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terça-feira, abril 02, 2024

Ministro

Toma hoje posse o XXIV governo constitucional saído das eleições de 10 de Março e presidido por Luís Montenegro.
Já tive oportunidade, e não vou repetir agora como é óbvio, de escrever as razões pelas quais  considero que o governo tem um excelente elenco que superou as expectativas e pela capacidade dos seus membros tem todas as condições para governar com eficácia, resolver problemas e fazer as reformas de que o país tanto necessita,
Se o vai conseguir é outra questão porque não tendo maioria no Parlamento depende de factores que não controla.
Mas em relação ao elenco governativo quero deixar aqui o testemunho da satisfação com que encaro a nomeação de José Manuel Fernandes como ministro da agricultura e pescas.
Por tres razões essencialmente.
A primeira porque conhecendo-o vai para trinta anos, e com o à vontade de nem sempre termos estado de acordo em questões internas do PSD, sei bem da sua capacidade, da sua dedicação ao trabalho, do profissionalismo no melhor sentido do termo com que exerce os cargos que lhe são confiados.
A segunda porque é o reconhecimento do mérito.
Foi um excelente presidente de câmara em Vila Verde, um concelho médio do distrito de Braga, mas foi no parlamento europeu que  fruto do seu trabalho ganhou uma dimensão política que justifica plenamente a escolha do primeiro ministro.
Deputado europeu desde 2009 fez uma trajectória claramente ascendente em termos de ganho de competências próprias, de visibilidade e reconhecimento do seu trabalho que o tornaram na última década num dos deputados mais importantes do Parlamento Europeu com um desempenho na importante e complexa área dos Orçamentos reconhecido não só pelos colegas do PPE como também por deputados de outros agrupamentos políticos e outras áreas ideológicas.
Não foi seguramente por acaso que ainda recentemente foi considerado o quarto deputado mais influente do parlamento europeu o que entre 705 parlamentares de 27 países é extremamente significativo.
E essa sua experiência na comissão dos orçamentos e o conhecimento profundo que tem da área dos fundos comunitários será seguramente muito importante para o país não só na pasta que vai tutelar como também na acção de todo o governo sabendo-se da importância para Portugal das verbas que vem da União Europeia.
A terceira razão prende-se com o exemplo que a sua escolha constitui.
José Manuel Fernandes nasceu em Vila Verde, lá trabalhou , lá foi presidente de câmara e de lá foi para o parlamento europeu.
Não nasceu em Lisboa, nunca viveu em Lisboa, nunca trabalhou em Lisboa, nunca fez política em Lisboa.
Não fez no PSD parte de grupos lisboetas, não pertence a lobbys, não tem factores subjectivos a justificarem a sua escolha.
Foi mesmo pelo mérito do seu trabalho na autarquia a que presidiu e essencialmente pelo excelente desempenho na Europa provando que quando se tem qualidade e capacidade não é forçoso ser-se oriundo politica e /ou profissionalmente da capital do país.
O que revela também, e é bom constatar isso, que o primeiro ministro ao escolhê-lo mostrou estar atento a todo o país e a todas as realidades.
E esse é também um sinal  muito positivo e que apraz registar.
Não duvido que se  o governo tiver condições para exercer a sua actividade durante toda a legislatura no fim dela o ministro da agricultura e pescas terá um dos desempenhos mais positivos de todo o governo e confirmará o acerto na escolha feita por Luís Montenegro.
Depois Falamos.

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