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quarta-feira, janeiro 10, 2024

A.D.

Decidiu o PSD que em termos de eleições legislativas haveria vantagens na formação de uma coligção pré eleitoral susceptível de uma maior mobilização de votantes e capaz de aproveitar até ao tutano,passe a expressão, as especificidades de método de Hondt.
Creio que fez bem.
E essa coligação fez-se com o velho parceiro de coligações, o CDS que com ele estivera na AD e na PAF, a que se juntaria depois o PPM que também já estivera  com o PSD na AD original.
E a esta nova coligação resolveram dar um velho nome chamando-a de Aliança Democrática.
Em minha opinião fazer um coligação com o CDS foi uma boa decisão mas a inclusão do PPM e o nome Aliança Democrática não me parece que tragam especiais vantagens para não falar de inconvenientes.
Vamos por partes.
Em janeiro de 2022, fará dia 30 dois anos, o CDS teve 89.113 votos e não elegeu nenhum deputado mas ainda assim com uma votação superior a PAN e Livre que elegeram um cada qual. 
É evidente que se nessa eleição os dois partidos, PSD e CDS, tem concorrido juntos não evitariam a maioria absoluta do PS mas teriam conseguido, graças ao método de Hondt, eleger mais alguns deputados.
De resto o CDS é uma partido fundador da democracia, tem histórico governamental, presença no todo do território nacional e implantação autárquica com várias presidênncias de câmara algo que o BE, por exemplo, nunca conseguiu.
É por isso um parceiro natural numa coligação.
O PPM não.
Desde a AD original nunca mais elegeu deputados, não tem nem nunca teve implantação autárquica, não existe no todo do território e nas últimas legislativas teve 260 votos sendo o partido menos votado nessas eleições!!!
Não vejo o que acrescenta à coligação a não ser o permitir usar o nome e a sigla AD ao abrigo de eventuais processos judiciais caso não fosse incluido.
É demasiado pouco para justificar a presença na coligação tendo, ainda por cima, um líder que atrai polémicas com a mesma facilidade com a que a luz atrai moscas.
E daí passamos à necessidade de a nova coligação repescar o nome da velha.
Não vejo ganho de causa.
Desde logo porque a AD original concorreu às legislativas de 1979 e 1980 , ou seja há quarenta e três  anos, quando parte substancial dos actuais eleitores nem era nascida ou se era ainda não tinha direito a voto.
É uma memória que diz muito aos que nasceram antes de 1962 e nela puderam votar, dirá alguma coisa aos nascidos até 1965 ou 1966 que não votaram mas de alguma forma participaram nas campanhas mas não diz nada a quem nasceu dessa data para cá.
Seria preferível,do meu ponto de vista, PSD e CDS coligarem-se, dispensarem o PPM, e denominarem a coligação com um nome nunca utilizado em vez de irem ao passado buscar um nome  e uma sigla já usados e que não me parece acrescentarem mais valia eleitoral. 
E por uma razão mais.
Porque a AD, para os que são dessa altura, traz saudosas memórias do tempo em que foi liderada por Francisco Sá Carneiro mas memórias mais penosas do tempo em que foi liderada por Francisco Pinto Balsemão até por acabar como acabou com PSD e CDS de costas voltadas.
E, sejamos francos, mais vale evitar comparações com o passado porque as memórias boas que dele restam são imbatíveis no tempo presente.
Mas está...está.
E por isso é em AD que  PSD/CDS/PPM tem de tentar ganhar as próximas eleições para depois, sozinhos ou acompanhados algo que os resultados eleitorais ditarão, governarem Portugal.
E ganhar eleições  consegue-se com um bom programa eleitoral, boas listas de candidatos a deputados, uma excelente campanha nacional do candidato a primeiro ministro e uma muito boa campanha nos 18 distritos, nas duas regiões autónomas e nos dois circulos da emigração.
Aí estará, nas boas campanhas locais, o pequeno detalhe que poderá fazer toda a diferença.
Depois Falamos.

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