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terça-feira, fevereiro 23, 2021

Patife

Um notável texto do Carlos Reis sobre o patife preso em Barcelona e cuja detenção tem motivado os actos de vandalismo e pilhagem perpetrados pelos seus apoiantes que são tão bons como ele.
Ou seja uns marginais a pedirem cadeia.
Que pelos vistos tem o esterco do costume do lado de cá da fronteira a apoiar.

Leonor e Sofia, de 15 e 13 anos, respectivamente, são as infantas de Espanha. Leonor é a Princesa das Astúrias e é a filha mais velha do rei Filipe VI e da rainha Letícia da Espanha. Atualmente, é a primeira na linha de sucessão ao trono espanhol. A sua irmã, Sofia, é a segunda.
São involuntariamente sujeitas aos caprichos da política espanhola e à degradação das suas instituições, sendo a sua família actualmente uma instituição debaixo de fogo.
Recentemente tem sido notícia uma vaga de violência nas ruas das principais cidades espanholas em protesto pela prisão do rapper catalão Pablo Hasél decretada pela justiça espanhola, pelos crimes de glorificação do terrorismo e de insultos à Coroa e às instituições.
Aqui em Portugal, um movimento português criado nas redes sociais convocou uma concentração em Lisboa, para a próxima sexta-feira, 26 de Fevereiro, em defesa do artista.
Pablo Rivadulla Duro, mais conhecido pela personagem rapper Pablo Hasél, foi condenado em 2 de Março de 2018 a uma pena de dois anos e um dia de prisão, acrescida de uma multa de 24.300 euros, pelos crimes de glorificação do terrorismo e de insultos à Coroa e às instituições, agravados pela sua expressão e repercussão pública nas redes sociais. Após o recurso, que suspendeu a execução da pena, a sentença foi reduzida, já em 2020, para nove meses de prisão e multa pecuniária. Em 28 de Janeiro de 2021 as autoridades judiciais espanholas deram a Hasél dez dias para entrar voluntariamente na prisão. Após ter sido notificado o rapper recusou a sua entrada voluntária na prisão de Ponent de Lleida e, para escapar à prisão, que classificou como uma “humilhação indigna”, barricou-se, em 15 de Fevereiro, com um grupo de apoiantes, na Universidade de Lleida (na Catalunha). No dia seguinte os Mossos d'Esquadra (a polícia autonómica catalã) fizeram cumprir o mandato judicial e a legalidade estatal espanhola, e entraram nas instalações universitárias e prenderam o rapper recalcitrante.
As manifestações pela liberdade de Hasél, e contra a Justiça espanhola, que até aí se tinham circunscrito a petições e manifestos, saltaram de imediato para as ruas numa explosão de violência.
Convém no entanto perceber uma coisa: o rapper em causa não é nenhum cidadão exemplar, nem é flor que se cheire, nem é nenhum paladino da liberdade. É um comunista, radical, rancorosamente anti-espanhol, advogando a secessão violenta da Catalunha.
Tem um passado criminal crivado de condenações que compõem um padrão evidente de discurso de ódio e de glorificação da violência. A lista de processos judiciais em que esteve envolvido é longa e inclui condenações por agressão, por ameaças, e por desobediência e resistência às autoridades.
Numa das suas canções - ”Democracia Su Puta Madre” - não só elogia as organizações terroristas dos GRAPO, da Fracção do Exército Vermelho, da ETA, e da Terra Lliure, como também apela a que retomem a sua acção terrorista.
Antes disso, em 2010, em “En una calle olvidada” Hasél diz que se devia “matar José María Aznar”, o antigo presidente do Governo, e no tema “Menti-Ros” (2014) defendia que um antigo presidente da câmara de Lérida “merece levar um tiro”. Tem no seu currículo citações como “mereces uma bomba, televisão espanhola” e “oxalá voltem os GRAPO e te ponham de joelhos”
Escreveu inclusive a exigir “pena de morte já para as infantas patéticas”. As infantas patéticas são precisamente estas duas meninas de 15 e 13 anos.
Mas este grande herói das esquerdas radicais ibéricas não se ficou só pelas palavras. Já foi detido no passado por agressões a dirigentes de uma associação cultural espanholista, que provocaram ferimentos em quatro desses dirigentes, que necessitaram de tratamento hospitalar. Em Junho de 2016 agrediu fisicamente um jornalista da TV3 com um líquido tóxico. E ainda na semana passada voltou a ser condenado noutro processo por obstrução à justiça e por ter ameaçado violentamente uma testemunha judicial.
Em qualquer país democrático do mundo isto não é ser um artista - é ser um esterco.
Não deixa pois de ser extraordinário que a mesma esquerda cultural portuguesa, que tanto se tem batido em Portugal contra o discurso de ódio e contra a sua expressão nas redes sociais, se levante agora em defesa da liberdade de um delinquente que defende publicamente a morte de pessoas, inclusive a tiro, que faz a apologia de ataques à bomba, que pede o regresso da ETA e dos GRAPO, e que até propõe a pena de morte para estas meninas, de 15 e de 13 anos.
Estas palavras serão certamente contextualizadas como sendo “apenas metáforas”. Isto porque, como todos sabemos, as palavras só poderão ser odiosas, e só poderão magoar, caso sejam proferidas pela direita.
Porque como todos sabemos a esquerda é incapaz de odiar: só usa metáforas. Belas metáforas como esta da pena de morte para estas meninas.

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