores portugueses.
Obrigação de em cada ficha de jogo um clube ter forçosamente de fazer constar pelo menos três atletas oriundos da respectiva formação.
Não é com estas e outras ideias que se resolvem, seguramente, os problemas estruturais do futebol português.
Mas o caminho faz-se andando…

BOLA CHEIA
20.512
O número de espectadores do Vitória-Belenenses.
Mesmo sabendo que as senhoras tiveram entrada gratuita são números invulgares.
Especialmente se considerarmos que clubes com milhões de adeptos não tiveram mais de 8000 espectadores nos seus jogos.
Muito pouco esmo sabendo-se que jogara fora de casa.

BOLA VAZIA
Setúbal
Faz pena ver o estado de abandono a que chegou um dos clubes mais tradicionais do nosso futebol e senhor de um belo palmarés.
Sem dirigentes, sem apoios, sem perspectivas de solução dos seus problemas.
Vai resistindo graças aos adeptos e ao profissionalismo de jogadores e técnicos.É o retrato cru, mas verdadeiro, do estado a que o nosso futebol está a chegar

5 comentários:

  1. e onde o Vitória pode também chegar.
    Cuidado...

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  2. Tudo isso é muito bonito, falta ver para crer! Essa dos ordenados em atraso estou muito curioso para ver se irá ser posta em prática, é tudo treta, aliás, há um programa de rádio que se chama "conversa da treta" é o que irá acontecer, digo eu.

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  3. Caro Jose Alves:
    Aonde o Vitória pode chegar,admito-o numa situação limite,é a uma situação de ingovernabilidade por excesso de exigência.
    E esse pode ser um grave problema.
    O Setúbal é um caso de desinteresse puro por assumir responsabilidades no clube.
    Ou medo da situação em que se encontre.
    Caro Diogo Ferreira:
    Para lhe ser franco também tenho muitas duvidas.
    Desde logo quanto á aprovação destas propostas em assembleia geral.
    Creio que existe o risco da tradicional "xico espertice" dos dirigentes vir ao de cima.
    Porque clubes fragilizados por problemas salariais são apeteciveis para determinadas jogadas.

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  4. E que tal publicar estes artigos de Luis Cirilo em jornais de Guimarães? Poucos vimaranenses devem ler o CM, e portanto a solução passa por "reencaminhar" para as páginas de algum orgão de Guimarães.Alguem concorda? Nós vimaranenses precisamos da pedagogia de Cirilo...

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  5. Caro Tony:
    Agradeço muito as suas palavras simpaticas.
    Limito-me a ir pensando em futebol,no Vitória e em passar essas ideias para quem tem a paciência de as ler ou ouvir.
    Seja no Correio do Minho ,seja neste blog, seja noutros sitios onde vou pontualmente colaborando.
    Por acaso,neste momento,não o faço em nenhum orgão de comunicação de Guimaraes.
    Mas fi-lo durante mais de vinte anos.
    Essencialmente no Expresso do Ave (ao tempo Toural),no Comércio de Guimarães,na Rádio Fundação,na Rádio Santiago,na extinta(e saudosa) Rádio Guimaraes,no Jornal do Vitória,etc.
    Acho que como vitoriano devo dar o meu contributo,no plano das ideias,para um Vitória maior e melhor.
    É o que vou fazendo.

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