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sábado, fevereiro 06, 2021

Gelo

Já todos sabemos que nós, vitorianos, não temos limites na ambição de querermos ver o nosso clube ganhar sempre e em quaisquer circunstâncias seja quem for o adversário, o local onde o jogo se dispute e a competição a que respeite.
E também que a nossa capacidade de sonharmos sempre a cada vez mais alto também não conhece nenhum limite quando se trata de desejarmos a glória e a consagração das nossas cores branca e preta. Aqui chegados é tempo de pormos gelo no empolgamento e no entusiasmo que quando são em excesso podem conduzir ao erro e à injustiça. 
Ontem o Vitória fez um bom resultado no estádio da Luz. 
Porque empatar em casa do Benfica, seja quem for o clube português que vá lá jogar, é sempre um resultado positivo e qualquer clube se no inicio do campeonato lhe dissessem que quando fosse à Luz empataria seguramente que aceitaria de bom grado esse resultado. 
Claro que face ao jogo poderia no fim do mesmo achar que o resultado até nem tinha sido assim tão bom e isso já aconteceu com muitos incluindo o Vitória. 
Não foi o caso de ontem contudo.
Porque o empate foi justo face ao que se desenrolou no relvado e não podemos avaliar a justiça do mesmo em função de no último minuto de descontos termos perdido a mais clara oportunidade de golo de todo o jogo. 
Se tivesse entrado estaríamos ainda mais felizes, sem qualquer dúvida, mas manda a verdade que se diga que temos boas razões para estarmos satisfeitos. 
O Benfica não está a fazer um grande campeonato, é verdade, mas tem jogadores de enorme valia (só pelo Darwin pagaram o equivalente mais de dois orçamentos anuais nossos) e ontem fez um jogo em que nos dominou quase por completo embora o Vitória tenha controlado esse domínio conseguindo proporcionar a Trmal uma noite tranquila.
E dominou-nos não por nossa vontade ou estratégia de jogo mas porque tem melhor equipa e isso foi evidente em especial na primeira parte em que o Vitória teve claras dificuldades em sair a jogar.
E conhecendo essa realidade João Henriques foi pragmático organizando muito bem a equipa para aquela que era a primeira prioridade que era não sofrer golos.
E aí a equipa esteve muito bem.
Desde os extremos que fecharam corredores, aos médios (especialmente os Andrés) que foram carraças em cima de quem tinha bola, passando pelos laterais que marcaram bem e acabando em dois centrais intratáveis e de grande qualidade que não deixaram os avançados benfiquistas porem pé em ramo verde. Quando foi preciso, e foi poucas vezes, lá estava um Trmal sereno e confiante a resolver remates de pouco perigo. 
E o primeiro objectivo foi plenamente cumprido. 
Depois o segundo, que era tentar marcar para ganhar o jogo, não foi possível concretizar mas ainda assim tivemos três oportunidades uma das quais , a tal de Edwards, flagrante e que a ser convertida valeria três pontos. 
Empatar na Luz ,ontem, foi um bom resultado e que serve plenamente os nossos objectivos europeus. Desvalorizar esse ponto, pôr em causa a estratégia do treinador, apoucar a equipa adversária, dizer que não jogamos nada ou que pareciamos uma equipa "pequena" não só não corresponde à verdade do que se passou como se trata de uma enorme injustiça para uma equipa e um treinador que terão feito, provavelmente,a nossa melhor primeira volta fora de casa dos últimos larguíssimos anos e que nos dão excelentes perspectivas de uma segunda volta de grande nível. 
Tivemos em tempos um treinador, Jaime Pacheco, que dizia que uma vezes temos de tocar violino e outras tocar bombo para alcançarmos os resultados que mais nos interessam. 
Ontem foi dia de bombo enquanto outros tem sido de violino. 
O apuramento europeu consegue-se com pontos, não com notas artisticas ou estados de alma, e o resultado de ontem contribuirá para atingirmos esse objectivo. 
Percebo a desilusão de não termos ganho no último minuto mas há que pôr gelo, acalmar e perceber que o saldo do jogo foi bom. 
Segunda feira , face ao B SAD, a exigência já será outra e um resultado que não o triunfo será ,aí sim, um mau resultado.
Depois Falamos

2 comentários:

  1. É com muita tristeza que o digo mas é a verdade : fomos à Luz armados em provincianos e jogar a medo. Se jogassemos à Paços de Ferreira sem receio podíamos perfeitamente ter ganho e ultrapassado esses vermelhos na tabela. Tenho que confessar que neste jogo o João Henriques decepcionou-me.

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  2. Caro Anónimo:
    Empatar na Luz é um resultado positivo. Não sei o que é jogar "à Paços de Ferreira" mas de certeza não é esse o modelo que nos convém seguir. As contas fazem-se no fim e arriscar uma derrota apenas para ficar à frente deles por um jogo ou dois não valeria a pena.

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