Jamor

Nos últimos anos, no meu blog desde pelo menos 2006 e aqui desde 2009, tenho escrito vários textos manifestando a minha discordância com a realização da final de taça de Portugal no estádio do Jamor.

Que é bonito, paisagisticamente aprazível, com o espaço envolvente propício aos tradicionais piqueniques mas isso não invalida ser uma estrutura ultrapassada no tempo e sem as condições de conforto e segurança adequadas a um jogo dessa importância.

Bancadas descobertas onde se chove , como no Vitória-Benfica de 2017, ou está um dia de calor intenso,como no Vitória-Porto de 1988, se torna extremamente desagradável para a generalidade dos espectadores exceptos os da tribuna VIP como está bom de ver.

Depois há outros aspectos como , por exemplo, a escassez de casas de banho e de bares onde se possa comprar qualquer coisa para beber e comer ao contrário do que acontece nos estádios modernos que este país felizmente tem.

Acontece que em nome da tradição, e do interesse dos clubes de Lisboa, o Jamor se foi mantendo ao longo dos anos como palco da final que desde 1983 e até à época passada não conheceu outro estádio.

Em 2020, à boleia do covid e de uma época que teve de ser toda reagendada, a final entre Porto e Benfica foi em Coimbra (apenas em Agosto) pondo fim a um ciclo de 36 finais consecutivas no Jamor.

Confesso que estranhei porque o Jamor é incómodo para o público mas não para as equipas, pese embora os balneários serem antigos, pelo que num jogo à porta fechada servia bem melhor que num jogo à porta aberta!

Este ano , surpreendentemente, repete-se Coimbra como palco da final desta feita entre Braga e Benfica.

E fica assim a minha curiosidade sobre se isto significa o fim do Jamor como local "obrigatório" da final passando a ser em estádios modernos e com equilíbrio de distâncias entre finalistas (oxalá que sim) ou se é apenas um interlúdio antes do regresso ao Vale do Jamor.

O tempo o dirá...

Depois Falamos.