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segunda-feira, janeiro 09, 2023

Poderes

Já ando "nisto" há demasiados anos para ter ilusões ou me permitir acessos de ingenuidade.
Dizer  mal do Vitória e dos seus adeptos vende jornais, preenche telejornais, alimenta polémicas, permite grandiloquentes declarações de princípios, suscita aos donos da verdade acções de pedagogia parola, fomenta o gosto pelo apontar de dedo sempre aos mesmos por alguns gostam de nos tornar e ao nosso estádio num exemplo negativo por contraponto com o paraíso que são todos os outros estádios e todos os outros adeptos.
É também oportunidade nunca desperdiçada para aqueles que em Guimarães só se lembram do Vitória quando lhes dá jeito aparecerem como campeões da moral e da ética, cavaleiros de modas que andam por aí ao sabor de agendas políticas pseudo fracturantes, bem pensantes num universo que consideram composto por "idiotas".
O chamado "Caso Marega" foi um dos exemplos disso. Mas há mais.
É peditório que não alimento e para o qual nunca dei.
E por isso a propósito do Vitória vs Rio Ave há apenas uma questão sobre a qual me interrogo: Está nos poderes do árbitro ordenar ao speaker do estádio para se dirigir aos adeptos presentes? Vinculando assim ao que mandou dizer o clube proprietário do recinto sem prévia consulta aos seus dirigentes? Dando vazão a uma queixa que lhe foi feita por um jogador visitante ao sabor de algo que mais nunguém terá ouvido a não ser o próprio?
Não sei mas gostava bem de saber.
Antes que por lamentável estratégia de jogo de quem nos visita isso passe a ser moda.
Já tivemos o caso do clube cujos adeptos para pararem o caudal ofensivo do Vitória  se entretiveram a atirar engenhos pirotécnicos para o relvado provocando várias interrupções do jogo.
Será que agora vamos ter jogadores com orelhas de elefante que ouvem o que mais ninguém ouve para depois árbitros complacentes também interromperem o jogo para discursos do speaker?
No D. Afonso Henriques já tivemos fenómenos estranhos.
Até aquele árbitro que um dia mandou parar o jogo porque os adeptos do Vitória, face a uma grande exibição da equipa, cantavam "olés" a saudar as trocas de bola entre jogadores vitorianos.
Algo nunca visto em nenhum estádio do mundo mas acontecido aqui.
Também tivemos , quinze ou dezasseis anos antes da introdução do VAR, um árbitro que recorreu a imagens televisivas (no caso numa das câmaras junto ao relvado) para expulsar um jogador do Vitória. Num tempo em que a FIFA proibia qualquer recurso aos audiovisuais!
São apenas dois exemplos de uma lista infelizmente vasta.
E por isso os vitorianos já estão habituados a fenómenos estranhos e atitudes insólitas sempre contra eles e contra o Vitória.
Termino repetindo a pergunta: Está nos poderes do árbitro mandar o speaker fazer discursos aos adeptos, vinculando o dono da casa ao teor do discurso sem obter prévia concordância deste?
Não é uma questão menor!
Depois Falamos.

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