Vai ou não o Orçamento de Estado (OE) ser aprovado?
Pela AD com o PS ?
Pela AD com o Chega ?
Vai ou não o país para novas eleições?
Vamos por partes.
Não possuindo dotes de adivinho, como alguns astrólogos e até comentadores televisivos, direi apenas que tenho a sensação de que isso, aprovação do OE, já me pareceu mais provável embora ainda esteja longe de ser impossível.
Dependerá da boa fé negocial das partes mas muito em especial do PS que como lhe é típico ora diz uma coisa ora diz outra ao sabor das suas próprias tensões internas entre os que defendem uma oposição responsável (como a do PSD de Marcelo ao governo de Guterres) e os saudosistas da geringonça e ansiosos por uma frente de esquerda de que a esbaforida líder parlamentar é o rosto mais visível.
Sendo certo que Pedro Nuno Santos estará mais próximo dos segundos do que dos primeiros, até porque responsabilidade e bom senso nunca foram marca da sua actuação política, o que mostra bem a hipocrisia com que desde Agosto andou a dizer uma coisa e agora parece inclinado para outra.
Não sei que proposta irrecusável vai o primeiro ministro fazer ao PS (como publicamente o próprio já anunciou) mas ao fazê-la deve ter presente que o PS pode estar na disposição de fazer de conta que ouve quando já tem a decisão tomada.
Bastará lembrar, e Luís Montenegro deve ter isso bem presente, o faz de conta de António Costa com Pedro Passos Coelho fingindo estar a encarar uma solução de governo comum quando já tinha a geringonça negociada.
Pelo que se falhar o PS a alternativa é o Chega.
Alternativa já ferida logo á partida por duas condicionantes.
O famigerado "não é não", que não resolveu problema nenhum e ainda arranjou um bem grande com as peripécias em volta da eleição do presidente do Parlamento (assunto em que o Chega cometeu um sério erro político) e o facto de ninguém gostar de ser segunda opção apenas chamada a jogo porque a primeira opção falhou.
Isso não impede o entendimento mas sobe o preço.
E portanto embora ache mais fácil um acordo entre AD e Chega do que entre AD e PS não tenho nenhuma certeza (quem tem ?) de que isso venha a acontecer e seja possível aprovar o OE.
Restam as eleições.
Que não trazem nenhuma vantagem para o país, somam uma crise política interna a uma situação internacional muito complexa e ainda por cima não dão nenhuma garantia de delas resultar uma solução de governo estável.
E bem fariam os diversos responsáveis partidários em prestarem a devida atenção às palavras de Manuel Castro Almeida, claramente um dos melhores ministros ( da Coesão Territorial) deste governo, ao dizer peremptoriamente que com eleições não será possível executar o PRR com tudo de nocivo para o desenvolvimento do país que isso significa.
Mas se mesmo assim a táctica partidária da oposição, assente em tentar conquistar o poder a qualquer preço e eventualmente salvar a cabeça a um ou outro dos seus líderes, se sobrepuser ao interesse nacional teremos novas eleições.
E aí creio que a AD pode olhar para elas com expectativa positiva.
Porque neste seis meses fez mais nalgumas áreas que o PS em oito anos ( e convém recordar que nos últimos 30 anos o PS governou 23 o que mostra bem a hipocrisia e falta de fundamento em muitas das suas críticas) como são os casos mais evidentes dos professores, dos enfermeiros, dos polícias dos funcionários judiciais, a par do aumento do complemento solidário para os idosos, à disciplina que está a impor na questão da emigração, à baixa no IRS, aos acordos hoje assinados na concertação social, a uma política fiscal mais amiga dos jovens e das empresas entre outras medidas tomadas neste relativamente curto espaço de tempo.
Até porque o eleitorado terá muita dificuldade em perceber que o principal partido da oposição tenha criado um obstáculo inultrapassável em termos de entendimento em torno de uma...baixa de impostos!!!
Pelo que o governo não desejando eleições também não as deve recear.
Sendo sendo preferível enveredar por essa via, mesmo com os custos que tem para o país, do que sujeitar-se a tendo ganho eleições ter de governar com o programa e as ideias de quem as perdeu traindo assim o seu próprio eleitorado.
Isso só mesmo na cabeça de alucinados ansisos pelo poder pode ter cabimento.
Haja juízo.
O que significa haver OE aprovado.
Depois Falamos.
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