O titulo pode parecer provocatório,ou ignorante conforme as perspectivas ,mas tem explicação.
Antes de mais convém dizer que Salamanca é uma das cidades mais encantadoras de Espanha e aquela,para lá de Vigo,de que tenho memórias mais remotas e simultâneamente encantadoras.
Remontam a 1975,num passeio a Madrid do liceu de Guimarães,em que á ida e á volta a pernoita se fez naquela cidade.
Sim,porque nesse tempo chegar de autocarro á capital de Espanha demorava bem dia e meio tal a qualidade das estradas de um e outro lado da fronteira.
Adiante que não é própriamente desse memorável passeio que se trata neste post.
Posteriormente e ao longo dos anos voltei muitas vezes a Salamanca sempre com um encanto renovado,sempre com a descoberta de novos interesses nessa cidade que com toda a justiça é considerada património mundial.
Muito por força da sua "Plaza Mayor",acima retratada,que considero a mais imponente e bela de toda a Espanha.
Onde como é sabido não faltam belissimos espaços desses.
Pois um destes dias fui ao cinema ver um filme assaz curioso: integralmente passado em Salamanca tem como enredo o atentado a um presidente americano durante uma cimeira internacional.
Ou seja um tradicional filme americano completamente passado num cenário que me é profundamente familiar.
Plaza Mayor,Catedral,Casa das Conchas,ruelas do centro histórico.a torre do chaveiro,enfim tudo a transmitir uma sensação de conhecimento e reconhecimento.
Já não vou a Salamanca há algum tempo.
Mas foi agradável revisitá-la assim.
Depois Falamos
Caro Luis Cirilo
ResponderEliminarComo vê, de vez em quando passo por cá ! . Estou de acordo sobre a descrição que faz de Salamanca. Além das riquezas arquitecturais e a historia imensa desta magnifica cidade , sempre considerei Salamanca como o seio do humanismo e da inteligência.
O grande Unamuno , que era Basco, disse num célebre discurso “ Nasci em Bilbau, mas esposei esta cidade, que muito amei, sem nunca esquecer a minha cidade natal”
Em Salamanca respira-se esse ar de liberdade intelectual que Unamuno personificou.
Por isso, também gosto de ir a Salamanca.
“Vous vaincrez mais vous ne convaincrez pas. Vous vaincrez parce que vous possédez une surabondance de force brutale, vous ne convaincrez pas parce que convaincre signifie persuader. Et pour persuader il vous faudrait avoir ce qui vous manque: la raison et le droit dans votre combat. Il me semble inutile de vous exhorter à penser à l’Espagne. J’ai dit.”
Ce discours a été ponctué par la foule de “Viva la muerte” et “Mueran los intellectuales”, et il s’en est fallu de peu qu’il fût lynché par les phalangistes franquistes à la sortie de la cathédrale de Salamanque. Unamuno n’est plus sorti de chez lui et est mort quelques semaines plus tard.
Desculpe Caro Cirilo, mas escrever sobre Salamanca sem falar de Unamuno seria imperdoável.
A minha curiosidade é agora muito grande de saber quantos Americanos conhecem esta faceta da historia de Salamanca!
Cumprimentos.
Caro Freitas Pereira:
ResponderEliminarNão posso estar mais de acordo consigo quanto ao que escreveu sobre Salamanca e Unamuno.
Realmente é uma cidade onde se respira um ar diferente,um pouco como,ressalvadas as distâncias,em Coimbra ou Santiago de Compostela.
Talvez por todas elas terem universidades centénárias e de grande tradição de pensamento.
Curiosamente,e já que cita o berço de Unamuno,devo dizer que também gosto muito de Bilbau.
Cidade completamente diferente,industrializada,mas com um "casco" histórico interessantissimo.
Já agora parabéns pela colaboração no "Povo de Guimaraes".
Vai de certeza dar ao jornal algumas perspectivas diferentes,de fora para dentro.
Caro Luis Cirilo
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua apreciação da minha colaboração mais ou menos esporádica no Povo de Guimarães.
Esta colaboração permite-me de fazer a “manutenção” do meu Português escrito, que os 50 anos de ausência da Mãe Pátria empobreceram, e, ao mesmo tempo, de passar para o papel algumas reflexões sobre os problemas do mundo, problemas que se acumulam como muito bem sabe e que valem a pena de ser analisados.
Claro que a minha opinião, sem pretensão alguma, já desagradou a alguns amigos meus , mas como já há muito que sei que em política querer agradar a Gregos e Troianos é tarefa impossível e fazê-lo seria faltar ao respeito de si mesmo, eu lá continuarei.
E como não tenho responsabilidades políticas a nenhum nível, esta posição é mais fácil.
Para aqueles que têm responsabilidades políticas é mais difícil.
E como sabe, a fraqueza das democracias é que elas sejam obrigadas, frequentemente, a renegar-se , para sobreviver.