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segunda-feira, outubro 05, 2020

Silêncios

Na passada semana, nunca será demais recordá-lo, o Vitória deu um passo importantissímo ao assegurar a compra da maioria das acções da SAD garantindo que no futuro será novamente senhor, por completo, do seu destino.
Foi um acto gestionário de Miguel Pinto Lisboa que marca de forma extraordinária o seu primeiro mandato e que provocou um enorme júbilo em toda a familia vitoriana.
Toda?
Quero crer que sim apesar de me confessar algo surpreso com alguns silêncios em torno do assunto vindos de "notáveis" (detesto o termo mas neste contexto é o mais explicativo) outrora sempre prontos a expressar a maior das alegrias quer porque se tinha vendido um jogador vinte e cinco tostões acima do então normal , se tinha dado um espirrozito após dúzias de engolidelas em seco, ou se tinha conquistado excepcionalmente o que noutros tempos era comum.
Neste momento importantissímo da vida do Vitoria em que um Presidente cumpriu a sua mais importante promessa eleitoral e "devolveu" a SAD ao clube, ou seja aos sócios, e merece por isso os maiores elogios ficaram calados de forma incompreensível.
Será que gastaram todos os elogios entre 2004 e 2019?
Ou nem querem que esses elogios sejam recordados por serem hoje comprometedores do discernimento de quem os preferiu?
Não sei.
Mas sei que há silêncios incomodativos.
Especialmente daqueles que dantes eram tão pródigos a elogiar, dos que tanto beneficiaram da imagem do clube através de uma associação forçada e pouco ética entre realidades distintas como o desporto e a política, dos que sempre encheram a boca (e páginas de Facebook e de jornais) com o que parecia um vitorianismo acima de suspeita e sem sombra de mácula.
Acredito que estamos todos satisfeitos com este momento histórico.
Mas não deixo de pensar que há uns mais satisfeitos que outros.
É a vida!

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