Escrevo este texto com a tranquilidade de saber que estando o Vitória apurado para a fase final desta estranha edição da taça da liga não se poderá interpretar o nele escrito como um qualquer despeito caso isso não se verificasse.
A verdade é que de há muito que defendo a realização da taça da liga mas critico o seu regulamento que foi feito para que os três clubes a que alguns gostam de chamar "grandes" ganhassem todas as edições para grande satisfação dos seus adeptos mas também das televisões e da imprensa escrita.
Felizmente que ao longo dos tempos alguns clubes tem quebrado essa manipulação do que devia ser a verdade desportiva da competição- Vitória FC, Moreirense e Braga- mas o número de triunfos de Benfica e Sporting certamente que satisfazem os manipuladores.
Mas se o regulamento noutros anos já é altamente criticável este ano ultrapassa tudo que é admissível.
Sabemos que por força da pandemia as datas escasseiam, as competições tem de ser comprimidas em espaços temporais menores e por isso esta competição tinha menos espaço para a sua disputa.
Mas então mais valia não a ter realizado este ano!
Porque a taça da liga ou é da Liga toda, ou seja de todos os clubes nela filiados, ou então se é apenas para alguns não pode ser chamada taça da Liga nem sequer faz sentido a sua disputa.
Admito perfeitamente que não podia ser disputada por grupos, como noutros anos, mas podia perfeitamente, a exemplo da taça de Portugal, ser disputada em sucessivas eliminatórias que conduziriam a uma "final four" como é habitual.
Mas não quiseram e por isso arranjaram este estranho critério de apurarem os seis primeiros da I Liga mais os dois primeiros da II Liga a 30 de Novembro que depois disputarão quatro jogos a eliminar que conduzirão à "final four" de Leiria.
Mas quatro jogos a eliminar com os clubes acasalados por sorteio?
Era bom era.
Ficou logo decidido que os quatro primeiros da I Liga recebem nos seus estádios os quinto e sexto mais os dois clubes do escalão secundário sendo os vencedores desses jogos apurados então para a "final four".
Ou seja uma descarada protecção dos mais fortes, que não por acaso serão os quatro primeiros classificados do último campeonato como os manipuladores bem previam, que jogarão nos seus estádios onde mesmo sem público terão sempre a vantagem de jogarem em casa.
Isto não é uma competição desportiva em que todos partem em condições de igualdade mas sim um simulacro de competição como um fato feito à medida para quem os manipuladores querem que o vista.
Uma vergonha.
Neste momento ainda não se sabe qual será o acasalamento dos clubes porque Moreirense e Paços de Ferreira ainda disputam o último lugar de apuramento da I liga enquanto Mafra e Académica disputam o lugar que resta da II Liga e há posições classificativas pendentes na divisão maior.
Seja ele , acasalamento, qual for e jogue o Vitória com quem jogar esta competição está gravemente ferida na sua verdade desportiva, no prestigio que devia ter e não tem e quero reafirmar isso antes dos clubes estarem todos apurados e das classificações estarem decididas com os consequentes emparelhamentos de clubes para a fase final.
E manterei esta opinião mesmo que o Vitória seja o vencedor desta edição.
Depois Falamos.
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