Cobardia

Em tempo de crise tão grave como a provocada pelo covid-19 a Portugal só faltava mesmo a exibição de cobardia do primeiro ministro face às exigências do PCP. 

Já tinhamos visto uma primeira evidência disso,aquando do 1 de Maio, mas agora chegou a plena confirmação com a Festa do Avante. 

Todos sabemos que a referida festa é mais que um festival musical porque tem momentos políticos, de literatura, poesia, artesanato, gastronomia, etc. Isso nem se põe em causa. 

Mas o problema não está na natureza da festa mas sim, e apenas, no ajuntamento de milhares de pessoas que proporciona e que no actual ano vão contra todas, mas todas mesmo, as regras impostas pela DGS na luta contra a pandemia. 

Impostas à generalidade dos portugueses mas falta saber se como no 1 de Maio não haverá regras "cientificamente" adequadas à festa do Avante. 

E por isso quando, procurando justificar o injustificável, se vê um primeiro ministro de calças na mão , borrado de medo ao PCP, a dizer que as actividades politicas não estão proíbidas em Portugal tem que se dizer o seguinte:

As actividades desportivas também não estão proíbidas mas o campeonato da primeira liga vai acabar com jogos à porta fechada. 

As actividades musicais também não estão proíbidas mas os festivais de verão foram adiados ou cancelados.

As actividades religiosas também não estão proíbidas mas o ministro Cabrita ameaça com a polícia os peregrinos que quiserem ir a Fátima no 13 de Maio.

Entre muitos outros exemplos possíveis que servem para demonstrar que os ajuntamentos de pessoas tem de ser evitados a bem de todos. 

E por isso, mas apenas por isso, também a Festa do Avante não se devia realizar. 

E por isso se da parte do PCP não houver o bom senso de a adiar ou cancelar é de esperar que da cobardia governamental resulte a sua realização com tudo a monte e fé...na sorte porque Deus não é bem visto por aqueles lados. 

Em suma se a Festa do Avante se realizar aqueles que tanto se preocupam com a Constituiçao e com André Ventura terão um novo tema para se preocuparem seriamente. 

O racismo governamental que divide os portugueses em duas classes: Aqueles que tem de cumprir todas as leis e aqueles que estão acima da lei e fazem o que querem e lhes apetece. 

PCP e CGTP à cabeça.