Por estes dias de crise de saúde pública, que deixa muito pouco espaço para a política pura e dura, causou alguma agitação o facto de o partido Chega ter colocado nas ruas o outdoor que a imagem reproduz chamando a atenção para algmas das frases mais mediáticas do momento ditar por gente de grande responsabilidade.
Claro que como tudo que vem do Chega, a quem às vezes parece que tanto faz falar como ficar calado que a polémica em seu torno é garantida, mereceu logo violenta contestação de comentadores de direita, de centro e de esquerda parecendo apostados em ver qual deles ia mais longe na "excomunhão" de um partido que pelos vistos os incomoda a todos.
Militante que sou do Aliança, depois de o ter sido do PSD durante mais de quarenta anos, e certo que não voltarei a militar em qualquer outro partido devo dizer sobre este assunto o seguinte procurando não cair em apreciações radicais.
Há que distinguir neste outdoor a oportunidade do conteúdo.
A oportunidade parece-me francamente má, até no interesse objectivo do Chega, porque os tempos apelam muito mais à colaboração e à solidariedade do que ao combate político e um cartaz destes pode , de alguma forma, desiludir e até revoltar as pessoas contra o partido.
Por isso me parece uma oportunidade mal escolhida mas isso é problema do Chega e de mais ninguém.
Quanto ao conteúdo, reiterando que a oportunidade é má, parece-me corresponder à realidade daquilo que a que temos assistido, ou seja, uma frase do presidente da República garantindo que não haveria mentiras enquanto o primeiro ministro e a directora geral da saúde veem reproduzidas frases que se revelaram como mentiras.
E portanto se a oportunidade é um passo em falso o conteúdo é verdadeiro e nesse aspecto o Chega aproveitou bem o contraste entre o que disseram os retratados.
Depois Falamos
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