Embora venham passando praticamente despercebidas, face à situação de pandemia que o país atravessa, a verdade é que de hoje a dois meses se realizam as eleições presidenciais que decidirão quem vai ocupar o palácio de Belém entre 2021 e 2026.
Despercebidas face á pandemia, é verdade, mas também perante o cenário da mais que provável reeleição à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa que vai a votos sem qualquer oponente que lhe faça minimamente frente.
Tendo o apoio declarado do PSD, e por exclusão de partes do PS, gozando de altas taxas de popularidade (e já foram maiores...) e perante candidatura partidárias declaradas e pelo menos uma candidatura independente a vitória do actual presidente é tão certa que as eleições são quase um pró forma.
E só não o são porque em democracia uma eleição nunca é um pró forma e também porque para lá de vencer, desiderato ao alcance apenas de MRS, há outros objectivos para cada um dos candidatos que irão a votos.
Devo dizer que nessa matéria, correndo o agradável risco de ser politicamente incorrecto , acho uma pura perda de tempo e de votos votar em Ana Gomes cuja candidatura tem como fim único manter a candidata em níveis de protagonismo ( politicamente activa diria) que lhe permitam continuar a ocupar espaços remunerados de comentário na comunicação social.
Não tem o apoio do seu partido, não tem um perfil minimamente compatível com a função presidencial, os seus apoios vem desde "dissidentes" socialistas da ala esquerda do partido a quem convém começarem a descolar de Costa e do governo até os habituais "sem abrigo" da esquerda que não querem votar nos candidatos de PCP e BE.
Vai fazer uma campanha a atacar MRS, a defender meia dúzia de ideias do socialismo lunático e uma vez contados os votos voltará aos seus espaços de comentários e ao sonho de uma viragem ainda mais esquerda no PS liderada pelo "rapaz do Maseratti"que lhe permita ter futuro na política partidária.
Objectivos puramente pessoais portanto.
Aliás se quisermos olhar o quadro de candidaturas de 2016 constataremos que apenas Marcelo e Marisa Matias voltam a ser candidatos, que apenas os dois se mantiveram na política activa porque todos os restantes desapareceram de cena levando com eles os votos de quem neles acreditou como fará Ana Gomes em 2021.
Sampaio da Nóvoa um candidato da mesma área de onde vem agora Ana Gomes teve mais de um milhão de votos de eleitores que hoje estarão bem arrependidos de terem contribuído para um desperdício, Maria de Belém eclipsou-se com os seus 200.000 votos, Vitorino Silva (o de Rans) teve usn espantosos 152.000 votos que não tiveram qualquer sequência, Paulo Morais teve 100.000 votos com o seu discurso centrado no combate à corrupção e , honra lhe seja feita, continua na vida pública com essa causa sendo o único que se pode dizer que não desapareceu, Edgar Silva teve uma fraca votação (para um candidato do PCP) e deu o lugar a outro, restando os candidatos com menos de 50.000 votos (Henriques Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira) todos eles desaparecidos da vida política.
Ou seja: Votar em candidatos verdadeiramente independentes, sem o apoio de partidos, é gastar o voto em candidaturas perfeitamente legítimas, cujo voluntarismo se saúda, mas cujo prazo de validade se esgota na noite das eleições uma vez contados os votos.
Em 2021 já se conhecem as candidaturas de Marcelo Rebelo de Sousa (ainda não anunciada mas prevista desde o dia seguinte à eleição de 2016), de Marisa Matias, de André Ventura , de João Ferreira e de Tiago Gonçalves ( eu sei que 99,9999% das pessoas não sabe quem é mas sendo o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal está no mesmo plano dos anteriores) que são aquelas em que, do meu ponto de vista politicamente incorrecto, se justifica votar porque são as que representam projectos políticos que já vem de trás e se projectam no futuro, ou seja, não são votos perdidos.
Votar em Ana Gomes é uma perda de tempo.
Mas perante o boletim de voto cada um é responsável pelo sítio onde coloca a cruz. Ou pelo voto em nulo ou branco...
Depois Falamos.
Caro Luis Cirilo,
ResponderEliminarEntão vai votar num candidato que ninguém conhece?
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