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sexta-feira, fevereiro 03, 2023

Espanto

Vivemos num tempo em que já nem nos é lícito espantarmos-nos com algumas coisas que vamos vendo porque infelizmente se fez da anormalidade algo de normal, do insólito algo de comum e do frenesim mediático forma de vida para alguns.
E por isso já não me espanto com o que vou vendo.
Seja com generais de aviário que andam pelas televisões a transmitir os recados do Kremlin sem que os responsáveis das mesmas tenham a coragem de de uma vez por todas lhes cortar o pio.
Seja com o governo português em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que Portugal vai fornecer tanques à Ucrânia e o primeiro ministro diz que não.
Seja até com a solidariedade a várias velocidades com que na UE se ajuda a Ucrânia quando a velocidade devia ser a mesma para todos.
Ainda assim consigo espantar-me, ligeiramente, com o tempo de antena que é dado nas televisões portuguesas ao criminoso de guerra Vladimir Putin e aos seus lacaios que diariamente veêm reproduzidas entrevistas, conferências de imprensa e até discursos metendo-nos pelos ecrans dentro imagens de bandidos que deviam estar presos e cujos focinhos provocam repulsa, nojo e indignação.
Já sei que me vão argumentar com a liberdade de imprensa e o direito á informação.
E assim sendo interrogo-me se durante a II Guerra Mundial já houvessem televisões elas se dedicariam diariamente a transmitir discursos de Hitler, conferências de imprensa dos seus ministros, declarações dos seus generais?
E se teriam como comentadores das notícias ofciais de aviário simpatizantes do nazismo?
É uma pergunta que nunca terá resposta já sei. Embora possa desconfiar de qual seria.
E não vale a pena virem com o argumento de que Putin não é Hitler porque os crimes de guerra que ordenou, o genocídio em curso na Ucrânia, a agressão brutal a um país pacífico fazem dele no século XXI as bestas que Hitler e Estaline foram no século XX.
Espero, ao menos, que este bandido pague pelos seus crimes.
Porque os seus ídolos e mentores escaparam.
Depois Falamos.

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