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sexta-feira, março 19, 2021

Rigor e Responsabilidade

Voltei ontem, nove anos depois ( e a única importância de referir o prazo temporal é ter lido dois comentários a dizerem que eram sempre "os mesmos" a estarem  como comentadores)  a participar num programa da Rádio Santiago.
No caso o "Fórum Vitória".
Onde tive oportunidade de conversar sobre o actual momento do clube com o Júlio Vieira de Castro e naturalmente com os dois moderadores Abel Sousa e Pedro Cunha.
Foi uma conversa agradável, cordial, com respeito e boa disposição como sempre deve acontecer quando se discute um tema tão importante como o é o Vitória Sport Clube porque a divergência de opinião nuns assuntos e a convergência noutros fazem parte da realidade de um clube vivido com paixão pelos seus adeptos e quanto mais sereno for o debate melhor para a instituição em causa.
Pela parte que me toca, e no assunto essencial do programa que foi o adiantamento ( e não empréstimo como erradamente se vai lendo por aí) de receitas no valor de 20 milhões de euros, procurei dentro da informação de que tenho conhecimento ser tão rigoroso quanto possível na análise do assunto.
E fi-lo da forma que sempre tenho feito em mais de 30 anos a comentar o Vitória.
Primeiro na imprensa escrita atrás de textos ao longo dos anos no Comércio de Guimarães, Toural/Expresso do Ave, Povo de Guimarães, Correio do Minho e mais um ou outro, depois nos programas que fiz e em que participei na Rádio Guimarães, Rádio Fundação e Ràdio Santiago, nos comentários televisivos no Porto Canal, na colaboração escrita no zerozero e posteriormente no programa "4àGrande", nas redes sociais desde 2009 (essencialmente Facebook) e no meu blogue "Depois Falamos" desde 2006.
Com absoluta liberdade de pensamento, independência de opinião, rigor analítico e o máximo de responsabilidade e objectividade naquilo que afirmo.
E ao longo de todos estes anos desde 1983, em todos esses meios de comunicação social, estive sempre absolutamente à vontade na hora de criticar e na hora de elogiar porque o meu timing sempre foi, é e continuará a ser aquele que a minha consciência me dita a cada momento.
Elogiei e critiquei presidente e direcções, uns mais que outros como é óbvio, tive razão nuns casos e não tive noutros (é o risco de ter opinião própria) mas nunca me desviei por maior que fosse a simpatia ou a antipatia pelos titulares dos cargos dos tais critérios de rigor, responsabilidade e objectividade que devo a mim próprio e ao clube de que sou adepto desde que me conheço.
No caso da responsabilidade sentindo uma obrigação maior ainda derivada do facto de ao longo dos anos ter tido a honra de servir o Vitória em diversos cargos dos seus orgãos sociais o que juntou à perspectiva de adepto de sempre a de dirigente de alguns anos permitindo-me ter uma visão global do que é o clube.
Com o acréscimo de ter estado em direcções de Pimenta Machado em anos de grande pujança clubística e alguns meses na primeira direcção de Júlio Mendes em tempos de profunda crise o que me permitiu conhecer o bom e o mau do exercício de cargos directivos.
Por isso o que penso sobre o clube e a forma como analisei sucessivos mandatos de sucessivos presidentes e direcções está escrito (no "Depois Falamos" a partir de 2006 tem centenas de textos sobre o Vitória) e é fácil constar que há uma linha de rumo baseada na tal liberdade e independência com que comento.
De resto desde as eleições de 2012 , em que fui eleito como primeiro vice presidente na lista de Júlio Mendes, nunca mais apoiei nenhum candidato em eleições do clube nem tomei sequer posição sobre elas que não fosse exprimindo aquilo que enquanto associado desejava para o Vitória.
Exerci o meu direito de voto mas nada mais.
E por isso não me senti nem sinto obrigado a justificar apoios que não prestei.
Pronuncio-me sobre os assuntos da forma como entendo, fruto de análises e reflexões que são minhas, nada preocupado com o saber que hoje é popular criticar tudo e todos (do presidente ao treinador passando pelos jogadores e por tudo que tenha o azar de aparecer no radar de alguns adeptos) porque nem ando atrás de popularidade nem escrevo tendo como objectivo ter muitos ou poucos "Gosto" no Facebook.
Tenho, contudo, a noção clara de que é mais fácil, mais popular, mais criador de empatias elencar dezenas de problemas, ainda que alguns sejam meramente virtuais, do que apoiar as soluções que são encontradas para cada um deles ainda que tendo a plena consciência de que algumas delas não são perfeitas.
É a tal vantagem de ter a experiência de como adepto querer sempre mais mas como dirigente ter que lidar com realidades que nem sempre são compatíveis com o que todos desejamos.
Faço este longo esclarecimento não por ter qualquer necessidade de justificar seja o que for mas porque no mural do "Grupo Santiago",na postagem sobre o programa, e noutros espaços li comentários (felizmente poucos) tão absurdos, tão ignorantes e tão imbuídos de má fé que me pareceu útil clarificar (e não justificar) a minha posição sobre o actual momento do Vitória que é a minha posição de sempre quando me pronuncio sobre o clube.
E, fica já o aviso, continuará a ser a minha posição no presente e no futuro.
Que é uma posição em que procuro sempre o máximo de rigor, objectividade e responsabilidade naquilo que afirmo, naquilo que defendo e naquilo que critico.
Não faço parte de grupos, não ando preocupado com as eleições de 2022, não sou porta voz de ninguém nem sirvo estratégias a que sou alheio.
Estou e sempre estarei de um único lado.
Do lado do Vitória.
E sempre apoiarei , como apoiei no passado, aqueles que no meu entender sirvam o clube com competência, seriedade, vitorianismo e ambição.
Depois Falamos.

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