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sexta-feira, novembro 20, 2020

Actualidade Vitoriana

 
O meu artigo desta semana no zerozero.

O Vitória não é certamente o maior clube do país mas para os vitorianos é com toda a certeza o melhor não só de Portugal como também do restante planeta Terra sem admitirem que lhes neguem isso tal o fervor e a paixão com que vivem o Vitória todos os trezentos e sessenta e cinco dias do ano.
E precisamente porque o clube é vivido todos os dias pelos seus adeptos ,na cidade, vilas e aldeias do concelho de Guimarães mas também em muitos outros sítios do país e do mundo , que tudo que diga respeito ao Vitória com maior ou menor importância é logo vivamente discutido, debatido atéà exaustão, por vezes para lá do razoável há que admiti-lo mas nada passa em claro.
O que torna até difícil para um texto que tem de ter um limite de razoabilidade em termos de extensão escolher três assuntos da actualidade vitoriana porque ela compõe-se de tantos que escolher uns em detrimento de outros é sempre ingrato.
Para o artigo de hoje escolhi três assuntos, de ordem de importância muito diversa, que tem marcado o debate nas redes sociais de adeptos do clube e que são de alguma forma uma fonte de preocupação para todos quantos queremos um Vitória cada vez mais forte e mais Conquistador.
O primeiro tem a ver com o processo judicial que opõe o (quase ex) investidor maioritário, Mário Ferreira, a dois ex administradores da SAD do clube em torno de um assunto que a esmagadora maioria dos vitorianos julgaria absolutamente impossível de acontecer e que se prende com percentagens que os ex adminustradores teriam contratualmente estabelecido com o accionista no caso de conseguirem vender as suas acções acima de um determinado valor.
Sobre este assunto em termos de opinião pessoal é tanto o que me apetece comentar, tanto o quanto me apetece extravasar o que me vai na alma vitoriana que prefiro, por agora, nada dizer e esperar que a direcção do clube e a SAD procedam em defesa dos interesses do Vitória de forma sensata, rigorosa , exigente e absolutamente implacável não só para que a verdade seja apurada até ao tutano, doa a quem doer, mas também para que deste caso se faça jurisprudência quanto a comportamentos futuros de dirigentes do clube e da própria SAD.
E acredito que Miguel Pinto Lisboa está empenhado e determinado em seguir esse caminho!
O segundo assunto é muito mais ligeiro, quase raia a anedota, mas vale a pena sobre ele deixar alguma coisa escrita não pelo protagonista ,que é irrelevante, mas pelo que pode estar em torno dele e do que ele disse.
Quase a fechar a primeira janela de mercado, em Setembro, o Vitória terá tentado contratar um rapaz que joga no Santa Clara a defesa central para reforçar esse sector do terreno que os responsáveis terão entendido (e com razão)  estar a necessitar de mais um jogador com alguma experiência da primeira liga.
Contactado esse rapaz, que se chama Cardoso e tem uma carreira igual a tantos (não estamos seguramente a falar de um Ricardo Carvalho, Humberto Coelho ou Fernando Couto), este recusou a transferência naquilo que era um óbvio direito seu mas não contente com isso resolveu proferir algumas afirmações depreciativas  sobre o Vitória que apenas demonstram a sua ignorância sobre o clube ou o desejo de agradar a terceiros numa futura transferência.
Nomeadamente dizendo que vir do Santa Clara para o Vitória não era um passo em frente na carreira mas apenas um passo ao lado(sic)!
Coitado.
Desde logo porque caso tivesse vindo não só não corria o risco de se situar entre os trinta ou quarenta melhores centrais da História do clube mas também porque um clube que teve nos últimos 50 anos centrais como Joaquim Jorge, Manuel Pinto, Rui Rodrigues, Miguel, Fernando Meira, Geromel, Márcio Theodoro, Tanta, Sereno, José Alberto Torres, Paulo Oliveira, Amândio, Tozé, Nené, Bruno Alves, Alexandre, Arley, Cléber,Dragóner,João Paulo, Moreno, Defendi, Josué, Pedro Henrique e Tapsoba (para citar apenas 25 claramente superiores ao referido) é bem capaz de sobreviver à recusa do tal Cardoso que depois de andar a penar no Benfica B apenas conseguiu jogar no Paços de Ferreira, Vitória FC e meia época no Rangers antes de desembarcar nos Açores.
A razão porque refiro este assunto, e essa sim preocupa-me, não é o tal Cardoso não ter vindo mas sim que um futebolista apenas mediano e com uma carreira discreta achar que vir do Santa Clara para o Vitória não é um passo me frente mas sim um passo ao lado no respectivo percurso profissional.
É evidente que não é verdade, com todo o respeito pelo Santa Clara, mas é uma mentalidade que se vem instalando ao longo dos últimos anos (durante décadas qualquer jogador que não conseguisse ir para os três do costume tinha o Vitória como primeira prioridade para evoluir na carreira) e que urge ser combatida de forma eficaz para que desapareça de uma vez por todas.
E esse combate só pode ser feito com sucesso desportivo para que tenha resultados.
O terceiro assunto, e como o texto já vai longo voltarei a ele com mais detalhe em próxima oportunidade, tem a ver com aquilo que tem sido o percurso da equipa B do Vitória em termos de escalão em que compete mas essencialmente em termos da filosofia que lhe está subjacente e daquilo que o clube espera dela para o futuro.
Por agora direi apenas que a equipa B do Vitória foi formada com o espírito de ser simultâneamente o último escalão de formação para os jovens que subiam a seniores e  a possibilidade de competirem num campeonato profissional que lhes desse a tarimba necessária para poderem um dia subir à primeira equipa.
Criada para os jovens da formação do clube mas também para jovens portugueses de outros clubes que vissem ali uma porta para chegarem à primeira equipa do Vitória, e consequentemente à primeira liga, e ainda para alguns jovens estrangeiros que chegados ao clube necessitassem de um espaço de integração e ambientação ao país, ao Vitória e às competições.
Foi nessa filosofia que a equipa foi criada e entendeu-se (pelo menos os que entendiam do assunto) desde logo que a II liga era o espaço ideal para ela competir aproveitando a janela de oportunidade então criada para que os primoivisionários que quisessem ter equipa B a poderem inscrever logo no segundo escalão.
Passados oito anos, com subidas e descidas e transformação de uma equipa prioritariamente portuguesa numa sociedade das nações com aspectos que ainda não são conhecidos na sua plenitude, o Vitória B anda pela III divisão a jogar com clubes que jamais imaginariam que um dia jogariam com o Vitória num campeonato (eu sei que acontece o mesmo com Braga B,Sporting B, Marítimo B, etc mas com o mal desses pode o Vitória bem) e essa é uma situação que não interessa minimamente.
Pelo que esta época subir à II Liga é absolutamente imperioso tal como imperioso é  repensar serenamente e  com total objectividade  toda a filosofia de contratações para essa equipa (e para os sub 23)de molde a que ela possa, de facto, ser um apoio importante da primeira equipa como já foi no passado.
Mas voltarei ao assunto um destes dias.

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