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domingo, julho 16, 2023

Primeira Avaliação

 O meu artigo desta semana no zerozero.pt

Sou daqueles que acha, e já o escrevi aqui no zerozero várias vezes, que o mercado de transferências devia fechar muito antes de 31 de Agosto quando todos os campeonatos europeus já estão iniciados e os clubes tem os seus grupos de trabalho estruturados.
Penso que se encerrassem mais cedo, por exemplo a 1 de Agosto, ou no limite a 15 desse mês, isso traria uma racionalidade ao mercado que actualmente não existe e proporciona desiquilibrios que apenas servem para tornar os fortes ainda mais fortes e os fracos ainda mais fracos.
A actual situação, que interessa a jogadores, aos seus agentes e a alguns poucos clubes não serve o futebol nem a competitiviidade dos campeonatos porque contribuindo para fazer valer a lei dos mais fortes proporciona que algumas equipas já com as competições em curso se vejam desfalcadas de jogadores importantes no plantel acentuando as diferenças que já de si são grandes.
E isso vale no mercado interno, onde os mais fortes tem a faca e o queijo na mão, mas também no mercado internacional onde os mais fortes cá são fracos lá e também são “vitímas” de algumas surpresas de ultima hora.
E por isso entendo que a UEFA e a FIFA deviam tomar medidas para disciplinarem a situação.
Mas as coisas são o que são e enquanto não forem diferentes os clubes portugueses tem de viver com as regras actuais e adaptarem-se a elas o melhor possível.
Equivale isto a dizer que fechando o mercado a 31 de Agosto ainda falta mês e meio (com excepção de alguns mercados asiáticos onde ainda fecha mais tarde) para se saber a definição de cada plantel para os quatro meses seguintes porque em Janeiro há nova janela de transferências.
No caso do Vitória, primeira equipa portuguesa a entrar em competição em termos oficiais já no próximo dia 27 frente aos eslovenos do Celje, a regra é obviamente a mesma que se aplica a todos os outros mas pode já fazer-se uma primeira avaliação do plantel, até porque não é previsivel que até essa eliminatória haja mexidas significativas, em função desse importante compromisso.
E assim pode dizer-se os eguinte:
Na baliza está tudo tranquilo com Bruno Varela, um dos melhores guarda redes portugueses da actualidade, o contratado Charles e o jovem Rafa que continuará a evoluir na equipa B e será o terceiro guarda redes da primeira equipa.
Celton Biai, que tem brilhado mais na selecção de sub 21 que no clube, será provavelmente emprestado ou até transferido se aparecer alguma proposta interessante.
Em termos de defesa as coisas já não são tão tranquilas.
Sairam o titularissimo Bamba e os laterais Heldér Sá e Ogawa e foi contratado Ricardo Mangas ( a contratação mais sonante até ao momento) mas o sector carece de mais soluções.
Na lateral direita Miguel Maga e Bruno Gaspar, mais Zé Carlos de for preciso, asseguram bem o posto e na esquerda Mangas e Afonso Freitas também mas a lesão de Mangas, com alguns meses de paragem, talvez obrigue a pensar na necessidade de mais uma solução.
Que não será, assim se espera, a adaptação de Nelson da Luz ao lugar porque se estraga um extremo e não se ganha um lateral. Acho que é tão evidente que nem vale a pena perder tempo a pensar nisso.
No centro da defesa com André Amaro, Jorge Fernandes, Tounkara e Villanueva é evidentemente preciso mais alguém e de preferência alguém para ser titular.
E tal como Nélson não é solução para defesa lateral também aqui seria um perfeito disparate pensar em adaptar Tomás Handel ou Dani Silva a uma posição para a qual não estão talhados e na qual nunca poderiam trazer ao de cima todo o seu potencial.
No meio campo creio que o plantel está muito bem composto.
André André, Tiago Silva, Tomás Handel, Dani Silva, Zé Carlos, Matheus Indio, Manu Silva e o reforço João Mendes dão variadas soluções e ainda há um jovem a aparecer – Diogo Sousa – que sem precipitações nem pressas pode ser uma boa surpresa.
Claro que se fosse possível contratar um jogaodor tipo Ademir Alcântara ou Nuno Assis, um “10” que assistisse e marcasse, não seria pior mas infelizmente jogadores como esses não abundam nem o Vitória tem hoje capacidade para se abalançar a contratações dessas.
Do sector saiu Janvier que prometeu muito mas cumpriu pouco e creio que não se dará pela sua falta. Pese embora considerar que vale mais do que aquilo que mostrou nestes anos.
O ataque, tal como a defesa, precisa de mais gente.
Sairam Ruben Lameiras , Mickey Johston e Anderson Silva.
O primeiro não deixa saudades porque tendo talento o exibiu de forma demasiado intermitente e não aproveitou as oportunidades que teve; o segundo deixa algumas saudades mais pelo que permitiu perceber da sua qualidade do que propriamente pela regularidade das suas exibições mas os emprestados tem esse problema de serem...emprestados; Anderson é uma saída incompreensível quer pelo baixo valor da transferência quer pelo facto de ser o mais letal dos pontas de lança do clube e aquele que mais golos marcou na passada temporada.
Mantem-se os extremos Jota Silva e Nelson da Luz e os pontas de lança André Silva e Safira tendo chegado o extremo Telmo Arcanjo e o ponta de lança Adrien Butzke com a infeliz particularidade de Telmo só estar disponível para a segunda metade da época devido a uma grave lesão contraida ainda no Tondela.
Claramente são precisos dois extremos para diversificar as soluções ofensivas esperando-se que os pontas de lança que estavam marquem muito mais golos que na época passada e o que chegou tenha uma produtividade claramente superior à evidenciada em Paços de Ferreira.
Em suma, e mínimo dos mínimos, se não sair mais ninguém ainda são precisos um central e dois extremos ficando a dúvida quanto à lateral esquerda também em função da forma como se processar a recuperação de Ricardo Mangas.
Certo é que para os jogos com o Celje os jogadores que há são estes, com os condicionalismos referidos, e é com eles que o Vitória tem de ultrapassar a eliminatória e permanecer nas competições europeias sob pena de a época começar muito mal.
Há que respeitar o adversário, que é acessível mas não fácil, e ter sempre na memória a experiência adquirida com um tal...Altach.
A ver vamos.

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