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quinta-feira, novembro 03, 2022

Lá e Cá

 Acompanhei com interesse, mas sem entusiasmo de qualquer espécie, a participação dos três clubes portugueses na fase de grupos da actual edição da Liga dos Campeões.
Não por ter simpatia, ainda que mínima, por algum deles mas porque gosto da prova ( a melhor do mundo a nível de clubes) e tenho particular gosto em ver qualquer uma destas três equipas a competir em igualdade de circunstâncias com os outros clubes e não dispondo das ajudas , colos  e colinhos que normalmente estão ao seus dispor nas provas nacionais desde sempre.
E constatei com satisfação por um lado e tristeza por outro um facto que me parece indesmentível.
A satisfação advém do facto de Benfica e Porto terem feito percursos brilhantes (mais o Benfica porque o Porto começou bem mal mas depois endireitou) , realizado grandes exibições, jogado de olhos nos olhos com adversários que em teoria seriam mais fortes e conseguido vencer meritoriamente os respectivos grupos sem precisarem da ajuda de árbitros e VAR para rigorosamente nada!
Venceram apenas e só pelo seu próprio mérito.
E a tristeza advém precisamente daí. 
De cá dentro, em muitas ocasiões, não vencerem da mesma forma mas sim pelas ajudas de árbitros , de video árbitros e de tudo o mais que o "sistema" lhes proporciona.
Quando face à superioridade de orçamentos, de valia dos planteis, de apoio popular deviam ter outro respeito pela verdade desportiva das competições e deixarem que fossem as circunstâncias e incidências normais do jogo a decidirem quem vence na certeza de que mesmo assim a vitória lhes sorriria muito mais que a derrota.
Mas estamos em Portugal.
Onde verdade desportiva, fair play, isenção e igualdade de tratamento para todos os participantes da mesma competição não passam de conceitos vagos e que parecem cada vez mais difíceis de alcançar.
Depois Falamos.

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