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sábado, janeiro 16, 2021

Pequeno Clássico

O Vitória -Farense que amanhã se joga é para mim um "pequeno clássico" porque se trata de um jogo que está ligado às minhas memórias vitorianas de há décadas a esta parte quando o conjunto algarvio era presença regular na primeira liga que então se chamava campeonato nacional da primeira divisão.
Recordarei três.
Assisti a vários Vitória-Farense nas décadas de sessenta , setenta e oitenta, antes dos algarvios mergulharem no inferno de sucessivas descidas de divisão e sempre tive uma pequena simpatia por eles provavelmente por desde miúdo achar engraçado eles equiparem de forma muito semelhante ao Vitória o que nas vindas a Guimarães originava sempre um facto curioso que passo a contar.
Nesse tempo os balneários eram por baixo da bancada nascente e era hábito os árbitros entrarem primeiro e depois cada uma das equipas o que permitia aos respectivos adeptos saudarem os seus jogadores de forma separada.
O Farense normalmente não trazia adeptos, o que se compreende dada a distância, e por isso apenas os vitorianos saudavam a sua equipa e davam uns assobiozitos ao adversário como acontecia em qualquer estádio.
Estipulavam os regulamentos, ao contrário do que sucede actualmente, que em caso de semelhança de equipamentos cabia ao clube da casa jogar com o alternativo pelo que o Farense entrava todo de branco e o Vitória todo de preto o que deu lugar a que por várias vezes ao longo dos anos os adeptos vitorianos ovacionassem o...Farense pensando que era o Vitória!
E uma vez, em que ao contrário do habitual o Vitória entrou primeiro (normalmente o clube da casa era o último a entrar), os vitorianos assobiaram a equipa até reconhecendo os jogadores perceberem o engano e transformarem vaia em ovação.
Mas o Farense traz-me outras recordações.
Em 1986/1987, a "tal" época, foi no estádio de S.Luís em Faro que fiz um dos meus primeiros relatos para a Rádio Guimarães em jogos fora do Vitória, num domingo de Setembro de um calor tremendo, e em que o Vitória vindo da Checoslováquia da primeira mão de uma eleminatória europeia de boa memória face ao Sparta de Praga venceu o Farense por concludesntes 4-1 jogando o futebol arrasador que era a sua imagem de marca nesse tempo.
E essa viagem a Faro dava , também ela, uma excelente história.
Finalmente um terceira memória.
Em 1999 era secretário geral do Vitória e deputado do PSD na Assembleia da República onde conheci o então presidente do Farense, eng. David Santos, também ele deputado do PSD e portanto meu colega de bancada.
Naturalmente que estando ambos ligados ao futebol (tal como outros deputados do PSD desse tempo como Virgílio Costa, Hugo Velosa, Fernando Seara, Carlos Marta com os quais ainda se fizeram uns jantares para falarmos desse tema de que tanto gostávamos todos) criamos uma boa amizade, que ainda se mantém nos tempos actuais, e  os nossos clubes eram assuntos frequentes de conversa o que me levou a reforçar essa simpatia pelo clube algarvio .
Até porque Vitória e Farense nesse tempo tinham excelentes relações fruto das quais veio parar a Guimarães um excelente jogador e grande profissional chamado Djurdevic que vestiu a nossa camisola com um orgulho raro num atleta estrangeiro.
E pode dizer-se, sem dizer mais, que o Farense foi um clube amigo do Vitória.
Memórias a propósito de um jogo que, amizades e simpatias à parte, o Vitória tem de ganhar.
Depois Falamos.

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