Páginas
▼
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Povo Livre
Imagem:www.psd.pt
Já noutra oportunidade me referi á preservação da memória histórica do partido a que o site do PSD se tem dedicado.
Na altura tinha como referência alguns dos cartazes mais significativos dos primeiros anos .
Agora colocaram, e muito bem, on line a capa das primeiras edições do "Povo Livre".
Hoje que a edição em papel já não existe muitos não darão grande importância ao elo fundamental que o jornal foi nos primeiros anos.
Elo entre a direcção do partido e as bases.
Num tempo em que a esmagadora maioria da imprensa era de esquerda e extrema esquerda, com honrosas e perseguidas excepções, o "Povo Livre" era a única fonte onde podíamos "beber" informação credível sobre o partido.
Vendia-se em alguns quiosques, porque outros por medo ou sectarismo ideológico dos proprietários nem o recebiam,e também na sede do partido.
Aliás uma das primeiras tarefas quando se chegava á JSD era vender na rua o jornal para fazer chegar ao maior número possível de portugueses a mensagem do PPD.
Vendi muitos e guardo desse tempo uma memória excepcional agora avivada ao rever estas primeiras edições.
A que escolhi para encimar este post tem uma recordação especial.
O PPD tinha feito um grande comício na praça de touros do Campo Pequeno e as páginas centrais desta edição eram constituídas por um poster do comício vendo-se o espaço a abarrotar.
Era com muito orgulho que nós, militantes da JSD e do PPD,mostrávamos esse poster como querendo provar que o "nosso" partido também fazia grandes comícios e mobilizações populares.
Porque na imprensa, incluindo uma estatizada RTP,não mostravam as grandes mobilizações do PPD.
Só do PS para a esquerda.
Era um tempo em que se vestia a camisola com outra paixão.
Depois Falamos
Pois é amigo Cirilo, eram outros tempos, tempo em que ideologia era tudo, tempos em que se lutava por ideais, por modelos de sociedade, com convicção, com paixão. Tempos em que não eram os mesquinhos intereses pessoais que governavam tudo. Eram tempos em que não era preciso pagar a ninguém para colar cartazes, tempos em que a militância significava ir para a rua apanhar pedradas e ser insultado porque se tinha um emblema do PPD ao peito. Eram tempos de verdadeira lutra pela democracia e pela liberdade, mas também eram tempos em que nos sentiamos parte de algo maior que nós mesmos, em que o termo "companheiro" significava verdadeira confiança e apoio mutuo. Hoje já não precisamos de sujar as mãos para colocar propaganda, o regime está consolidado, os ideais parecem ter ido de férias para nunca mais voltar e tantas vezes somos os principais adversários de nós próprios, sem solidariedade interna, sem principios que não sejam os ditados pelo próprio umbigo.
ResponderEliminarProvavelmente tinha mesmo de ser assim, chamam-lhe evolução da sociedade ou seja lá o que for, mas que tenho saudade desses tempos tenho...até das pedradas.
Um grande abraço.
a jota hoje não cola cartazes. imgina o que seria pedir-lhes para vender o povo livre!
ResponderEliminarhoje a primeira coisa que pedem para ajudar nas campanhas é carros...
E também era um tempo em que a RTP, tal como hoje, era controlada por partidos políticos... pelo visto
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarSinal dos tempos.
Caro Luis:
Hoje é uma brincadeira comparado com os tempos do PREC.
RTP,RDP e generalidade da imprensa.
Escapavam o Expresso,Tempo,Diabo e poucos mais
Caro Amilcar:
ResponderEliminarAcho que o teu comentário diz tudo.
Esse era o nosso PPD depois PSD.
Essa era a nossa JSD.
Talvez porque os tempos eram muito mais dificeis (e então aí no teu Alentejo nem se fala...)havia outro espirito de corpo e outra solidariedade.
Agora estamos assim.
E se assim continuarmos...não vamos longe.