Com as eleições europeias a aproximarem-se os partidos vão definindo os seus cabeças de lista na tentativa de potenciarem os seus resultados eleitorais.
O PS aposta em Vital Moreira,na tentativa de proteger o flanco esquerdo mas abrindo um enorme espaço ao centro, que dificilmente fará o pleno dos eleitores tradicionais socialistas.
O que vai ganhar de um lado vai perder de forma agravada do outro.
O PC e o BE apostam em nomes tradicionais (Ilda Figueiredo e Miguel Portas) com os comunistas a tentarem tirar proveito adicional de terem uma mulher como cabeça de lista face a este tempo de novas (e certeiras) exigências na questão da paridade.
Restam PSD e CDS.
Sendo que já se percebeu que a estratégia do segundo passa por deixar o primeiro mostrar o "jogo" para depois tentar tirar partido disso.
Resta o PSD.
Que nestas eleições joga muito mais do que qualquer dos outros.
Porque CDS,BE,PC não aspiram a muito mais do que manter posições e tentarem tirar partido da fuga de votos dos eleitores tradicionais de PS e PSD.
O PS,que nas ultimas eleições elegeu metade dos eurodeputados portugueses,parte de uma posição tranquila e só uma derrota afectaria a sua estratégia para as legislativas.
No fundo é jogar para manter tudo como está.
O PSD não.
Porque se ganhar as europeias parte para as legislativas com uma força e uma motivação que podem fazer a mudança.
Se perder por pouco ainda assim isso será,apesar de tudo,uma dose vitaminica interessante para a liderança do partido.
Porque deixa tudo em aberto para as legislativas.
Agora se perder por uma diferença de oito/dez pontos será um golpe irrecuperável para Manuela Ferreira Leite.
Que até poderá manter-se como líder.
Mas envolta numa onda de descrença que faz temer o pior não só para as eleições seguinte como até para o futuro do PSD como grande partido.
Não é alarmismo.
Apenas o conhecimento do que é hoje a realidade do partido.
Importa então que o PSD tenha um cabeça de lista que galvanize o partido,una os militantes,atraia os indecisos e potencie um grande resultado.
Que pode ser até vencer as europeias.
Tem-se ouvido falar de vários nomes.
Desde hipóteses risíveis,como Pacheco Pereira ou Teresa Gouveia,que apenas garantiriam o pior resultado de sempre até nomes muito mais adequados como Mota Amaral ou Marques Mendes.
Que uniriam o partido mas duvido que fossem significativos na atracção dos tais eleitores indecisos que eleição após eleição decidem quem ganha.
Embora aí a candidatura de Marques Mendes pudesse ser mais vantajosa.
Fala-se também de Marcelo Rebelo de Sousa.
Que seria um bom nome,pese embora todos os anticorpos que tem dentro e fora do partido,mas parece preferir ser comentador do que jogador.
Opções de vida.
Por mim,talvez com algum idealismo,apostaria tudo por tudo em convencer Fernando Nogueira a voltar á politica activa depois de doze anos na reserva.
Excelente imagem no partido e no país,bom governante nos tempos áureos do "cavaquismo",enorme afectividade com as bases nas quais não tem anticorpos,a galvanização natural por ver um nome grande voltar á luta pelo partido.
E o respeito que goza na sociedade portuguesa pela forma digna como exerceu todos os cargos políticos que deteve.
Um candidato ganhador sem sombra de duvidas e o regresso de alguém que se quiser ainda pode dar muito ao PSD e a Portugal.
Era ou não era um grande cabeça de lista ?
Depois Falamos
Caro Luis,
ResponderEliminarSou relativamente novo (tenho 28 anos), mas Fernando Nogueira é um daqueles nomes que povoa a minha imaginação quando se fala de credibilidade, seriedade, rigor e competência.
Lembro-me perfeitamente, quando tinha quinze anos, e ele perdeu as Legislativas de 95 para Guterres e a desilusão que jovem senti.
Desde então desapareceu e seria uma grande honra voltar a vê-lo na luta.
Se seria um nome forte, não sei, pq duvido que a juventude se lembre dele, mas que seria um grande nome ai isso seria.
Abraço albicastrense,
Luis Filipe Santos
é bem pensado e seria sem duvida um candidato fortissimo. Só que nao acredito que ele queira e muito menos que o convidem. Nao faz parte do grupinho que rodeia a dra ferreira leite.
ResponderEliminarNão percebo nada de PSD.
ResponderEliminarTenho acompanhado a politica nestes 35 anos,sendo que durante os primeiros 25 fui votante assiduo do PS,e com toda a sinceridade acho que Fernando Nogueira não é seguramente a solução para o PSD.
Nem para o país.
Pode ter todas as qualidades e mais algumas que referem,mas não tem o carisma necessário para ser o lider incontestado do PSD.
Este terá de ser um lider nato,sem medo a nada,que encoste os tubarões do partido,irreverente, arrojado e com poder de dinamização de massas em torno de um objectivo comum.
Terá de vencer por impor a sua própria vontade,não pelo seu poder de comunicação.
E para impor essa vontade,tem de a sentir.
Tem de vir de dentro.
Tem de ser um homem sem peneiras.
caro Dr.Cirilo,
ResponderEliminarFernando Nogueira, claro que é um grande nome do partido, que pessoalmente gostava de ver nas europeias, mas tenho muitas duvidas se aceitaria.
Aliás, quer ele,quer Marques Mendes ou Mota Amaral, são bons nomes capazes de vencer, de todos se fosse eu a escolher era Marques Mendes.
cumprimentos
Caro Luís,
ResponderEliminarQue Ás de Ouros tirou do bolso!
A vontade de ir à política acredito que não lhe falte, contudo, a memória do pós-legislativas 1995 pode ser o entrave que nem todas as vontades individuais consigam apagar e lhe tolham a decisão.
Vale a vontade dos que animados e em força fizeram essa campanha de 1995 e não o esquecem como um bom cabeça de lista para toda e qualquer eleição.
Caro Luís,
ResponderEliminarReconheço também, a competência e capacidade de Fernando Nogueira.
Mas em tempos mediáticos como este, talvez não fosse a melhor opção.
Isto porque, como diz bem, o PSD precisa mesmo de ter a certeza que faz um bom resultado.
Belos tempos...
ResponderEliminar...ainda me lembro do congresso de Lisboa, e de ver Luis Cirilo, ao lado de Durão Barroso, contra Fernando Nogueira.
São as voltas que o mundo dá...
Caro Luis:
ResponderEliminarA passagem de Fernando Nogueira pela politica deixou um rasto de simpatia.
E de empatia.
E o jeito que isso dava agora.
Caro Anonimo:
Não é mesmo nada provável.
Caro Jose Alves:
Para quem nao percebe nada do PSD (palavras suas) está um bom conhecedor da realidade interna.
Mas eu não defendo o regresso á liderança do PSD mas sim o encabeçar a lista para o Parlamento EDuropeu.
Coisa bem diferente.
Caro Rei Dolce:
Eu tambem nao sei se estaria disponivel. A vantagem em relação aos dois nomes que citou estaria na distância que manteve nestes ultimos anos e que o tornaria consensual dentro do partido.
Caro Jabreu:
Partilho da sua opinião porque,de facto,o pós legislativas de 1995 não foi bonito de ver.
Mas o passar do tempo pode ter minorado as mágoas.
Caro Luis:
Mas vê alguém capaz de potenciar um melhor resultado ?
Eu tenho muitas duvidas.
Caro Anónimo:
É verdade.
Apoiei Barroso contra Nogueira e voltaria a fazer o mesmo se o tempo voltasse para trás.
Não vejo problema nisso.
Somos todos do mesmo partido.
Era o que faltava por ter apoiado um candidato á liderança não poder reconhecer qualidades no outro.
Aliás,e já que falamos do passado,recordo que me empenhei nas legislativas de 1995 enquanto vice presidente da concelhia de Guimarães apoiando o candidato a primeiro ministro apresentado pelo PSD.
De seu nome Fernando Nogueira
Mais uma opinião oportuna e com a visão a que já me habituaste amigo Cirilo. Já agora, em relação ao comentário do anónimo, devo dizer que eu também apoiei Durão Barroso em 1995 e nos meses seguintes,após ter sido eleito Presidente da minha distrital, tive o previlégio de conhecer mais de perto Fernando Nogueira e de criar por ele um profundo sentimento de admiração e de apreço. Saiu e manteve-se com uma dignidade extrema e com uma postura irrepreensivel.Tem as qualidades e a inteligência que muita falta fazem ao PSD hoje. O dificil seria convencê-lo...
ResponderEliminarCaro Amilcar:
ResponderEliminarAcho que interpretaste muito bem a minha linha de pensamento.
Fernando Nogueira é um valor que o PSD não pode dispensar.
Mas estou de acordo contigo na dificuldade de o convencer.
Porque ainda hoje estão no poder partidário,ou proximos,alguns dos que estiveram na origem da sua saida.
Como sabes perfeitamente .