Um destes dias provocou enorme alvoroço nas redes sociais, nos fazedores de opinião e nos moralistas de faxina a divulgação de um video do eurodeputado Paulo Rangel deambulando por uma rua de Bruxelas em claro estado de embriaguez.
Claro que a gravação daquelas imagens e sua posterior divulgação, muito tempo depois de elas terem acontecido, revela que o canalha que o fez tinha um interesse político bem definido e que passava por arrasar a imagem de Rangel.
Não vou entrar em teorias da conspiração, muito menos relacionadas com questões do partido de Rangel e os seus calendários eleitorais internos, mas é óbvio que há uma enorme perfídia no que foi feito.
Que viola claramente o direito de Paulo Rangel, enquanto cidadão, à sua privacidade.
E isso originou inúmeros comentários, esmagadoramente manifestando solidariedade a Rangel e condenando o autor da divulgação do vídeo, sobre o sucedido que rapidamente se tornou em assunto viral nas redes sociais.
Partilho dessa indignação.
Mas não esquecendo que quem ocupa lugares públicos, seja no governo,seja no Parlamento, seja na Europa , seja em qualquer outro lugar não pode olvidar nunca que entre outros deveres tem o dever do exemplo perante os seus concidadãos.
Perante aqueles que lhe confiaram o voto e esperam que os represente com dignidade institucional, eficácia na actuação, honestidade nas práticas, seriedade nos comportamentos e competência nas funções.
Em defesa do prestígio dos cargos que ocupa e também em defesa da sua própria imagem enquanto servidor da causa pública.
Seja circulando em automóveis em velocidades muito superiores às permitidas por lei que não ignora, seja desinteressando-se de uma vítima de um acidente provocado pelo carro que não guiava mas onde tinha inegável autoridade sobre o motorista, seja embriagando-se em público e oferecendo a quem o via o "espectáculo" que as imagens documentam.
O cidadão Paulo Rangel tem todo o dieito, que não ponho em causa, de beber o que lhe apetecer nas doses que lhe aprouver.
O político e eurodeputado Paulo Rangel não!
E por isso condenando sem reservas o autor do vídeo não posso deixar de dizer, contra a corrente mas é a vida, que também Paulo Rangel fica mal em todo este processo.
Como o próprio saberá melhor que ninguém.
Depois Falamos.
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