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quarta-feira, dezembro 09, 2020

Racismo: Causa e Pretexto!

Creio que para qualquer pessoa educada, bem formada, respeitadora dos direitos humanos e despida de preconceitos o racismo é algo de ignóbil que deve ser combatido com firmeza, perseverança e sem recorrer a qualquer tipo de extremismo.
É uma evidência que não merece sequer discussão o considerar-se que todos os seres humanos devem ser iguais nos seus direitos e obviamente também nos seus deveres.
Vivemos tempos , fruto da consciencialização de um número cada vez maior de pessoas  para valores fundamentais, em que o combate ao racismo se tornou uma prioridade a nível mundial com múltiplas organizações  a empenharem-se nessa causa e a patrocinarem as mais diversas acções de molde a que esse fenómeno possa ser erradicado tão depressa quanto possível.
O futebol, primeira modalidade desportiva a nível mundial em muitas áreas e também no mediatismo, tem sido palco privilegiado do combate ao racismo não só por causa da sua popularidade mas também porque nele convergem e convivem as mais diversas raças e nacionalidades tornando-o uma verdadeira miscelânea civilizacional.
E por isso importantes organizações como a FIFA e a UEFA tem assumido a luta contra o racismo e feito dela até bandeira de algumas das suas competições como é, por exemplo, o caso da Liga dos Campeões a mais importante competição internacional de clubes de todo o mundo face à reconhecida existência de atitudes de teor racista contra jogadores de raça negra.
Se é verdade que sempre existiram no futebol europeu é igualmente verdade que só nos últimos anos passaram a ser alvo de um combate firme e uma denúncia cada vez mais insistente e justificada perante o recredescer do fenómeno nalgusn paises.
Sendo certo que noutros continentes o racismo assume outras cores mas que parece ser pouco importante referir quanto mais combater. É a tal questão do politicamente correcto.
Contudo esse combate ao racismo, necessário e oportuno, tem vindo a asumir formas cada vez mais radicais que ao invés de serviram a causa apenas servem para criar em seu torno uma cada vez maior antipatia pelo radicalismo de que se revestem e pelo desfasamento da realidade que traduzem e que leva o cidadão comum a interrogar-se sobre o que estará por detrás de muitas atitudes e actos.
Todos recordamos algumas manifestações anti racistas,especialmente nos EUA mas também na Europa, que descambam em quase obrigatórias sessões de violência, pilhagens, vandalismo, agressões a forças policiais e por aí fora numa panóplia de factos que são tudo menos anti racismo.
O futebol também não escapa a essa radicalização.
Desde logo porque tem um mediatismo de tal ordem que associado a causas da moda (sem nada de perjorativo) permite, por exemplo, que a atitude tresloucada de um jogador que abandona o relvado porque ouviu algumas manifestações do público de que não gostou  se torne não só conhecida um pouco por todo o lado como gere também manifestações de solidariedade absolutamente despropositadas na sua dimensão e protagonistas.
E por isso o futebol se tornou um veiculo preferencial e apetecível para todos quantos querem radicalizar a luta contra o racismo.
Ontem, em Paris, porque um quarto árbitro se referiu a um treinador adjunto como "black man" foi o que se sabe com ambas as equipas a abandonarem o terreno de jogo numa reacção absolutamente despropositada ao que se passou e que devia ter merecido da UEFA uma punição implacável ao invés da contemporização eivada de politicamente correcto.
Que dará inevitavelmente origem a mais cenas como a de ontem porque são gratificantes em termos de resultados para os seus promotores.
E o futebol tem de se defender disto.
Desta radicalização que o usa e dele abusa, aproveitando a facilidade com que chega a todos os públicos e audiências, ao serviço de agendas que vão muito mais longe do que a luta contra o racismo e visam objectivos mais vastos.
Porque sendo o anti racismo uma causa popular e o futebol uma porta excelente para um mediatismo a nível global eles  são também o instrumento usado por aqueles que querem combater  a cultura, os valores, os princípios, o modo de vida, as convicções que fazem da Europa um farol de civilização, democracia e liberdade para todo o mundo e que por isso a torna odiada por todos os extremistas políticos e radicais religiosos que tem como objectivo destruir esta civilização como a conhecemos.
E o pseudo combate ao racismo é o primeiro passo para isso.
Querendo que os europeus se sintam culpados por séculos de racismo, responsáveis por tudo de mal que aconteceu noutros continentes e civilizações, complexados perante as acusações de que são alvo para que se tornem mais permeáveis às exigências desses radicalismos.
Que vão da retirada dos cruxifixos das escolas á utilização de burkas pelas mulheres islâmicas passando por todas as outras exigências contrárias aos nossos princípios civilizacionais que se conhecem vindas das  cada vez mais vastas comunidades não europeias que se vão fixando por toda a Europa.
A par das cada vez mais frequentes manifestações anti globalização que mais não são do que uma rejeição violenta da cultura e modo de vida do Ocidente.
O radicalismo anti racista que se conhece é assim, apenas e só, o primeiro passo para a substituição da nossa civilização pela civilização deles usando para isso todos os meios que são postos à sua disposição e contando com a falta de coragem e convicções dos líderes europeus para defenderem os nossos valores de forma eficaz.
Em conclusão: Há que continuar o combate ao racismo de forma empenhada, convicta, firme e esclarecida mas fechando as portas a todos as formas de radicalismo e deixando de lado as ingenuidades e as atitudes politicamente correctas que acabarão por se virar contra todos os que rejeitam extremismos e defendem os nossos valores civilizacionais.
E o futebol deve estar na primeira linha desse combate.
Contra o racismo mas também contra o radicalismo e os extremismos.
Porque o combate ao racismo tem de ser uma Causa mas não pode ser um pretexto!
Depois Falamos.

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