Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho
Não vamos, naturalmente, escrever uma única linha sobre aquilo que parece ser um caso de vida ou de morte para o futebol português.
Por um lado porque já está tudo dito, por outro porque disputas entre “barões” pouco interessam ao povo, finalmente porque há coisas muito mais importantes.
Por exemplo a selecção A.
Na qual todos nos revemos mas nem todos vemos.
Pelo menos ao vivo!
Em semana de jogo que pode ser decisivo para o apuramento para o Mundial 2010, sábado no estádio do dragão com a Suécia, importará reflectirmos um pouco sobre os critérios de distribuição de jogos da toda poderosa Federação Portuguesa de Futebol.
Tanto quanto a minha memória de quarenta anos a ver futebol sempre me recordo de a esmagadora maioria dos jogos serem disputados entre Lisboa e Porto e depois o resto do país tinha umas migalhitas que lhe eram condescendentemente atiradas da mesa onde eram servidos os banquetes.
Mas concentremo-nos nos últimos quinze anos em que a selecção tem marcado consecutivas presenças nas fases finais das grandes competições com excepção do Mundial 98 em resultado de uma arbitragem miserável no último jogo da fase de qualificação.
Criou-se, muito por força de consecutivos bons resultados e da epopeia do Euro 2004, uma enorme comunhão entre selecção e adeptos que leva a que estádio onde a equipa jogue tenha assistência normalmente esgotada.
Até estádios normalmente “desertos”, como Leiria, enchem completamente para ver a equipas das quinas.
Por força das boas campanhas, da galvanização do público (aí grande mérito de Scolari), mas essencialmente porque ver a selecção tem sido oportunidade única de ver ao vivo a esmagadora maioria dos grandes jogadores portugueses de há muito emigrados em campeonatos de outra dimensão.
Foi assim que nos últimos anos nomes como Figo, Rui Costa, Ronaldo, Ricardo Carvalho, Fernando Couto, Deco, Maniche entre outros só eram por cá vistos com a camisola nacional.
As excepções foram, ao longo do tempo, Vítor Baia, Simão e poucos mais que por cá jogavam.
Tudo isto para dizer que hoje por hoje os jogos da selecção se transformaram num bom negócio para as cidades que os acolhem.
Para além do proprietário do estádio e da respectiva associação distrital que recebem uma parte das receitas, é todo o movimento turístico que se gera com reflexo na hotelaria e na restauração, para além da publicidade que é feita á cidade onde o jogo se realiza.
Uma selecção onde jogam alguns dos melhores jogadores da Europa e o melhor jogador do mundo percebe-se bem que atraia uma vastíssima atenção mediática.
Por isso é preciso existir um critério de atribuição dos jogos.
Sobe pena de os mesmos (Benfica/Porto/Sporting) e as mesmas (Lisboa/Porto) continuarem a abocanhar o “bolo” quase todo e os restantes continuarem a ser enganados com uns jogos particulares e, de longe a longe, um joguito oficial sempre com os adversários mais fraquitos do respectivo grupo.
Nessa matéria o distrito de Braga tem sido o parente pobre e mais prejudicado de todos.
Enquanto Coimbra, Leiria, Aveiro, Algarve lá vão tendo uns jogos de vez em quando, o que se passa com Braga?
Tem o clube (Vitória) com a quarta melhor média de assistências do futebol português de há muitos anos a esta parte.
Tem também o clube (Braga) com a quinta melhor média.
Tem dois estádios (Guimarães e Braga) com excelentes condições para receber jogos de alto nível.
Tem dois clubes na Liga Sagres e outros dois na liga Vitalis
E então se ter estádios, ter público, ter boas acessibilidades, ter capacidade hoteleira, ter a terceira maior associação de futebol do país, ter centenas de clubes da primeira liga aos distritais, se tudo isso não é critério para receber a selecção então onde está o critério?
Guimarães recebeu até hoje, em toda a história da selecção, três jogos !
Um particular em 1983, um oficial em 1996 e outro particular em 2004.
Braga poucos mais terá recebido.
Para além do recente jogo com a Albânia (lá está um adversário pouco cotado) lembro-me de uns particulares com a Escócia e Bélgica.
Barcelos teve um jogo particular.
É uma discriminação inaceitável e perante a qual não nos podemos calar.
Porque a selecção é de todos nós na hora de apoiar, de encher estádios, de dizer presente.
Mas é só de alguns “deles” na hora de colher os benefícios.
BOLA CHEIA
Carlos Queiroz
Os resultados não são animadores mas nada está perdido.
Com a Dinamarca e a Albânia só faltou uma pontinha de sorte que esperemos não falte com a Suécia, Ainda assim louve-se a coragem do seleccionador ao apostar em nomes novos que trarão certamente mais ambição a um grupo já algo acomodado.
BOLA VAZIA
Gilberto Madail
Aí está um caso que nos faz desejar a limitação de mandatos.
O quase eterno presidente da FPF tornou-se um pequeno dono do futebol português.
Pondo e dispondo a seu belo prazer, impedindo candidaturas alternativas, atribuindo os jogos da selecção A (certamente por coincidência…) ás associações distritais que são a sua guarda pretoriana.
Renovação precisa-se.
E bem atrasada está.
Por um lado porque já está tudo dito, por outro porque disputas entre “barões” pouco interessam ao povo, finalmente porque há coisas muito mais importantes.
Por exemplo a selecção A.
Na qual todos nos revemos mas nem todos vemos.
Pelo menos ao vivo!
Em semana de jogo que pode ser decisivo para o apuramento para o Mundial 2010, sábado no estádio do dragão com a Suécia, importará reflectirmos um pouco sobre os critérios de distribuição de jogos da toda poderosa Federação Portuguesa de Futebol.
Tanto quanto a minha memória de quarenta anos a ver futebol sempre me recordo de a esmagadora maioria dos jogos serem disputados entre Lisboa e Porto e depois o resto do país tinha umas migalhitas que lhe eram condescendentemente atiradas da mesa onde eram servidos os banquetes.
Mas concentremo-nos nos últimos quinze anos em que a selecção tem marcado consecutivas presenças nas fases finais das grandes competições com excepção do Mundial 98 em resultado de uma arbitragem miserável no último jogo da fase de qualificação.
Criou-se, muito por força de consecutivos bons resultados e da epopeia do Euro 2004, uma enorme comunhão entre selecção e adeptos que leva a que estádio onde a equipa jogue tenha assistência normalmente esgotada.
Até estádios normalmente “desertos”, como Leiria, enchem completamente para ver a equipas das quinas.
Por força das boas campanhas, da galvanização do público (aí grande mérito de Scolari), mas essencialmente porque ver a selecção tem sido oportunidade única de ver ao vivo a esmagadora maioria dos grandes jogadores portugueses de há muito emigrados em campeonatos de outra dimensão.
Foi assim que nos últimos anos nomes como Figo, Rui Costa, Ronaldo, Ricardo Carvalho, Fernando Couto, Deco, Maniche entre outros só eram por cá vistos com a camisola nacional.
As excepções foram, ao longo do tempo, Vítor Baia, Simão e poucos mais que por cá jogavam.
Tudo isto para dizer que hoje por hoje os jogos da selecção se transformaram num bom negócio para as cidades que os acolhem.
Para além do proprietário do estádio e da respectiva associação distrital que recebem uma parte das receitas, é todo o movimento turístico que se gera com reflexo na hotelaria e na restauração, para além da publicidade que é feita á cidade onde o jogo se realiza.
Uma selecção onde jogam alguns dos melhores jogadores da Europa e o melhor jogador do mundo percebe-se bem que atraia uma vastíssima atenção mediática.
Por isso é preciso existir um critério de atribuição dos jogos.
Sobe pena de os mesmos (Benfica/Porto/Sporting) e as mesmas (Lisboa/Porto) continuarem a abocanhar o “bolo” quase todo e os restantes continuarem a ser enganados com uns jogos particulares e, de longe a longe, um joguito oficial sempre com os adversários mais fraquitos do respectivo grupo.
Nessa matéria o distrito de Braga tem sido o parente pobre e mais prejudicado de todos.
Enquanto Coimbra, Leiria, Aveiro, Algarve lá vão tendo uns jogos de vez em quando, o que se passa com Braga?
Tem o clube (Vitória) com a quarta melhor média de assistências do futebol português de há muitos anos a esta parte.
Tem também o clube (Braga) com a quinta melhor média.
Tem dois estádios (Guimarães e Braga) com excelentes condições para receber jogos de alto nível.
Tem dois clubes na Liga Sagres e outros dois na liga Vitalis
E então se ter estádios, ter público, ter boas acessibilidades, ter capacidade hoteleira, ter a terceira maior associação de futebol do país, ter centenas de clubes da primeira liga aos distritais, se tudo isso não é critério para receber a selecção então onde está o critério?
Guimarães recebeu até hoje, em toda a história da selecção, três jogos !
Um particular em 1983, um oficial em 1996 e outro particular em 2004.
Braga poucos mais terá recebido.
Para além do recente jogo com a Albânia (lá está um adversário pouco cotado) lembro-me de uns particulares com a Escócia e Bélgica.
Barcelos teve um jogo particular.
É uma discriminação inaceitável e perante a qual não nos podemos calar.
Porque a selecção é de todos nós na hora de apoiar, de encher estádios, de dizer presente.
Mas é só de alguns “deles” na hora de colher os benefícios.
BOLA CHEIA
Carlos Queiroz
Os resultados não são animadores mas nada está perdido.
Com a Dinamarca e a Albânia só faltou uma pontinha de sorte que esperemos não falte com a Suécia, Ainda assim louve-se a coragem do seleccionador ao apostar em nomes novos que trarão certamente mais ambição a um grupo já algo acomodado.
BOLA VAZIA
Gilberto Madail
Aí está um caso que nos faz desejar a limitação de mandatos.
O quase eterno presidente da FPF tornou-se um pequeno dono do futebol português.
Pondo e dispondo a seu belo prazer, impedindo candidaturas alternativas, atribuindo os jogos da selecção A (certamente por coincidência…) ás associações distritais que são a sua guarda pretoriana.
Renovação precisa-se.
E bem atrasada está.
E nós,o que fazemos para pôr cobro a isto?
ResponderEliminarNós,os outros não interessam.
Tenho duas caçadeiras,dois canos cada,sobrepostos.
Reconquistámos Lisboa?
Quando?
Simplesmente excelente.
ResponderEliminarComo é hábito
Caro Cirilo:
ResponderEliminarComo sempre, foste directo e verdadeiro, apesar de já teres abordado várias vezes este tema no teu blog! Sinal de que o status quo permanece...
Os jogos em Guimarães tiveram sempre casas bem preenchidas, mas é uma maçada para as TV's...é muuuuuito longe do Porto!
Será que vamos ter de lhes enviar o meu comentário ao teu post anterior, a ensinar-lhes que não estamos assim tão longe???
Em relação ao estádio de Braga, recordo-me de um jogo de preparação para o Euro 2004, com a Itália. Perdemos 2-1.
Quanto ao Sr. Queirós, não lhe auguro muito tempo na selecção, porque a mística e a ligação com o povo que havia com Scolari perdeu-se...
É certo que estamos a construir uma equipa, mas será que não é esse o mal da selecção, o de estarmos a construir equipas novas de 4 em 4 anos ou sempre que mudamos de seleccionador???
Quanto ao senhor Madail, não me perco em comentários...não os merece!
Caro José Alves:
ResponderEliminarÉ um assunto cuja resolução pertence ás associações de futebol.
Quer o presidente da federação quer a forma como os jogos são marcados.
Claro que se o Vitória fizesse pressão podia ter algum efeito.
Mas não faz.
Estratégicamente nem deve ter reflectido sobre o assunto.
Caro Anónimo:
Obrigado.
Caro Sic:
Também e recordo desse jogo com a Itália é verdade.
E se é certo que Scolari teve muito mério na empatia entre povo e selecção acho que QUeiroz não tem é outra coisa:
Figo, Rui Costa,Pauleta e Vitor Baia (este ultimo Scolari também não teve mas foi por estupidez própria)os maiores expoentes do nosso futebol nos ultimos anos.
Como forma de protesto, quando quiserem vir jogar a GMR, vamos colocar a selecção a treinar no campo do Matamá, e a jogar no Cano!...
ResponderEliminarQuanto ao resto, LCirilo esteve ao seu nível.Parabéns.
Como é?
ResponderEliminarReconquistámos Lisboa ou não?
A nova geração?
Onde está?
Apareçam.
Caro Tony:
ResponderEliminarA verdade é que se o sr Madail nos quiser enganar outra vez com jogos particulares ou um jogo oficial sem qualquer interesse (tipo o ultimo jogo desta fase de apuramento,com Malta,se entretanto perdermos a hipótese de nos qualificarmos)é mesmo de seguir a sua ideia.
Caro José Alves:
Claro que conquistamos Lisboa.
Depois de conquistarmos...Guimarães
Caro Luis Cirilo
ResponderEliminarPelos vistos,mais vale começar por Lisboa.
Deve ser mais fácil.