Da fé no ex lider, na sua liderança, no dogmatismo absoluto das suas decisões.
Mas depois o ex lider ganhou as eleições no país mas perdeu o governo na "bolha" lisboeta em que tudo se decide e ficou claro que a curto prazo se iria embora porque não estava, nunca esteve, agarrado a nada.
E a fé foi afrouxando e as "antenas" entraram em velocidade máxima tentando captar quem seria o novo líder merecedor de uma fé tão absoluta como no anterior.
Lá o descobriram.
E embora a liderança, o estilo, a eficácia eleitoral estivessem nos antipodas do ex lider o dogmatismo com que passaram a ser guardiães da nova fé não temia comparações com tantos "rasgar de vestes" na defesa da antiga.
E em nome dela, e do actual líder, passaram a estar sempre prontos a negar o ex lider como Pedro negou Cristo. E por razões não muito diferentes em boa verdade.
Conhecedores da velha máxima de "rei morto ,rei posto" eles estão sempre com o "rei" posto. Alguns com grande capacidade de adaptação, chamemos-lhe assim, já mudaram de "rei" mais vezes do que mudam de camisa mas isso são detalhes que não os incomodam especialmente se o novo "rei" os receber como se fossem virgens impolutas em matério de contorcionismo.
Por estes dias o actual líder foi a um programa televisivo supostamente de humor.
E permitiu entre sorrisos muito bem dispostos que o humorista em perda se referisse ao legado do ex líder como um vírus (num tempo em que brincar com vírus não tem seguramente piada nenhuma) e ainda ajudou à festa referindo-se aos que lealmente (esses sim!) ajudaram o ex-lider num combate dificílimo por Portugal, num tempo em que alguns andavam de braço dado com os adversários desse combate, como uma pandemia interna que ele próprio andava a combater.
Perante este conjunto de alarvidades, que seguramente incomodaram muitos que nem do partido fazem parte mas tem respeito e gratidão pelo trabalho do ex líder enquanto primeiro-ministro, que fizeram os tais que até 2015 "matariam" por muito menos quem ousasse referir-se ao ex líder de forma menos correcta?
Ficaram calados como é evidente. Não houve um, que se saiba, que tivesse a dignidade de se demarcar daquele momento patético e ofensivo de uma memória que devia ser colectivamente preservada.
É preciso uma enorme cara de pau para aceitarem isso sem esboçarem uma reacção, esgrimirem um gesto digno, marcarem o respeito por si próprios.
Um que fosse!
É preciso uma enorme cara de pau para aceitarem isso sem esboçarem uma reacção, esgrimirem um gesto digno, marcarem o respeito por si próprios.
Um que fosse!
Mas a carne é fraca e as cadeiras do Parlamento muito confortáveis.
O resto é treta.
Depois Falamos.
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