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sábado, abril 13, 2024

Indigesto

Este é um daqueles resultados indigestos, porque inesperados embora se saibam possíveis, que de vez em quando surgem no futebol.
E é indigesto por cinco razões.
A primeira é que o Vitória foi duramente penalizado, e quase foi pior, pelos sortilégios próprios do jogo e pelas habilidades próprias do "sistema" numa partida que dominou totalmente e na qual foi a única equipa que procurou consistentemente o triunfo jogando futebol.
Os jogadores deram tudo, Álvaro Pacheco mexeu bem e atempadamente na equipa mudando a disposição táctica, as oportunidades apareceram mas a bola não entrou.
Acontece.
A segunda razão chama-se Farense.
No bom e no mau.
No bom porque entrou bem a jogar o jogo pelo jogo, criando oportunidades e marcando um golo e dando ideia de que iria contribuir para um bom jogo.
Puro engano.
Passou grande parte da primeira parte e toda a segunda parte praticando um anti jogo primário, com constantes simulações de lesões, aproveitando todos os pretextos para queimar tempo perante a passividade de um árbitro a quem essa forma de estar em nada incomodou ou, versão bondosa, não teve autoridade para pôr cobro a isso.
Em todo o segundo período, que me lembre, o Farense fez um único remate à baliza e ao lado.
Uma forma de jogar e uma postura que são o retrato de um treinador que não sabe nem nunca soube para mais que isto.
E que ainda teve a lata de se queixar do tempo de compensação dado pelo árbitro que foram oito minutos em cada parte. E se na primeira foi adequado na segunda mais três ou quatro minutos não seriam exagero nenhum.
Mas não foi por mais ou menos minutos de descontos que o Vitória não venceu.
A terceira razão chama-se árbitro e VAR.
Árbitro permissivo ao anti jogo e à dureza dos jogadores do Farense, sem autoridade como se viu em vária ocasiões e muito poupadinho no tempo de compensação do segundo período.
VAR que anulou um golo ( e que grande golo) de João Mendes pretextando um fora de jogo que não existiu e cuja marcação foi uma barbaridade.
A quarta razão dá pelo nome de Conselho de Arbitragem.
Que para um jogo em que se discutia o terceiro lugar mandou um dos árbitros mais inexperientes do quadro da primeira categoria que na época passada apitou nove jogos e nesta época tinha apitado apenas cinco e nenhum que envolvesse a disputa de lugares com acesso às provas europeias.
Mas o Conselho de Arbitragem ainda foi mais longe com a gentileza em relação ao Vitória.
Numa altura em que estamos a disputar o terceiro lugar com o FCP nomearam um árbitro e um VAR (que teve influência decisiva no resultado) pertencentes à Associação de Futebol do ...Porto!
Para não dizer mais, muito mais, direi apenas que é de uma enorme insensatez que em nada defende a imagem do futebol.
A quinta e última razão, mais profunda e a que voltarei no futuro, tem a ver com o facto de não sendo o terceiro lugar o objectivo (nem o quarto em bom rigor) mas proporcionando as incidências do campeonato a possibilidade de entrar nessa disputa estejamos fragilizados neste momento decisivo por uma gestão desportiva que vem desde o final da época passada enfraquecendo a equipa e reduzindo as opções do treinador para lugares cruciais.
Não costuma imaginar o que esta equipa, com alguns jogadores já evidentemente desgastados, poderia render se ainda tivesse nos seus quadros André Silva, Dani Silva, Nélson da Luz e até Safira .
Porque hoje uma vez mais ficou patente que é na falta de um verdadeiro goleador que reside a grande lacuna desta equipa.
E essa é, provavelmente, a razão mais forte para a indigestão de hoje!
Depois Falamos.

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