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quinta-feira, março 19, 2009

Equipas B


Foto.: http://www.gloriasdopassado.pt.vu/ (Vitória 2003/2004)

Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho

Na passada segunda feira tive oportunidade de assistir a um debate interessante, organizado pelo Correio do Minho, sobre a reformulação dos quadros competitivos do futebol português.
Já sobre o assunto aqui deixei algumas ideias e por isso vou agora abordar uma temática que não vi lá abordada e que alguma coisa tem a ver com essa questão.
Refiro-me ás equipas B.
Quem Portugal, ao contrário de outros países europeus (Espanha e Inglaterra á cabeça) nunca tiveram grande sucesso e foram merecendo o progressivo desinteresse da maioria dos clubes.
Provavelmente porque a regulamentação aprovada, fruto do corporativismo assanhado que existe no nosso futebol, não interessava minimamente aos clubes dado que a competitividade oferecida não era compatível com a desejada.
Porque os clubes B, logo á cabeça, não podiam disputar a então chamada Liga de Honra.
Tinham de “vegetar” entre a II B e a III divisão.
O que, evidentemente, não preparava os jovens futebolistas que nas equipas B procuravam o seu espaço de afirmação e experiência, para a exigência dos seus clubes a disputarem a I Liga.
Claro que os clubes faziam contas e saia-lhes mais em conta emprestar jogadores a outros emblemas, que posteriormente recuperavam caso valesse a pena, do que estarem a investir numa equipa da qual por vezes não aproveitavam um único jogador.
Penso que sendo as equipas B uma boa ideia, e de grande interesse para os clubes, é uma pena deixar de lado essa aposta.
Bastará pensar que uma equipa B, com regulamentos adequados, é um espaço de afirmação para os jovens saídos dos escalões de formação e ainda não preparados para a exigência da Liga Sagres e oferece, também, a possibilidade de ser utilizada para rodar jogadores do plantel principal ou dar minutos de jogo a atletas saídos de lesões graves.
Por exemplo no actual Vitória jogadores como Douglas e Sereno que vem de lesões prolongadas ou Tiago Ronaldo e Jean Coral com utilização quase nula na equipa principal podiam ter numa equipa B o espaço ideal para num caso regressarem á competição e noutro manterem a forma e ganharem experiência.
Defendo pois, no plano da teoria, exactamente o quê?
Em primeiro lugar equipas B que “flutuem” entre a Liga de Honra e a II divisão B.
Sem poderem ascender á Liga Sagres mas também sem poderem descer á III divisão.
Constituições das equipas B com jogadores exclusivamente oriundos da formação sendo dada a possibilidade de nelas jogarem juniores ou jogadores do plantel principal do clube.
Claramente não seriam autorizadas contratações para as equipas B de forma a não onerar os orçamentos bem como seria estabelecido um tecto salarial para os jovens jogadores.
As equipas B seriam autorizadas a participar, sem qualquer limite, na Taça de Portugal e na Taça da Liga podendo inclusive defrontar a equipa principal do seu clube.
Anos atrás a final da Taça do Rei (Espanha) foi jogada entre o Real Madrid e o Castilla
(sua filial) e não caíram os parentes na lama a ninguém por causa disso.
Mas onde me parece estar um factor para o sucesso das equipas B, e não só delas, seria na proposta seguinte.
As equipas B de clubes com mais de, por exemplo, 8.000 espectadores de assistência média poder-se-iam inscrever directamente na Liga Vitalis enquanto as outras teriam de começar pela II B.
E uma Liga Vitalis com Vitória B, Braga B, Benfica B, Porto B e Sporting B (eventualmente Académica B) seria não só mais competitiva como também muito mais atraente para os patrocinadores que veriam muitíssimo mais gente nos estádios e a seguir a Liga Vitalis nos espaços informativos.
Pessoalmente não tenho duvidas que uma equipa B do Vitória com calendário desencontrado da equipa principal, e a jogar aos domingos as 16 h no estádio D.Afonso Henriques, teria facilmente assistências médias de 5000 a 6000 espectadores.
Como não duvido que SLB/FCP/SCP também garantiriam assistências idênticas ou superiores (do Sporting de Braga tenho mais duvidas) a Liga Vitalis daria um tremendo salto qualitativo.
Em assistências, interesse dos patrocinadores, qualidade do futebol, prossecução do interesse dos clubes em darem boa sequência aos escalões de formação.
Nas várias (e extremamente lúcidas) intervenções feitas pelo presidente da Liga Hermínio Loureiro, no referido colóquio, ressaltou sempre a ideia de que não devia deixar de se fazer só porque nunca foi feito.
Referia-se, por exemplo, aos patrocínios para a Liga Vitalis.
É também o caso das equipas B.
E porque não fazer agora bem feito o que no passado se fez tão mal feito ?
Decida quem pode.

BOLA CHEIA
Vitória
Triunfo convincente na Luz, depois de ter ganho em casa ao Belenenses, e o encarreirar para um final de época de acordo com as aspirações de todos os vitorianos.
Com a recuperação total de jogadores há longo tempo lesionados o Clube volta a poder intrometer-se na luta pela Europa.

BOLA VAZIA
Azia
Muita azia de alguns comentadores,alguns jornalistas,alguns canais de televisão á vitória do Vitória na chamada catedral.
Vá-se lá admitir semelhante sacrilégio…
Especialmente RTP, SIC e O Jogo mais do que ridículos foram patéticos!
Desconfio que se pudessem até mandavam repetir a partida!

2 comentários:

  1. Completamente de acordo com o Cirilo, a possibilidade de certas equipas B puderem participar na Liga Vitális seria benéfico tanto para a competição como, e sobretudo, para os clubes que assim conseguiriam valorizar e rentabilizar os seus activos.

    Seria também útil limitar-se o universo de jogadores utilizáveis nesses jogos, preferencialmente oriundos da formação com, pelo menos, um ano de clube e com menos de 23 anos de idade. Isto sem prejuizo de também serem “elegíveis” jogadores a recuperar de lesão e outros com menos jogos nas pernas mas sempre com o cuidado de não tornar a competição num “tarrafal” para os jogadores indesejados e excedentários.
    Estou a lembrar-me dum Sandinenses-Porto B para a antiga 2.ª divisão B em que no banco do porto, e a cumprir o famoso castigo, estava o Feher...

    Quanto ao grande jogo do fim de semana, e sendo a prova de que quem vem ao nosso estádio, à nossa cidade e vê as nossas gentes leva sempre algo de nós dentro de si, após o golão do Roberto e depois do jogo terminar, só ouvia a minha namorada que é (era?) benfiquista desde pequenina, e sendo de Coimbra, a festejar a nossa Vitória!

    Já merecíamos ser felizes contra o benfica.

    Tudo isto “não se explica, implica...”

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  2. Caro Sérgio:
    Agradeço muito o teu comentário porque introduz um assunto que me tinha esquecido no meu post.
    Que se refere á questão das idades.
    Naturalmente,como propões e bem,que os jovens oriundos da formação terão de ter uma idade limite até aos 23 anos.
    A partir dessa idade só jogadores da equipa principal.
    A nossa "felicidade" com o Benfica só aparece quando somos claramente superiores a eles.
    Como no passado sábado.
    E meso assim...

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