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domingo, abril 18, 2021

Obrigação e Opção.

Alguns amigos mais atentos aquilo que vou escrevendo no meu  mural do Facebook tem-me questionado nos últimos dias sobre as razões porque no referido mural não escrevo, há semanas, sobre o Vitória que era um tema recorrente dos meus escritos mas deixou de ser nesse espaço.
Não há para isso nenhuma razão especial.
Não sentindo qualquer obrigação de escrever seja sobre que tema for seja onde for, com excepção das crónicas periódicas sobre futebol que há mais de meia dúzia de anos escrevo com imenso prazer (e sem me sentir obrigado seja ao que seja) para o site zerozero, é por pura opção que o vou fazendo nas redes sociais e muito em especial no Facebook.
E a opção agora, em termos de Facebook, tem sido e continuará a ser (não sei por quanto tempo nem estou preocupado com isso) escrever menos sobre tudo e nada sobre o Vitória que é, não o escondo, o meu tema favorito.
E as razões para essa opção são duas:
A primeira é estar algo farto daquilo que vou lendo nessa rede social sobre o clube, do enorme ruído que continuamente se faz acerca de tudo e tantas vezes acerca de nada, da má fé, estupidez, ignorância e malcriadice com que qualguns se pavoneiam nessa rede social sem a mínima noção do mal que fazem ao clube (desconfio que nem se importam porque o ego maldizente a tudo se sobrepõe) mas perfeitamente conscientes dos esforços que fazem para sabotarem, sem olharem a meios ou indignidades, quem quer escrever de forma reflectida e ponderada sobre a realidade do Vitória e sobre os assuntos que merecem a atenção de quem gosta realmente do clube.
E embora em termos pessoais esse tipo de gente não influencie minimamente aquilo que escrevo não deixo de me indignar e aborrecer com os efeitos que causam nomeadamente em páginas de pessoas insuspeitas quanto ao seu vitorianismo e que se empenham em dar contributos válidos para o engrandecimento do debate vitoriano.
É "ruído" nocivo, é gente que não presta (alguns são perfis falsos sobreviventes a um passado que não nos deixa qualquer saudade) e por isso quero, pelo menos durante algum tempo, uma distância cada vez maior desse tipo de intervenção que misturada com aquela dos querem realmente servir o clube se transforma numa cacafonia cada vez mais irritante.
A segunda tem a ver com um progressivo desencanto com algumas coisas que vou vendo.
Que começaram no famigerado "caso Marega" quando o clube e a comunidade vimaranense foram desapiedadamente atacados a todos os níveis, desde a comunicação social a responsáveis políticos nacionais que não resistiram a cavalgarem a onda da popularidade efémera criada pela solidariedade em torno de um futebolista desmiolado e ingrato, sem a resposta que seria legítimo esperar da maioria dos orgãos sociais do clube e dos responsáveis políticos locais que primaram pelo silêncio (quando não se juntaram ao coro difamador...) deixando o presidente Miguel Pinto Lisboa a responder sozinho aos ataques apenas ajudado pelos adeptos vitorianos que combateram em todas as frentes ao seu alcance e culminaram agora no "caso Rui Santos" onde mais uma vez em torno do clube se criou uma ruidosa onda de ...silêncio.
É certo que muitos adeptos reagiram nas redes sociais com uma severa condenação das afirmações do jornalista (mas também houve aqueles que de imediato tomaram as atoardas de RS como verdades absolutas ao serviço de agendas que não servem o Vitória) mas uma vez mais de onde se esperava em primeira mão a solidariedade com o Presidente e o clube se verificou o tal silêncio que se estranha mas, ao contrário da Coca Cola, não se entranha.
Porque não é aceitável.
E se é verdade que alguns adeptos com acesso á comunicação social reagiram lá dentro das suas possibilidades, como foi o meu caso com uma crónica no zerozero e comentários em dois programas "4àGrande" e do José João Torrinha na sua crónica dominical em "O Jogo", se vários outros como o Vasco André Rodrigues (na sua muito lida página "Economia do Golo"), o Miguel Salazar num notável conjunto de cartoons e textos, o Alfredo Magalhães, o António Miguel Cardoso numa entrevista à Antena 1 e tantos outros que não é possível nomear fizeram o seu dever de vitorianos e defenderam o Vitória face aos ataques de que era alvo (dispensando como é óbvio qualquer tipo de agradecimento porque se limitaram a cumprir o seu dever) a verdade é que muitos que o deviam ter feito não o fizeram!
Uma vez mais!
E isso provoca desencanto, deixa interrogações, empurra para um silêncio que não pode ser nunca confundido com falta de convicções, lacunas de vitorianismo, desinteresse face ao que se passa com o clube mas apenas como um compasso de espera face ao futuro.
Na certeza de que, por mim falo, sempre que o Vitória necessitar seguramente que os vitorianos saberão estar presentes para o defenderem por todos os meios ao seu alcance.
Não necessariamente nas redes sociais.
A opção, no meu caso, cada vez será menos por aí.
Depois Falamos.

2 comentários:

  1. Mais uma vez deixe-me felicitá-lo pelos posts e pela partilha da sua esclarecida opinião.

    Relativamente ao caso Rui Santos foi com espanto que vi o comentador ocupar tanto espaço televisivo com uma notícia sobre a tesouraria do nosso Vitória. A informação foi apresentada num tom reacionário e agiota. Também eu, num primeiro momento, fiquei revoltado... Mas é fácil concluir que se tratava de manipulação informativa. Que interesse tem Rui Santos em falar das comissões do Vitória se existem outros clubes com valores muito superiores e com contornos de pagamento de favor? Para mim foi uma notícia paga (como tantas há nos dias que correm...) A saída de Mário Ferreira da estrutura acionista do Vitória deve ter incomodado algumas pessoas. Aliás esqueceu-se o Rui Santos de referir que o Vitória vai precisa de dinheiro para adquirir as ações (Mário Ferreira em 2020 rejeitou oferta de 8 milhões...) E os associados, se aplaudiram a aquisição da maioria acionista devem reconhecer que vai ser preciso fazer algum sacrifício para que o clube volte para as nossas mãos. Por isso temos de manter a calma até à AG.


    Miguel Silva

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  2. Caro Miguel Silva:
    Creio que qualquer um de nós terá ficado espantado com a abordagem de RS ao assunto que cheirou a encomenda por todo o lado. Bem como a sua posterior insistência em criticar o presidente do clube. Há, evidentemente, alguns incomodados com o rumo seguido por Pinto Lisboa e isso explicará muito do que nos tem sucedido. Quanto aos sacrifícios é que me parece mais difícil porque estes últimos anos tem sido tão desoladores que o clube está a precisar de sucessos

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