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quarta-feira, setembro 22, 2021

A Crítica

A propósito. mas não só, do Vitória, de jogadores e treinadores do Vitória, de dirigentes do clube tenho lido nos últimos tempos algumas curiosas teses sobre o que é a crítica, a liberdade de criticar e até onde vão os limites da mesma.
Numa sociedade livre e democrática como a nossa (sem teorizar neste contexto sobre a qualidade da democracia que vivemos) é evidente que existe um bem sagrado chamado liberdade de expressão dentro do qual se insere o pleno direito à crítica.
Direito de que eu próprio faço uso abundante no espaço público desde que há quase quarenta anos comecei a escrever uns artigos de opinião para o jornal "Comércio de Guimarães", ao tempo dirigido pelo Dr. Barroso da Fonte, e depois continuei noutros orgãos de comunicação social como o Toural/Expresso do Ave", jornais regionais, neste blogue desde 2006 e no Facebook desde 2009.
E portanto entendo , respeito, defendo o direito a criticar.
Mas não esquecendo que se há esse direito também há deveres.
O dever da boa educação, o dever da sensatez, o dever do respeito pelos outros, o dever da defesa da Verdade.
É é ai que as coisas assumem divergências.
Porque se há quem escreva regido por esses princípios (às vezes com um ou outro exagero de que no meu caso faço "mea culpa") também não faltam os modernos "heróis" do teclado que acham que em frente a um computador ou a um telemóvel tudo lhes permitido, não há limites de qualquer espécie para o que dizem e insultam, achincalham, tentam humilhar quem tenha a desdita de lhes cair no desagrado nem que seja por um "frango, um golo falhado, uma mau desarme , uma substituição que entendam errada ou uma opção gestionária com a qual não concordem.
E como alguns, quase todos, desses "heróis" conseguem juntar uma escandalosa falta de educação à presunção de uma sabedoria imensa mesclada com uma soberba a raiar a patetice, ai de quem discorde deles, da sua forma de escreverem, do que entendem ser seu direito de dizerem o que querem e lhes apetece.
Voltando ao Vitória onde esse "fenómeno" existe com alguma expressão nas redes sociais.
Acho curiosas as opiniões daqueles que acham que esse género de "valer tudo" tem razão de ser por questões motivacionais e porque quem está no clube tem de saber viver e conviver com a pressão.
É parcialmente verdade.
Porque quem joga , treina, dirige o clube tem de saber viver com uma pressão imensa de um universo associativo que dá muito e exige muito ( e está bem assim ) mas não tem de saber viver nem conviver com a má educação, a cretinice, as humilhações e a falta de limite no que dizem e escrevem.
Aliás gostava de saber se aqueles que adoptam essas lamentáveis práticas de pressão gostariam de nos seus empregos serem tratados da mesma forma e com a mesma "pressão" com que às vezes tratam jogadores, treinadores e dirigentes do clube.
Vitorianismo, amor ao clube, paixão pelas nossas cores não são, bem pelo contrário, incompatíveis com boa educação, bom senso, razoabilidade e ponderação no que se diz e escreve.
E dentro desses princípios todas as críticas são seguramente construtivas e contribuem para um Vitória
maior e melhor.
Depois Falamos.

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