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quinta-feira, agosto 06, 2020

Rambo

Há personagens cinematográficas que são eternas ou quase.
Não estou a referir-me a James Bond, que esse é "vinho" de outra pipa, mas no presente caso a John Rambo a que Sylvester Stallone dá vida interpretando as aventuras e desventuras de um veterano do Vietname.
No primeiro filme, e para muitos o melhor de todos,  "A Fúria do Herói" assiste-se ao regresso do veterano de guerra mal recebido no seu próprio país, muito ao sabor das modas de então, que se vê obrigado a lutar pela vida face à perseguição policial (enfim, há quem diga que a História se repete ciclicamente) e em que as qualidades de combatente de Rambo ficam bem expressas.
É de 1982 e os traumas do Vietname ainda estavam bem presentes.
Como igualmente estavam no mais icónico filme da série, e que tornou o personagem conhecido a nível mundial, "Rambo" datado de 1985 e em que o veterano regressa ao Vietname para libertar prisioneiros de guerra americanos nas mãos dos vietnamitas e pelo caminho exterminar quantos lhe apareciam pela frente. Vietnamitas e soviéticos. 
Era então um tema muito "quente" nos Estados Unidos face às suspeitas, provavelmente verdadeiras, sobre o abandono de soldados americanos pelo seu próprio governo após a retirada do Vietname.
Foi um filme com um êxito colossal ao ponto de me recordar das excursões em autocarro que dos concelhos vizinhos se deslocavam a Guimarães para verem o filme no cinema S. Mamede. Uma loucura.
Hollywood é implacável com tudo e especialmente com o que dá dinheiro.
E por isso face ao sucesso desse filme Rambo foi "condenado" a ter que continuar a combater e no terceiro filme, "Rambo III" de 1988, o personagem ao sabor da geo política mundial foi combater os soviéticos num Afeganistão prestes a expulsá-los e com o sucesso de sempre pese embora ser talvez o pior dos cinco filmes.
Sim, cinco filmes.
Porque vinte anos depois, e quando se supunha que John Rambo gozaria uma merecida reforma, ei-lo que reaparece na Birmânia (Stallone já tinha então 62 anos) para ajudar uma missão humanitária ao mesmo tempo que ia dando cabo de mais uns mauzões.
Um "Rambo IV" com o protagonista sessentão foi uma experiência...estranha digamos assim.
Vi esse filme ana televisão, tal como o anterior porque no cinema apenas os dois primeiros, e percebendo os condicionalismos causados pela idade do protagonista achei um filme entretido e em que se recordavam algumas nas habilidades guerreiras do Rambo em idade de andar em guerras.
Mas não era o fim.
Porque o ano passado surge "Rambo-A Última Batalha" , com Stallone já nos seus setenta e três anos de idade, em que o velho guerreiro tem de travar um último combate contra traficantes de mulheres que operavam entre o México e os Estados Unidos como forma de vingar o rapto e a morte de uma jovem amiga.
Já retirado no seu rancho, onde chega nas últimas cenas de "Rambo IV" , o protagonista tem um combate final arrasador contra um exército privado dos referidos traficantes que na parte final do filme são eterminados um por um e alguns de forma bastante violenta.
Claro que Rambo não deixou os seus créditos por mão alheias e não houve um que escapasse!
Confesso que este filme, que vi num canal de cinema por estes dias, me tinha escapado na altura do lançamento e se não me tem aparecido casualmente num zapping à progrmação dos vários canais, era provável que não o tivesse sequer visto porque passou quase despercebido em termos noticiosos.
Foi o último, pelo menos assim se espera ,do personagem John Rambo que bem merece uma reforma definitiva depois de uma vida de tantos combates.
Depois Falamos.

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