Não ponho em causa a justiça da vitória de Benzema na Bola de Ouro, mais do que justa e merecida pelo ano incrível do seu Real, mas este texto serve apenas para me recordar de Cristiano e Messi. Durante anos tive o privilégio de ver aquela que foi a maior rivalidade do desporto Mundial de todos os tempos. Semana após semana, recordes foram quebrados, o impossível tornou-se possível, o incrível tornava-se recorrente. Se Messi era magia em estado puro, qual quadro de Dali, Cristiano era potência e determinação. A prova de que com muito trabalho a barreira do sonho pode-se ultrapassar. Um pouco por todo o Mundo discutiu-se vezes sem conta qual dos dois era melhor, qual era mais decisivo. Mas quantas vezes teremos parado para apreciar a dimensão da grandiosidade de Cristiano e Messi. Talvez também nós nos tenhamos deixado levar pela genialidade do craque Argentino e Português. Talvez também eu tenha achado que nunca chegaria o dia em que ambos não iriam figurar no top 3 da Bola de Ouro. Que nunca chegaria o dia em que as cortinas se fechariam para sempre e que num último acto teríamos então de nos despedir de Cristiano e Messi. Esse dia está contudo cada vez mais perto. Será provavelmente no Qatar que teremos a última grande oportunidade de ver estes dois gigantes num último duelo pelo título de Campeão do Mundo. Quis o destino que ambos se pudessem encontrar apenas na final. Diria eu que todos nós merecemos este último jogo. A última dança de dois Campeões como não haverá tão cedo. Que até esse dia tenhamos a capacidade de admirar os dois sem mais comparações. E um dia mais tarde também eu poderei dizer aos meus filhos que vi Cristiano e Messi. A época em que o nosso futebol foi dominado por dois seres tão terrestres como nós, mas capazes por 90 minutos de nos levar para o seu Universo. O dos predestinados. Obrigado
Sem comentários:
Enviar um comentário