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sexta-feira, abril 17, 2020

Brincadeira

Estou-me marimbando para as prioridades eleitorais do senhor Presidente da República.
Votei nele em 2016, não votarei nele em 2021, espero que cumpra o que lhe falta de mandato com a dignidade possível (pelas muitas amostras não vai ser fácil...) e se continuar na presidência a responsabilidade será de outros que não minha!
O meu voto não o ajudará alcançar a tão ambicionada percentagem superior à de Mário Soares em 1991 de certeza absoluta.
Tenho alguma pena, desde logo por alguma simpatia pessoal pelo cidadão Marcelo Rebelo de Sousa, porque isso significa que do meu ponto de vista foi um Presidente que não cumpriu as expectativas daqueles que o elegeram.
Por muitas razões, ao longo destes mais de quatro anos, que seria fastidioso estar a enumerar agora porque numerosas  mas se alguma dúvida tivesse o documento que prorrogou por mais quinze dias o estado de emergência seria a gota que faria transbordar o copo.
Porque quando se prolonga um estado de emergência mas se prevê uma excepção para fazer a vontade à CGTP, que quer festejar o 1 de Maio como se vivessemos num país sem pandemias (a brutal irresponsabilidade da CGTP nem comento porque dali nunca se pode esperar nada em termos de bom senso), isso mostra uma atitude impregnada de eleitoralismo num constante piscar de olho à esquerda cujos votos não quer perder.
Mas demonstra também um enorme desprezo pelos profissionais de saúde que há meses  arriscam a vida, pelos profissionais de vários ramos  que diariamente correm riscos de infecção para assegurarem serviços e fornecimentos vitais, pelas empresas, empresários e trabalhadores com a actividade suspensa e sem saberem qual o futuro, pelas famílias separadas pela pandemia , pelos idosos em lares sem visitas há mais de um mês, por todos os portugueses que estão fechados em casa há semanas respeitando as regras do estado de emergência com os inerentes prejuízos profissionais, pessoais e familiares.
Já todos conhecemos, de há muitos anos, a disposição para a brincadeira do senhor Presidente da República e em especial se a brincadeira for em conluio com o governo como tantos exemplos bem ilustram. Este documento e este estado de emergência a "brincar" é apenas mais um.
Não quero para o meu país um Presidente assim.
E por isso não votarei nele.
Depois Falamos.

P.S. Como é evidente a crítica que faço ao Presidente é extensível ao governo e aos partidos que no Parlamento aprovaram a extensão do estado de emergência com essa vergonhosa cláusula.
Em bom rigor estão todos muito bem uns para os outros. 

3 comentários:

  1. Talvez, essa cláusula bizarra, fosse a condição sine qua non para que o estado de emergencia fosse renovado.

    Pode ser que no 1º de maio vão à manifestação habitual, os lideres sindicais, o jerónimo, a catarina, a 1,5 de distancia uns dos outros a arrastar a tarja com um aumento dos salarios que sabe Deus como os empregadores os vão pagar.

    As vezes penso que estou a sonhar

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  2. Caro Sr. Luis Cirilo
    Se tivesse que legendar esta foto diria : dois palermas a disputar o 1º. lugar da palermice.

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  3. Caro Emanuel:
    Quem sabe... Com estes tipos tudo é possível.
    Quanto ao 1 de Maio é de esperar uma enorme irresponsabilidade que pode trazer nefastas consequências

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