Num momento tão difícil como aquele que o mundo vive é opinião praticamente generalizada que os tempos são muito mais de solidariedade e entreajuda do que do combate político normal em democracias.
Tem sido também essa a perspectiva dos partidos políticos em Portugal que tem deixado para segundo plano o contraditório, embora razões não faltem, em prol de um clima de unidade que ajude a ultrapassar a crise.
Tem sido também essa minha posição, quer aqui no blogue quer no Facebook, embora essa atitude me valha alguns engolir em seco face a coisas que vou vendo e ouvindo a responsáveis políticos que infelizmente não estão à altura da gravidade dos acontecimentos.
Mas tudo tem um limite.
E quando vejo num telejornal da TVI o primeiro ministro a mentir descaradamente, negando uma realidade que infelizmente é conhecida de todos, percebo que há gente com quem não se pode ter contemplações nem mesmo em alturas de crise.
Até agora não faltou nada diz o senhor António Costa com aquela desfaçatez que o torna caso único no actual panorama político.
Nem mácaras? Nem ventiladores? Nem material de protecção para os profissionais de saúde? Nem camas de hospital? Nem médicos e enfermeiros? Nem uma prevenção atempada e uma fiscalização de fronteiras eficaz? Nada?
Faltou tudo isso e falta muito mais.
Falta vergonha na cara ao primeiro ministro, por exemplo, que no auge da mais grave crise de saúde pública de que há memória não tem pejo em mentir descaradamente mais preocupado com a sua imagem e com a imagem do governo do que com dizer a Verdade ao país.
Falta uma ministra da saúde com outro gabarito, um ministro da administração interna com outra competência, uma directora geral da saúde que seja mais do que o principal motivo do anedotário nacional dos últimos dias.
Sim, também falta um verdadeiro primeiro ministro.
Que ponha Portugal á frente do seu partido, que não pense nos cidadãos apenas como eleitores, que respeite o sofrimento de tantos que não estão a ter os cuidades de saúde que deviam.
António Costa protagonizou hoje um momento lamentável de baixa política que Portugal não merecia.
Quer quer ser respeitado dá-se ao respeito.
Depois Falamos.
Também não podemos exagerar ... daqui a umas semanas vamos olhar para trás e ver estes dias em que, quando comparado com a situação que estará em vigor, na prática nada faltou!!!
ResponderEliminarEsta crise deixa bem clara (não querendo ofender ninguém) a qualidade dos politicos que detêm o poder em grande parte do planeta (se na América, norte ou sul, já se sabia, na Europa cai a máscara a grande parte dos governos).
ResponderEliminarSe por um lado percebo a dificuldade e o tamanho do desafio que se levantou, por outro entendo que só se candidata quem tem confiança e vontade de abraçar qualquer cenário, bom ou mau.
Neste momento, mais que políticos veêm-se Homens com coragem, que entre salvar uma vida humana ou o resto da carreira politica, não podiam hesitar. Se o suicidio politico é o caminho, que seja, mas que fiquem conhecidos pelas vidas, não pelos euros que pouparam.
Se é certo que a classe politica (sim generalizo porque acredito que os bons são exceção) é o que é, também é fácil aferir o que nós enquanto sociedade somos quando permitimos que aos "maus" sucedam sistematicamente iguais ou piores.
O mundo precisa urgentemente de mudança, mas sobretudo que os melhores, os bons se cheguem à frente e afastem quem não sabe, não quer e não pode.
Caro MF
ResponderEliminarNão se trata de exagerar. Trata-se de falar verdade ou MENTIR . Não adianta tentar dourar a pílula. É triste como há quem ponha o facto de ser boy à frente de ter caracter...
Caro MF:
ResponderEliminarCreio que a carta enviada a António Costa pelos bastonários das Ordens do Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos responde cabalmente á sua questão. Porque o acusam de mentir. E eles tem um conhecimento de causa incomparável.
CaroM Rodrigues:
Estou globalmente de acordo consigo.O mundo tem hoje uma brutal falta de liderança. Agravada pelo factos de algumas das maiores potências mundiais serem governadas por demagogos incompetentes e perigosos na sua ignorância. Tenhamos esperança que esta crise mundial contribua de alguma forma para que as coisas mudem. A seu tempo se saberá.
Caro Anónimo:
Exactamente. E António Costa mentiu. E isso não tem perdão.