Não sei, nem tenho de saber, se Ivo Vieira vai continuar como treinador do Vitória.
Diria que não mas é apenas um palpite.
Três meses atrás, mesmo discordando de algumas opções, considerava que ele fazia parte da solução e não do problema.
Hoje já tenho muitas dúvidas que assim seja.
Por três razões. Uma comunicacional, uma afectiva e outra técnica.
Em termos de comunicação não gostei dos recados que ele foi mandando à administração da SAD através da comunicação social. Até porque nalguns aspectos assentam em afirmações que não são verdadeiras. Como, por exemplo, dizer que nunca foi convidado a renovar.
Em termos de afectos, e isso vem desde o primeiro dia, acho que Ivo Vieira nunca "vestiu" totalmente a nossa camisola criando uma sintonia total com os adeptos. Como fizeram,por exemplo, Marinho Peres, Quinito, Manuel Cajuda e Rui Vitória que quando os interesses da equipa eram prejudicados davam a cara na sua defesa o que era reconhecido pelos adeptos.
Ivo, nessas situações, optou sempre por discursos enrolados, que não era carne nem peixe e que traduziam sempre uma preocupaçao com o amanhã.
Defendo que o treinador não deve, por regra, pronunciar-se sobre assuntos que são de esfera da direcção ou da SAD.
Mas quando se pronuncia, e isso deve ser a titulo excepcional, é bom que diga alguma coisa.
Em termos técnicos as decisões do treinador são cada vez mais difíceis de entender.
Ontem, num jogo claramente para ganhar, não arriscou rigorosamente nada que não fosse o baixar da qualidade da equipa.
Trar os três melhores avançados (Edwards, Davidson e Bruno Duarte) para meter três jogadores que não tem a mesma qualidade (Rochinha, Bonatini e Ola John) e o melhor marcador João Carlos Teixeira para lançar em estreia absoluta o jovem Elias Abouchabaka não me pareceu próprio de quem quisesse arriscar para vencer.
Para além de serem substituições exactamente por posição sem mudar nada em termos de estratégia de jogo.
Não sei se Ivo Vieira vai continuar repito.
Mas a sua continuidade dificilmente passaria da manutenção de um equívoco.
Depois Falamos
Você toca num ponto muito interessante em relação ao Ivo Vieira. Nota-se que é um trabalhador nato e um profissional de mão cheia, mas vai-se notando com o evoluir da sua carreira, que denota algumas limitações nas relações interpessoais e comunicacionais. É realmente visível que o Ivo Vieira não se compromete nada para lá do seu trabalho, tem dificuldades de relacionamento com direcções, problema que já vem de todos ou quase todos os clubes por onde passou. Num desporto colectivo e que mexe com as massas, muito mais em Guimarães, comunicar apenas com frases feitas pode ser fatal. Mas principalmente deixa à vista um treinador de "vistas curtas" e pouco flexível.
ResponderEliminarTecnicamente, mostra ainda muitas falhas no equilíbrio da equipa, o que esta época já nos custou bastantes pontos. Em contrapartida tem um futebol vertiginoso e atractivo que tanto apreciámos em Guimarães. No final da época fazemos o balanço, seria muito importante dar continuidade ao apuramento europeu.
Acho que a direcção nem precisa de fazer balanço final e já tomou a decisão. O Ivo Vieira não vai ficar, parece-me certo.
Pessoalmente, sem saber os contornos da relação com a direcção, pesando tudo que nos é dado a conhecer e perceber, gostava que ficasse.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarCreio que já estamos de acordo em praticamente tudo que referiu no seu comentário.
A divergência está apenas no desejo que manifesta em relação à continuidade de Ivo Vieira.
Também pensei assim durante muito tempo e tive até oportunidade de o escrever aqui no blogue meses atrás considerando que ele fazia parte da solução.
O tempo de paragem e os dois jogos já realizados fizeram-me contudo considerar que a sua continuidade podia transformar-se num equívoco.
Continua a cometer erros inexplicáveis nas substituições, continua a gerir mal o plantel e mantém um discurso que não diz nada a ninguém. Por outro lado creio que a SAD não está nada virada para continuar com ele e quando assim é mais vale romper a tempo. Acho que é um treinador com potencial, que pode fazer uma boa carreira mas para se treinar o Vitória é preciso ter mais qualquer coisa. Que ele não tem.