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quinta-feira, novembro 06, 2008

Obama

A clareza da vitória de Barak Obama diz bem da vontade de mudança que assolava os Estados Unidos e da esperança que o senador do Illinois representava em termos de novas politicas.
Não entrando em grandes detalhes estatisticos ainda assim não deixa de ser impressionante que 63 milhões e quinhentos mil eleitores tenham dado o seu voto ao novo presidente naquela que constituiu a maior votação de sempre num político nos Estados Unidos.
Abre-se assim uma nova era.
De responsabilidade, de mudança e, porque não dizê-lo, de liderança mundial.
Mas também no âmbito das relações entre povos e raças.
E mais uma vez são os Estados Unidos que estão na vanguarda.
De facto a eleição de um presidente negro (mas de sangue vermelho ao contrário do que pensa o director do Público...) num país em que as marcas do racismo são ainda,e apesar de tudo,visiveis
significa uma atitude de profunda abertura cultural aos novos tempos e ás realidades multiculturais e multiraciais da América.
Como a Europa está longe de poder vangloriar-se do mesmo.
E voltando á estatistica,apenas de relance,interessará perceber que a vitória de Obama embora tenha sido expressiva não foi, e ainda bem por várias razões, esmagadadora.
Venceu em 29 estados, teve cerca de 53% dos votos expressos e elegeu 338 grandes eleitores que são quem elege de facto o presidente.
John McCain teve perto de 50 milhões de votos(qualquer coisa como 47%),venceu em 21 estados e conseguiu 156 grandes eleitores.
Foi uma derrota com honra de um homem que noutras circunstâncias podia perfeitamente ter ganho a eleição.
Em bom rigor poucos republicanos o mereceriam tanto como ele.
Mas o fenómeno/moda Obama era imparável e McCain foi o republicano certo no tempo errado.
Ainda assim a vitória em 21 estados,contra 29 de Obama,demonstra um certo equilibrio e permite aos republicanos a pequena consolação de continuarem a ser senhores da vitória mais expressiva de sempre.
Em 1984 ,na sua reeleição,Ronald Reagan venceu em 49 dos 50 Estados !
Marca que nunca tinha sido,nem voltou a ser,alcançada.
Importa agora é que Barak Obama esteja á altura do que os EUA e o mundo esperam dele.
Porque da forma como as coisas estão pode não haver segunda oportunidade.
Depois Falamos

3 comentários:

  1. Tem razão, Caro Amigo , muitos são os que por toda a parte no mundo desejam as boas vindas a Barack Obama. Eu sou um deles. O seu “post” diz tudo, ou quase.
    Muitos são os que colocam em Obama uma esperança, a esperança de um novo mundo possível. Aqueles que creram no sonho de Martin Luther King, aqueles que estão fartos das discriminações raciais, aqueles que gostariam de dialogar de igual para igual com o verdadeiro povo dos Estados Unidos e não somente com um Império de yankees, de gringos ou pior ainda de falcões de Washington ou de Marines.
    Martin Luther King tinha dito que o sonho que ele tinha era de ver os seus filhos viver um dia numa nação onde eles seriam julgados não pela cor da pele, mas pelo seu caracter. Obama é este sonho transformado em realidade.
    Obama é talvez a esperança de uma revolução silenciosa de um povo acordado pelo pesadelo da vigarice de uma crise económica e farto de verter o seu sangue por guerras frequentemente inúteis e nem mesmo vitoriosas.
    Os predecessores e adversários demonstraram até ao ultimo minuto quem eles são realmente. Diante da derrota provável, eles inventaram de repente pecados graves, como os de ser negro, muçulmano, socialista e mesmo comunista que é o pior de todos os pecados num pais como a América.
    Obama vai assumir a presidência de uma nação com certos handicaps.
    Além dos países amigos sinceros dos Estados Unidos, incluindo mesmo aqueles que têm necessidade demais dos dollars para se exprimirem corajosamente, sem duvida nenhuma e para o momento, os Estados Unidos inspiram a muitas nações sentimentos de antipatia. O que quer dizer que muito deverá ser reconstruído.
    A crise económica que abala actualmente os Estados Unidos, (e o mundo )apesar de todo o mal que ela possa causar, e causa, é também uma “chance” inesperada para um mundo melhor. A maioria dos cidadãos descobriram agora a fraude dos banqueiros e dos grandes grupos financeiros. Muitos pensam já que Obama não poderá governar um pais que está nas mãos de poderosas multinacionais, transnacionais e corporations.
    Talvez seja por isso, que penso que foi talvez uma revolução que lhe foi proposta nas urnas , a revolução silenciosa da imensa maioria contra uma minoria de poderosos.

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  2. Foi a derrota de Bush e não McCain. Quanto as esperanças espero para ver o que valerá na realidade Obama. Fiquei feliz embora não esteja tão optimista como a maioria que pensa que os nossos problemas acabaram. Espero agora o que Obama fará em assuntos como por exemplo o Iraque, Afeganistão, Guantánamo, relação com a emergente Rússia, crise financeira, depois falamos...

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  3. Caro Freitas Pereira:
    Partilho da sua tese de que Obama é o resultado de uma revolução silenciosa e a personificação de um sonho que vem desde,pelo menos,Martin Luther King.
    Mas não tenho ilusões( e o meu Amigo que tão bem conhece os EUA ainda terá menos...) que para Obama o mais "fácil" foi ganhar as eleições.
    O dificil vem agora.
    Os lobbys,os grupos de pressão,a industria armamentista,as grandes multinacionais dos negócios a qualquer preço,enfim,todo um mundo de dificuldades a vencer.
    Obama é o presidente americano que tem sobre si o maior capital de esperança desde John F.Kennedy.
    Esperemos que, a todos os niveis,tenha mais sorte do que o primeiro católico (uma revolução ao tempo) a ser eleito presidente dessa grande nação.
    Caro Pantic:
    Estou de acordo.E muito teria gostado ver Obama obter este triunfo sobre Bush.
    Infelizmente foi uma personalidade admirável,e merecedora de todo o respeito,com McCain que pagou a factura de oito anos de desvario.
    Porque noutras circunstâncias (e já agora sem Palin !)podia perfeitamente ter ganho.
    Porque em curriculum,carácter,serviço ao País e personificação do "sonho americano" o senador McCain era perfeitamente inigualável.
    Ás vezes a História é injusta.
    Normalmente com os melhores !

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