Em Lisboa há uma bolha.
Que vai do Terreiro do Paço ao Palácio de Belém, do Palácio de S.Bento ao Largo do Rato com passagens pela Rua de S. Caetano à Lapa, pelo largo do Caldas , pela Rua Soeiro Pereira Gomes , pela Rua da Palma e que na sua amplitude máxima vai até à Quinta da Marinha em Cascais.
Nessa bolha vivem os que mandam nisto tudo.
Mandam e escolhem os presidentes da república, os primeiros ministros, os lideres partidários, os ministros e secretários de estado, os deputados de todos os circulos eleitorais, os administradores das grande empresas públicas e privadas, os directores de jornais de referência, os comentadores televisivos da política e do desporto, os colunistas principais dos principais orgãos de comunicação social, os dirigentes de topo da administração central.
Essa bolha manda no país.
Mesmo não o conhecendo, mesmo não o tratando por igual, mesmo ignorando o interior, detestando o norte, desprezando o Algarve que apenas conhecem como destino de férias.
Essa bolha faz as leis da República, defende os interesses dos que nela mandam e ostraciza os restantes , impede que o país se desenvolva harmoniosamente , Distribui financiamentos e subsídios com base em critérios tantas vezes incompreensíveis mas que nunca esquecem os seus protegidos, boicota qualquer tentativa de lhe retirar poder , foge da regionalização como o diabo da cruz, hostiliza todos os que vem de fora e constituem um risco para a sua "ditadura".
É uma bolha profundamente elitista e que se acha possuidora do direito divino de ter poder que não resulta do voto mas sim do dinheiro, da influência, dos laços familiares, do "pedigree" dos seus ilustres (acham-se eles...) membros.
É uma bolha nociva a Portugal.
Há muitos anos, desde o Estado Novo (ou até antes dele) , mas que o advento da democracia em 25 de Abril de 1974 não apeou do verdadeiro poder embora tenha obrigado à mudança de muitos do seus protagonistas.
É contra essa bolha e contra os seus privilégios inaceitáveis que Portugal tem de se erguer numa segunda revolução que distribua o poder de forma mais justa, crie um país mais igual, promova um verdadeiro e acelerado desenvolvimento económico e social.
E para isso já ontem era tarde.
Depois Falamos.
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