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segunda-feira, novembro 01, 2021

Sondagem

Esta sondagem realizada pela Eurosondagem para o Porto Canal e para o jornal "Nascer do SOL", divulgada na passada semana, encerra números curiosos e sobre os quais valerá a pena reflectir mas sempre considerando que estamos a três meses das eleições e que nalguns partidos, PSD à cabeça, nem se sabe quem será o candidato a primeiro ministro.
Em bom rigor só há dois candidatos a primeiro ministro, os líderes de PS e PSD, mas as lideranças dos restantes partidos tmbém terão alguma coisa a ver com o respectivo resultado eleitoral.
E então que nos dizem estes números?
Desde logo duas coisas: Que o PS está longe da maioria absoluta e que o centro e a direita tudo somado...também!
Em relação a 2019, partido a partido, analisemos os resultados.
O PS, apesar do desgaste da governação (e bem fraca ela foi nalguns sectores decisivos), ainda consegue mais um deputado o que a confirmar-se diz bem da falta de rigor crítico dos eleitores e da forma "clubística" como muitos deles votam.
A frouxa oposição do PSD resulta na perda de dois deputados o que a manter-se a actual liderança pode bem acontecer ou até piorar inviabilizando qualquer possibilidade de mudança na chefia do governo.
E quanto a perdas?
Vemos o BE e a CDU brutal e merecidamente castigados pelos eleitores de esquerda que os responsabilizam pelo fim de uma solução(?) governativa que durou a ultima meia dúzia de anos e que muito agradava aos que põe a ideologia à frente do bem estar e do reconhecimento da realidade como ela é.
O Bloco perde 12 deputados e a CDU 4 o que mostra bem a enorme erosão do eleitorado bloquista e a, apesar de tudo, resistência do eleitorado comunista.
O CDS obtém o seu pior resultado de sempre, perde quatro deputados e está a caminho de uma total irrelevância ao sabor das querelas internas e do abandono daqueles que já não lhe veêm utilidade para nada.
O PAN, esse curioso partido que não é carne nem é peixe (uma imagem que me parece apropriada), perde dois deputados e fica reduzido a outros dois o que castiga a sua forma de estar na política bem retratada na imagem anteriormente usada.
Finalmente o Livre, terminado o caricato episódio Joacine, volta para a insignificância de onde nunca devia ter saído.
E quanto a ganhos?
O maior ganhador é o Chega.
Passa de 1 para 18 deputados, sozinho tem um grupo parlamentar maior que CDU , BE e PAN juntos, torna-se indispensável a qualquer alternativa de centro e de direita.
Tal como a Iniciativa Liberal que passa de 1 para 8 deputados e consolida um processo de crescimento que em nada é alheio à quase desaparição do CDS e ao castigo dos eleitores ao actual PSD.
É apenas uma sondagem.
A três meses das eleições e num quadro partidário que ainda pode sofrer algumas alterações que potenciem a redistribuição de votos no centro e na direita já que à esquerda nada se deve alterar.
Mas mesmo assim é um indicador com a sua importância.
Depois Falamos.

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