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segunda-feira, outubro 19, 2020

Sugestão de Leitura

Aníbal Cavaco Silva teve sempre o bom hábito de depois de cessar funções públicas escrever livros nos quais prestava contas do que tinha feito, da razão das suas opções, das políticas que seguira e porque razão o fizera.
Assim foi depois de deixar o cargo de ministro das finanças em 1980, de primeiro ministro em 1995 e de Presidente da República em 2016 publicando várias obras sobre as funções que exercera.
Este livro que agora publica já não é bem um prestar de contas mas muito mais um recordar das funções desempenhadas, de algumas obras marcantes dos seus três governos e das razões ideológicas que nortearam a sua acção política.
Bem como da inspiração que Francisco Sá Carneiro para ele constituiu ao longo da sua vida pública.
A primeira parte do livro, a mais interessante porque aborda a fundamentação ideológica da sua acção governativa, descreve com algum detalhe princípios daquilo que considera como uma social democracia moderna e que passaram ,ao longo de dez anos, por matérias tão importantes como a concertação social, a protecção da saúde, a independência da comunicação social, a equidade na tributação de rendimentos, a igualdade de oportunidades, a defesa do ambiente e do ordenamento do território, a solidariedade e a justiça social, a economia de mercado e a iniciativa provada.
Na segunda parte recorda algumas obras e iniciativas importantes do seu governo como a conclusão da auto estrada Porto-Lisboa, o centro cultural de Belém, a Fundação de Serralves, o Alqueva, as pontes Vasco da Gama entre Loures e Alcochete e de S.João e Freixo entre Porto e Vila Nova de Gaia, a Via do Infante, a Expo 98, a erradicação de barracas em Lisboa e no Porto, a vinda para Portugal da Auto Europa, a ampliação do aeroporto Sá Canrneiro, o projecto das Aldeias Históricas entre outras obras marcantes e que mudaram o país para muito melhor.
Os dez anos de governo de Aníbal Cavaco Silva foram os melhores depois do 25 de Abril porque foram  aqueles em que Portugal mais se desenvolveu, prosperou e atenuou o seu crónico atraso face aos países mais desenvolvidos da Europa face às políticas social democratas que os executivos levaram a cabo.
E é particularmente importante recordá-lo porque posteriores governos do PSD  liderados por José Manuel Durão Barroso, Pedro Santana Lopes e Pedro Passos Coelho (este em especial) tiveram como prioridade quase absoluta recuperar o país do descalabro herdado das governações socialistas de António Guterres e José Sócrates (este em especial) e quando o conseguiram viram-se arredados do poder pelo golpe de estado patrocinado por Jorge Sampaio e pela geringonça de António Costa vendo-se assim impossibilitados de governarem num clima económico bem mais favorável do que aquele que encontraram.
E se o tivessem podido fazer acredito que Portugal estaria hoje bem melhor.
Depois Falamos.

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