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sábado, fevereiro 25, 2023

Estatutos

Sobre a anunciada mas nunca concretizada revisão estatutária no Vitória direi serenamente, e sem andar um busca de polémicas, apenas o seguinte.
Na última direcção do presidente Júlio Mendes foi nomeada uma comissão para proceder à revisão de uns estatutos que não são alterados desde 2006.
Com a demissão dessa direcção a comissão suspendeu os trabalhos à espera de nova direcção.
A direcção do presidente Miguel Pinto Lisboa reconduziu essa comissão mas não lhe deu qualquer orientação quanto ao pretendido e durante três anos o assunto ficou a marcar passo.
Lamentavelmente.
Ainda em campanha eleitoral a lista liderada pelo agora presidente António Miguel Cardoso reiterou a necessidade de se proceder à revisão estatutária.
Uma vez eleitos e passado quase um ano constata-se que nada fizeram nesse sentido.
Sendo certo que em várias conversas desde as eleições com diversos membros dos orgãos sociais, cuja boa fé não ponho minimamente em causa, me foi garantido que a revisão estatutária era uma prioridade, que estava a ser tratada a comissão que se ia encarregar disso, que o assunto estava prestes a avançar.
Nada foi feito.
E aquilo que sempre temi e de que sempre desconfiei, e que me levou a insistir várias vezes ao longo dos tempos neste assunto, pode agora acontecer.
Qualquer revisão estatutária teria de ter como primeira prioridade blindar a maioria do clube no capital da SAD de forma a que ela não pudesse ser posta em causa nunca e em qualquer circunstância para que o Vitória fosse sempre dono do destino da sua SAD e , em grande medida, do seu próprio destino.
Sabe-se agora que uma das cláusulas do possível negócio de venda de 46,5% das acções da SAD à V Sports passa por uma linha de crédito de 20 Milhões de euros que tem como uma das garantias as restantes acções da SAD vendáveis, ou seja, as que garantem a maioria ao clube.
E por isso não posso deixar de relacionar as duas coisas.
A revisão estatutária que não foi feita e as acções que serão uma das garantias da utilização da linha de crédito.
Como em tudo na vida que cada um assuma as suas responsabilidades.
Pelo que fez, pelo que não fez, pelo que disse que ia ser feito mas não foi e pelo que não disse que ia ser feito mas foi.
Por mim estou de consciência tranquila.
Andei anos a falar deste assunto.
A realçar a importância de ser feita a revisão estatutária e a urgência de a fazer.
Fi-lo no tempo de Júlio Mendes, de Miguel Pinto Lisboa, de António Miguel Cardoso.
Passados cinco anos ela não foi feita pese embora a necessidade de que se reveste e que não se circunscreve apenas à questão de blindar a maioria do clube na SAD porque há outras matérias a necessitarem de ser revistas.
Sendo certo que a blindagem da maioria do clube no capital da SAD, se na próxima sexta feira a proposta de parceria com a V Sports for aprovada, já não poderá ser feita por razões óbvias.
A partir daqui cada um que faça como bem entender.
Por mim não voltarei a falar deste assunto.
Depois Falamos. 

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