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segunda-feira, dezembro 14, 2020

Tácticas

Imagem: Blogue Blasfémias
Em recente entrevista ao Observador o ex deputado , ex presidente da JSD, ex secretário de estado da Juventude,ex director de campanha de Luís Filipe Menezes na candidatura à Câmara do Porto e ex director da campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa (entre outros cargos que compõe um curriculo vasto e propiciador de experiência), Pedro Duarte, afirmou que se o PSD tivesse de depender do apoio do Chega para ser poder mais valia deixar o PS governar.
Conheço razoavelmente bem o Pedro Duarte, fomos colegas no Parlamento durante alguns anos, sei da sua inteligência, habilidade e do notável sentido táctico que o caracteriza e que faz dele uma das pessoas do PSD com maior versatilidade nessa matéria.
Deu provas desse sentido táctico, por exemplo, quando na JSD organizou a oposição à liderança de Jorge Moreira da Silva, quando no Congresso do PSD em Viseu passou o apoio da JSD do líder Durão Barroso para o opositor Santana Lopes na madrugada de formação das listas ou quando dirigiu a campanha de Luis Filipe Menezes para a Câmara do Porto depois de ter sido opositor crítico da sua liderança no partido.
Sempre o primado da táctica!
Afirma agora que é melhor o governo do PS que um governo seu próprio partido apoiado pelo Chega.
É melhor manter António Costa, Eduardo Cabrita, Pedro Nuno Santos, Marta Temido, João Galamba ( e a "sorte" é que Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes já saíram...) e restantes compinchas do que ter um governo liderado pelo líder do PSD , com ministros do PSD e do CDS e eventualmente do Chega , que fizesse políticas diferentes e não metesse o país em pântanos como a TAP ou o Novo Banco, não tivesse a amizade do primeiro ministro como critério de escolhas políticas, não tivesse conceitos mais que duvidosos do que é a Liberdade e a Democracia, não aspirasse a comprar a comunicação social e a silenciar as vozes incómodas, não revelasse absoluta incapacidade para governar em área tão sensiveis como a segurança e a protecção civil , não levasse o endividamento do país a recordes absolutamente assustadores, para só citar alguns dos brutais erros do governo socialista.
Ele lá sabe.
Eu sei, isso sim, que foi "deste" PSD que me fartei depois de 43 anos de militância iniciada na JSD.
Um PSD que não sabe quem são os parceiros e quem são os adversários, um PSD tolerante e amigo de um PS que o humilha, achincalha e despreza sempre que pode e quanto pode, um PSD que pisca o olho à direita mas está sempre pronto a virar à esquerda haja dela interesse.
Um PSD preso a interesses que não são os meus, a conveniências que não são as minhas, a "obediências" a que nunca obedecerei.
Portugal precisa, e muito, de uma oposição pronta a ganhar eleições e a inverter o actual ciclo desastroso da governação socialista de António Costa que tal como a de Guterres vai acabar no pântano (onde desconfio que já está...) e a exemplo da de Sócrates vai terminar às portas da bancarrota.
Mas para isso a oposição liderada pelo PSD tem se deixar de tácticas ziguezagueantes e assumir uma estratégia clara de ruptura e de assumpção de outras políticas feitas por pessoas com outra capacidade, outra competência e outro sentido ético da ocupação de lugares de Estado de molde a que os portugueses se possam sentir motivados para a mudança.
É tempo da táctica dar lugar à estratégia.
E na estratégia cabem todos quantos no quadro democrático estejam disposto a participar num grande movimento de alternativa à geringonça que nos desgoverna vai para cinco anos chamem-se eles PSD, CDS, Chega, Iniciativa Liberal, Aliança, PPM e outros da área politica do centro e da direita.
Corporizando afinal que Francisco Sá Carneiro sempre defendeu até ao ultimo dia da sua vida.
A bipolarização!
Depois Falamos.

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