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sábado, dezembro 04, 2021

Diferença

A forma como Miguel Macedo e Eduardo Cabrita se demitiram do mesmo cargo de ministro da administração interna marca a diferença entre uma profunda lição de dignidade e sentido de estado e o reles oportunismo de quem não tem princípios nem valores. 
Miguel Macedo foi um excelente MAI, respeitado por todas as forças de segurança que tutelou, um dos melhores ministros do governo. 
Quando sentiu a sua autoridade minimamente posta em causa por força de um processo judicial em que se viu envolvido ( e de que a Justiça o ilibou por completo) demitiu-se de imediato por considerar que não podia exercer funções sobre suspeita. 
Defender a autoridade do Estado foi a sua justificação para sair.
Assim procede um Homem e um Estadista. 
Eduardo Cabrita foi o contrário. 
Ministro por amizade do primeiro ministro , como ministro se manteve através de sucessivos escândalos apenas por amizade do primeiro ministro , revelando uma brutal falta de competência e sentido de Estado em sucessivos casos desde o ucraniano morto no SEF aos emigrantes de Odemira passando pela desautorização de que foi alvo por parte do director nacional da PSP ou a desorganização das mesas de voto nas presidenciais, a tudo isso e muito mais Cabrita sobreviveu apenas por ser amigo de António Costa. 
Foi agora posto na rua quase a pontapé, depois de umas declarações vergonhosas ( "era apenas o passageiro") sobre a morte do trabalhador atropelado peo carro oficial em que seguia no corolário de um caso em que se tivesse metade da dignidade e do sentido de Estado de Miguel Macedo se teria demitido logo no dia do acidente. 
E a sua saída apenas confirmou o que foi a sua permanência no cargo.
Sai para servir os interesses eleitoriais do PS, de que entretanto se tornara um activo profundamente tóxico, e não por uma questão de dignidade o que fica aliás bem espelhado no seu discurso ressabiado em que atira culpas para (quase) todo o lado menos para si próprio e nem se coibiu de referir a salvaguarda eleitoral do PS talvez como forma de insinuar que tinha sido posto na rua e não saira por vontade própria.
Caso para dizer que foi uma vergonha de ministro do princípio ao fim. 
Como cidadão , e já agora como eleitor, quero sempre viver num país que tenha ministros como Miguel Macedo e nunca mais num país em que os Cabritas da vida possam chegar a lugares que não merecem, que não sabem desempenhar e em que envergonham o Estado. 
E o país!
Depois Falamos.

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