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quinta-feira, setembro 30, 2021

Pragmatismo

Carlos Moedas conseguiu o mais difícil, que foi ganhar contra tudo e contra todos, e é agora o novo presidente da câmara municipal de Lisboa.
Um município gigantesco, para a realidade de Portugal, com orçamentos superiores a alguns ministérios e um quadro de funcionários mais numeroso do que o de alguns concelhos em termos de habitantes.
Agora há que governar.
E aí põe-se, desde logo, um problema que pode ser bicudo e que consiste no facto de a coligação ter vencido sem maioria absoluta elegendo sete vereadores e vendo à sua frente uma maioria de esquerda com sete vereadores socialistas, dois comunistas e um bloquista.
Ou seja para governar há que negociar!
Põe-se a questão de saber com quem , PS ou CDU, sabendo-se que o Bloco já se pôs de fora mesmo sem Moedas ter manifestado o mínimo interesse na sua colaboração.
Parece-me claro que Carlos Moedas deve negociar com João Ferreira.
Por três razões de fundo:
A primeira é que o PCP em termos de Poder Local é extremamente pragmático e tem uma longa tradição de cumprir aquilo a que se compromete.
E a boa relação entre Carlos Moedas e João Ferreira, dos tempos comuns em Bruxelas, pode ajudar a isso.
O que significa que se coligação e CDU se entenderem esse entendimento tem todas as condições para durar o mandato ainda que nos últimos tempos do mesmo exista algum distanciamento...eleitoral.
A segunda razão é que o PS não é parceiro fiável para nada, como é bem sabido, pese embora alguma ingenuidade de dirigentes do PSD que tem vindo a público manifestarem a vontade de entendimentos entre PSD e PS.
A diferença é que se o entendimento for com a CDU durará, como atrás escrevi, o mandato enquanto se for com o PS começará a ser torpedeado pelos socialistas no próprio dia em que for assinado.
A terceira, que abordarei pela rama, tem a ver com a geografia política e autárquica saída do passado domingo com a CDU a perder Loures e a não reconquistar Almada ficando sem nenhuma grande câmara na Área Metropolitana de Lisboa.
E para bons entendedores meia palavra basta.
Depois Falamos.

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