Páginas

quarta-feira, junho 10, 2020

Abrantes

É uma cidade da qual guardo algumas recordações já longinquas.
Conhecia Tomar, que fica perto, conhecia Torres Novas e o Entroncamento que não ficam longe, mas não conhecia Abrantes até ao dia em que lá fui colocado a prestar serviço militar no então Regimento de Infantaria de Abrantes.
Concluída a recruta e especialidade em Mafra, na Escola Prática de Infantaria, tocou-me em sorte ser colocado em Abrantes cidade onde nunca tinha ido.
Mas lá fui ter.
Recordando sempre que nesse primeiro dia fiz a viagem de carro (ao longo do serviço militar a maioria das viagens eram de comboio) e nos ultimos quilómetros, já depois de passada a barragem de Castelo de Bode, de ambos os lados da estrada lavrava um enorme incêndio típico dos meses de Verão (essa viagem foi em meados de Agosto) já nesse tempo.
Lá cheguei ao quartel, apresentei-me e instalei-me.
Estive lá apenas um mês uns dias mas gostei de lá estar.
O quartel tinha boas condições (incluindo duas piscinas o que naquela região é óptimo dado o calor que se faz sentir), instalações e refeições eram perfeitamente aceitáveis e o trabalho, em bom rigor, não era muito.
A meio da tarde saia-se do quartel, subia-se a enorme avenida que ligava ao centro da cidade e dava-se uma volta pelo centro para espairecer , beber umas cervejas e ver as vistas.
Uma ou outra vez ia-se jantar ao restaurante Pelicano (já não existe e o espaço é agora um pronto a vestir) onde se comia bastante bem e por preços adequados ao pré que os militares ao tempo recebiam e que era...escasso.
Bons tempos.
Azar o meu no início de Setembro fui transferido para Santa Margarida (para o BIMEC) que sendo lá perto não tinha nada a ver em termos de exigência de trabalho e menos ainda em termos de vida social como a que se fazia em Abrantes.
É certo que uma vez ou outra, juntamente com alguns camaradas de armas, ainda fui a Abrantes jantar ao Pelicano mas já não era bem a mesma coisa. 
Depois estive muitos anos sem ir para aqueles lados embora sempre que ouvia falar da cidade me lembrasse desse mês e uns dias que lá passei e dos quais guardo grata recordação.
Nos últimos anos tenho ido a Abrantes com alguma regularidade.
A cidade está maior, o quartel do Regimento de Infantaria agora pertence a uma unidade de Cavalaria, mas o centro histórico não está muito diferente daquele que percorria nos meus tempos de militar.
Como atrás escrevi já não há é o restaurante Pelicano que era a minha memória mais viva da cidade que conheci em 1981.
A vida não pára, as cidades e os negócios também não, uns fecharam e outros abriram.
Continuo a gostar de Abrantes.
Depois Falamos.

Sem comentários:

Enviar um comentário