Pessoas amigas que vão lendo esta crónica semanal “desafiaram-me”, no bom sentido do termo, a propor algumas soluções para o imbróglio cada vez maior em que o nosso futebol está metido.
No jeito, perfeitamente legitimo, de quererem ouvir soluções de quem diagnostica alguns problemas.
Muito bem aqui vai uma solução teórica, mais no âmbito do que desejo do que no que penso possível, para acabar de vez com este futebol que tem filhos de um Deus maior e filhos de um Deus menor.
Parecerá utopia, parecerá agir no limite do tolerável, mas afinal não é precisamente para esse limite que nos encaminhamos?
Então imaginemos o seguinte cenário:
Com Vitória e Braga encabeçando, um movimento de pequenos e médios clubes decide abandonar de imediato a Liga e a FPF.
Constituindo uma nova associação de clubes.
Deixando Benfica, Porto e Sporting a “brincarem sozinhos”, a jogarem entre eles 50 vezes por ano, com transmissões televisivas até dizer basta, vendendo os jornais do regime (Bola/Jogo/Record) até á exaustão e tornando diários os programas “Dia Seguinte”, “Trio de Ataque” e afins.
Imaginemos então um quadro de clubes fundadores:
Vitória, Braga, Académica, Setúbal, Marítimo, Nacional, BeiraMar, Leixões, Belenenses, Gil Vicente, Rio Ave, Varzim, Olhanense, Chaves, Covilhã, Portimonense, União Leiria e Barreirense.
Clubes com História e tradição.
Constituem uma verdadeira Liga, em que todos os clubes fossem iguais nos direitos e deveres, e organizam um campeonato nacional e uma taça da liga.
Um campeonato de 18 clubes com admissão tipo NBA, ou seja sujeita a rácios claros e objectivos, e com um período de carência de três anos ao longo dos quais o quadro de participantes seria rigorosamente o mesmo.
No final desses três anos todos os clubes teriam de ter um número de sócios, uma média de assistências, uma situação financeira e fiscal que lhes permitisse disputar uma prova profissional dentro dos parâmetros definidos.
E estádios compatíveis como é evidente.
Ao terceiro ano seria também analisada a eventual candidatura de outros clubes a dela fazerem parte sempre por exclusão de algum dos seus integrantes que não cumprisse os parâmetros exigidos.
A direcção dessa nova liga estabeleceria um rigoroso tecto salarial para jogadores e treinadores cujo não cumprimento acarretaria a exclusão da prova.
Aos que pagassem a mais e aos que…não pagassem!
Horários de jogos racionais e compatíveis com o país em que vivemos, com partidas ao sábado ás 16 h e 19.30 h e aos domingos ás 16 h exclusivamente.
Constituição de um canal de televisão próprio, para transmissão por cabo, e um máximo de duas transmissões por fim de semana.
Publicidade negociada pela liga e distribuída por todos os clubes de forma igual nos três primeiros anos.
A partir daí as médias de assistência ditariam percentagens.
Tudo isso complementado com bilhetes acessíveis (e ao mesmo preço para todos os jogos) e medidas promocionais da ida das famílias ao futebol.
Quadro de árbitros e observadores muito reduzido e responsabilizado por decisões e avaliações nomeadamente tornando públicos, e passíveis de discussão, os relatórios de avaliação dos árbitros.
Obrigatoriedade de ao terceiro ano os planteis serem constituídos com pelo menos 50% de jogadores oriundos da formação do clube e 80% de jogadores portugueses.
Que se tornaria em regra obrigatória para o futuro.
Recurso a meios tecnológicos para avaliar jogadas polémicas, nomeadamente grandes penalidades, bolas em cima da linha de golo e agressões de que o trio de arbitragem não se tivesse apercebido.
Proibição absoluta de RTP/SIC/TVI transmitirem jogos, filmarem treinos ou outros pormenores do dia a dia dos clubes.
Apenas lhes seria permitido os 3 minutos que a lei prevê para transmissão de resumos de jogos e a cobertura de actos públicos como conferências de imprensa.
Passaríamos a ter uma Liga Sagres com três clubes (originalidade mundial), uma Liga Vitalis votada á miséria mas passaríamos a ter uma Liga da Verdade.
Com bons jogos, público nos estádios, verdade desportiva, em suma, um verdadeiro Campeonato Nacional da 1ª divisão.
Que traduziria a verdadeira realidade do nosso futebol.
Inconvenientes?
Não ser reconhecido pela UEFA.
Qual é o problema?
Á “Champions” já não nos deixam ir.
Vitória e Braga que o digam.
A taça UEFA dá mais prejuízo que receita.
A UEFA que ficasse com o Benfica, Porto e Sporting que ficava muito bem servida.
Nós, em Portugal, ficaríamos com futebol a sério.
E sério!
Vale bem a troca.
Utopia?
Não é a mim que compete a resposta.
No jeito, perfeitamente legitimo, de quererem ouvir soluções de quem diagnostica alguns problemas.
Muito bem aqui vai uma solução teórica, mais no âmbito do que desejo do que no que penso possível, para acabar de vez com este futebol que tem filhos de um Deus maior e filhos de um Deus menor.
Parecerá utopia, parecerá agir no limite do tolerável, mas afinal não é precisamente para esse limite que nos encaminhamos?
Então imaginemos o seguinte cenário:
Com Vitória e Braga encabeçando, um movimento de pequenos e médios clubes decide abandonar de imediato a Liga e a FPF.
Constituindo uma nova associação de clubes.
Deixando Benfica, Porto e Sporting a “brincarem sozinhos”, a jogarem entre eles 50 vezes por ano, com transmissões televisivas até dizer basta, vendendo os jornais do regime (Bola/Jogo/Record) até á exaustão e tornando diários os programas “Dia Seguinte”, “Trio de Ataque” e afins.
Imaginemos então um quadro de clubes fundadores:
Vitória, Braga, Académica, Setúbal, Marítimo, Nacional, BeiraMar, Leixões, Belenenses, Gil Vicente, Rio Ave, Varzim, Olhanense, Chaves, Covilhã, Portimonense, União Leiria e Barreirense.
Clubes com História e tradição.
Constituem uma verdadeira Liga, em que todos os clubes fossem iguais nos direitos e deveres, e organizam um campeonato nacional e uma taça da liga.
Um campeonato de 18 clubes com admissão tipo NBA, ou seja sujeita a rácios claros e objectivos, e com um período de carência de três anos ao longo dos quais o quadro de participantes seria rigorosamente o mesmo.
No final desses três anos todos os clubes teriam de ter um número de sócios, uma média de assistências, uma situação financeira e fiscal que lhes permitisse disputar uma prova profissional dentro dos parâmetros definidos.
E estádios compatíveis como é evidente.
Ao terceiro ano seria também analisada a eventual candidatura de outros clubes a dela fazerem parte sempre por exclusão de algum dos seus integrantes que não cumprisse os parâmetros exigidos.
A direcção dessa nova liga estabeleceria um rigoroso tecto salarial para jogadores e treinadores cujo não cumprimento acarretaria a exclusão da prova.
Aos que pagassem a mais e aos que…não pagassem!
Horários de jogos racionais e compatíveis com o país em que vivemos, com partidas ao sábado ás 16 h e 19.30 h e aos domingos ás 16 h exclusivamente.
Constituição de um canal de televisão próprio, para transmissão por cabo, e um máximo de duas transmissões por fim de semana.
Publicidade negociada pela liga e distribuída por todos os clubes de forma igual nos três primeiros anos.
A partir daí as médias de assistência ditariam percentagens.
Tudo isso complementado com bilhetes acessíveis (e ao mesmo preço para todos os jogos) e medidas promocionais da ida das famílias ao futebol.
Quadro de árbitros e observadores muito reduzido e responsabilizado por decisões e avaliações nomeadamente tornando públicos, e passíveis de discussão, os relatórios de avaliação dos árbitros.
Obrigatoriedade de ao terceiro ano os planteis serem constituídos com pelo menos 50% de jogadores oriundos da formação do clube e 80% de jogadores portugueses.
Que se tornaria em regra obrigatória para o futuro.
Recurso a meios tecnológicos para avaliar jogadas polémicas, nomeadamente grandes penalidades, bolas em cima da linha de golo e agressões de que o trio de arbitragem não se tivesse apercebido.
Proibição absoluta de RTP/SIC/TVI transmitirem jogos, filmarem treinos ou outros pormenores do dia a dia dos clubes.
Apenas lhes seria permitido os 3 minutos que a lei prevê para transmissão de resumos de jogos e a cobertura de actos públicos como conferências de imprensa.
Passaríamos a ter uma Liga Sagres com três clubes (originalidade mundial), uma Liga Vitalis votada á miséria mas passaríamos a ter uma Liga da Verdade.
Com bons jogos, público nos estádios, verdade desportiva, em suma, um verdadeiro Campeonato Nacional da 1ª divisão.
Que traduziria a verdadeira realidade do nosso futebol.
Inconvenientes?
Não ser reconhecido pela UEFA.
Qual é o problema?
Á “Champions” já não nos deixam ir.
Vitória e Braga que o digam.
A taça UEFA dá mais prejuízo que receita.
A UEFA que ficasse com o Benfica, Porto e Sporting que ficava muito bem servida.
Nós, em Portugal, ficaríamos com futebol a sério.
E sério!
Vale bem a troca.
Utopia?
Não é a mim que compete a resposta.
BOLA CHEIA
Conselho de Justiça
Soube dizer não a tempo e horas á tentativa de “golpada” do Belenenses.
Louva-se a decisão porque justa.
E salienta-se, porque pouco habitual, o espaço de tempo em que foi tomada.
Conselho de Justiça
Soube dizer não a tempo e horas á tentativa de “golpada” do Belenenses.
Louva-se a decisão porque justa.
E salienta-se, porque pouco habitual, o espaço de tempo em que foi tomada.
BOLA VAZIA
“Chico espertos”
Os calendários e regulamentos (incluindo o disciplinar) da Liga, Taça e Taça da Liga foram aprovados no início de época. Com o acordo de todos.
Lamentável que agora, fruto das contingências das competições, Belenenses, Benfica e Porto tenham tentado adaptá-los aos sabores das suas conveniências.
Falharam.
Mas demonstraram uma vez mais a “qualidade” de quem os dirige.
“Chico espertos”
Os calendários e regulamentos (incluindo o disciplinar) da Liga, Taça e Taça da Liga foram aprovados no início de época. Com o acordo de todos.
Lamentável que agora, fruto das contingências das competições, Belenenses, Benfica e Porto tenham tentado adaptá-los aos sabores das suas conveniências.
Falharam.
Mas demonstraram uma vez mais a “qualidade” de quem os dirige.
Caro Luís,
ResponderEliminarAtribuí um dos meus Prémio "Dardos" ao vosso blogue. Continue assim, bom trabalho.
Ao ler este teu artigo, caro amigo, estou quase a 100% de acordo e deixo já aqui outras ideias.
ResponderEliminarAcho que seria extremamente interessante tal campeonato, mas até acho que poderia ter 20 clubes.
Em relação aos estádios, acho que deveria haver um número mínimo, mas também máximo de lugares, caso contrário qualquer equipa com um campo e duas bancadas poderia aderir a esta competição. Quanto a estádios, parece-me que o Municipal de Barcelos poderia servir de modelo a quem ainda não tem estádios condizentes.
Depois, falas do tecto salarial…UTOPIA máxima! E porquê? Porque todos sabemos que há muita gente, em todos os clubes a receber “por fora”, sejam técnicos, jogadores, ou mesmo fornecedores…
Defendo que deveria haver árbitros profissionais e concordo com a publicitação dos relatórios e avaliações, mas também acho que deveria haver uma informação pública e clara quanto a critérios de avaliação dos árbitros.
50% de jogadores oriundos da formação do clube e 80% de jogadores portugueses também me parece bem, mas acho que não poderemos fechar o mercado e tornar esta Liga xenófoba! Para isso, eu acrescentaria a possibilidade de inscrever até 3 estrangeiros em cada clube, não se aceitando naturalizações.
Concordo com o recurso a meios tecnológicos para avaliar jogadas polémicas e defendo que as mesmas deveriam ser analisadas imediatamente, in situ, sob pena de se criar suspeição e exaltar os ânimos tanto dentro como fora do campo, durante e depois dos jogos.
Não ser reconhecido pela UEFA? Ainda bem…dada a roubalheira que nos tem sido feita, até seria bom…
Um campeonato verdadeiro, sendo todos iguais e havendo critérios verdadeiros e uniformes. Uma Formula A1 GP do futebol português…E porque não???
acho uma excelente ideia.
ResponderEliminarsó o alivio de nao termos de aturar mais lampioes,lagartos e andrades valia bem esse campeonato.
até porque isto como esta é insuoportável.ainda ontem os palhaços da sic pareciam o canal benfica.até achavam que o danilo era avançado.viva a liga da verdade e abaixo a sagres,a vitalis,a liga e a fpf
Caro Luis Cirilo
ResponderEliminarSeria uma verdadeira revolução,talvez a maior desde o 25de Abril de 74.
A questão de fundo que é o protagonismo de Benfica,Porto,Sporting,LPFP,
FPF,UEFA e comunicação social nacional seria sem qualquer duvida fortemente abalada no caso de algum dia se conseguir algo parecido com esta sua arrojada visão.
Evidentemente este teria de ser um trabalho desenvolvido durante uns anos,com muitas reuniões,avanços e recuos,tendo como propósito principal abanar de forma inequivoca o actual estado de coisas.
E aqui levanta-se o problema do quem,como e quando.
Só um presidente dum destes dois clubes teria legitimidade para dar inicio a esta revolução.
Vamos continuar á espera que o tempo passe e as ideias surjam e se desenvolvam,para que nas proximas eleições do Vitória apareça um candidato com um projecto credivel e altamente arrojado,de preferência o seu proprio autor.
Continue,caro Cirilo,a construir o projecto para"o tal Vitória do futuro".
A gente espera...
e o Boavista ?
ResponderEliminaramigo Cirilo parabéns pelo teu artigo.
ResponderEliminarAprecio muito a forma desassombrada como defendes o nosso Vitória e tratas os grandes da forma como merecem ser tratados. Pensavamos que o 25 de Abril tinha acabado com todos os monopólios mas afinal ficou este. Acho que as tuas ideias sobre a Liga da Verdade são excelentes mas infelizmente não as creio exequiveis . Pelo menos com estes dirigentes.
A preocupaçao da maior parte deles é apenas centrada em apanhar as migalhas que caem da mesa dos grandes.
Tenho pena que seja assim porque a liga da verdade seria excelente para o futebol português.
Esta crónica/artigo tem obrigatóriamente de ser transcrita nos três "jornals" desportivos de Portugal.E já. Não sei como mas alguém sabe como conseguir isso? Esta é uma ideia minha muito a sério.Se algém tem possibilidade de conseguir estampar isto nos "três",seria excelente.Que acham?
ResponderEliminarEu acho que seria super excelente,caro anónimo das 10,16.
ResponderEliminarPodemos não o conseguir mas pelo menos podiamos tentar.
Caro Luis Cirilo,mais uma vez não posso deixar de aplaudir o que escreveu neste texto uma vez que concordo absolutamente com a sua opinião
Porque não usar o seu peso como ex-deputado ou ex-governador civil e começar a fazer-se ouvir em todo o país defendendo o que pensa,nem que para isso tenha de se expor publicamente?
Li em rodapé num qualquer noticiário da noite,que Manuela F.Leite apelou á irreverência da JSD.Desconheço o conteúdo mas gosto muito da palavra "irreverência".
Pelo que sei,caro Luis Cirilo,só temos uma vida.
Caro Luis:
ResponderEliminarMuito obrigado pela distinção.
Espero continuar neste rumo.
Caro Saganowski:
Quando até o Gordon Brown diz que em Inglaterra os postos de trabalho são para ingleses quem sou eu para ser acusado de xenofobia ?
Repara que não fechei a porta a estrangeiros.
Apenas reduziria a sua presença a números razoáveis.
Os 3 que sugeres parecem-me bem.
De resto as ideias que avanço são apenas isso...ideias.
Se um dia se passasse á sua efectivação teria de existir muito mais pormenor na elaboração de regulamentos e outras coisas.
Caro Rui Rodrigues:
Na realidade a transmissãoda SIC foi um nojo.
Caro José Alves:
Pôr em pé uma prova destas exigiria,de facto,uma paciência de Jó !
Não acredito que seja possivel nos próximos anos a não ser que a conjuntura económica resolva por si uns problemas que os dirigentes não querem resolver.
Porque se isto for tudo á falência vai ser preciso começar do zero.
E aí,quem sabe,talvez seja possivel.
Isto sem prejuizo de considerar que pode ser feita muita coisa nos tempos correntes.
Mas para isso só o tal Vitória do futuro...
Caro Anónimo:
O quem ?
Caro Pedro:
É precisamente por saber como são a esmagadora maioria dos actuais dirigentes que não acho possivel mudar o futebol português.
Porque eles,infelizmente,se limitaqm a olhar para o curto prazo.
E,como dizes, a disputarem as migalhas que caem do prato dos chamados grandes.
Caro Anónimo:
Agradeço as suas palavras.
Mas os jornais desportivos nunca publicariam isto.
Porque o que se preconiza é algo que lhes estragava o negócio.
Caro José Alves:
Vou fazendo o que posso como tem notado.
eu também gosto do termo irreverência.
Que é um estado de alma e não uma consequência do bilhete de identidade.
O só termos uma vida não é mau desde que a saibamos viver e lutar por aquilo em que acreditamos.
COmpreendo onde quer chegar,mas como sabe uma andorinha não faz a primavera.
Se um dia conseguirmos conquistar o Vitória para esta e outras causas então já teremos um ponto de apoio sólido e uma boa possibilidade de acesso aos meio de comunicação.
Tem algumas ideias interessantes, outras melhoráveis, mas é utópico acima de tudo no sentido em que a mudança devia começar a partir das presidências dos clubes, e essas como se tem visto são submissas aos 3 estarolas e nada fazem para mudar o estado actual das coisas. (ou então simplesmente teremos que abrir-lhes os olhos)
ResponderEliminarUm post verdadeiramente revolucionário, mas muito interesante. É utópico mas podia ser que só com a ameaça o pessoal adormecido dos 3 estarolas acordasse! Os meus parabéns.
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