Encerrada a janela europeia de Janeiro, pese embora noutras paragens ela continue aberta com tudo que de bom e de mau isso possa encerrar, é tempo de fazer um balanço do que ela representou para o Vitória em termos de plantel.
Começando pelas saídas, definitivas ou temporárias, foram em número de seis.
Guedes, André Pereira, Musrati, Tapsoba, Rafa Soares e Miguel Oliveira.
Em minha opinião umas bem e quase todas mal como a seguir tentarei explicar dentro daquilo que é a minha visão do plantel do clube e das aspirações que a valia desse plantel permite alimentar, ou não, face aos objectivos.
Sobre Guedes já disse, por várias vezes, que considero o seu empréstimo um claro erro do qual o Vitória ainda se poderá lamentar amargamente se a veia goleadora dos pontas de lança que ficaram continuar a ser o que (não) é. Ainda por cima quando em Janeiro não chegou ninguém para o lugar.
André Pereira é uma saída justificada. Rendimento discreto, jogador emprestado sem clausula de opção, peso salarial provavelmente com algum significado, nada a opor à saída.
Musrati causa perplexidade. Jovem, com potencial, bastante utilizado nos primeiros meses, não terá sido possível renovar o contrato que expira no fim da época. Assim sendo percebia-se uma cedência (não era um jogador absolutamente indispensável) mas nunca a um clube que vai à nossa frente e que connosco disputa um lugar europeu. Salvo se existirem contrapartidas futuras que no momento são desconhecidas. Mas mesmo assim é reforçar um adversário numa luta que é agora e não no futuro.
Tapsoba é a saída mais polémica e que tem grandes defensores e grandes críticos.
Estava a ser o melhor jogador da equipa, com um rendimento tão elevado quanto constante, era até o seu melhor marcador embora defesa central e um jogador daqueles que não engana.
Significou a maior transferência de sempre do Vitória embora dos dezoito milhões de euros não se saiba exactamente quanto fica no clube porque há, pelo menos, a parte do empresário, do Leixões enquanto clube formador e mais aquelas despesas que sempre aparecem o que significa que o Vitória ficará com doze/treze milhões na melhor das hipóteses mais uma percentagem do passe que ainda pode vir a ser interessante se ele se valorizar no Bayer Leverkusen como é expectável.
Friamente creio que não sendo um negócio excepcional foi ,ainda assim, um bom negócio.
É um jogador com apenas seis meses de primeira divisão, com boas prestações no periférico campeonato português e na Liga Europa, jogando num clube que não é um grande exportador (quer em quantidade quer em valor das transferências que excepto as de Bebe e Bernard foram sempre modestas) e por isso creio que seria difícil obter muito mais.
Até porque, pelos vistos, o jogador queria sair de qualquer forma.
Rafa Soares é difícil de perceber a não ser na lógica de poupar em salários o que a meio do campeonato encerra perigos vários. Frequentemente utilizado, quer a lateral quer em posições mais adiantadas, oferecia várias soluções ao treinador. Sai por empréstimo com clausula para ser substituído por um jovem brasileiro que vem emprestado também com clausula. Veremos se o que se poupa em dinheiro não dá prejuízo no resto.
Miguel Oliveira é um empréstimo, sem clausula , perfeitamente justificado. Um guarda redes da sua idade precisa de jogar e não de ser consecutivamente terceira opção para uma posição em que por jogo (salvo circunstancias excepcionais) só joga um de cada vez. Seguramente que se as coisas lhe correrem bem na próxima época voltará para discutir a titularidade.
Quanto a entradas são quatro.
Suliman, Ouattara, Elias e Mascarenhas. Vindos de Inglaterra, França, Alemanha e Brasil respectivamente. Central, extremo, médio ofensivo e lateral esquerdo por posições no terreno.
Todos jovens, todos sem qualquer experiência de primeira divisão nos países de onde vieram, todos sem conhecerem o futebol português, o nosso campeonato e o próprio Vitória.
Quatro jovens com potencial, mas com as interrogações que as suas idades e percursos permitem, que vão precisar de algum tempo de adaptação à nova realidade e que portanto dificilmente serão verdadeiros reforços no curto prazo.
O que em Janeiro é "trágico" especialmente numa equipa que viu partir jogadores feitos e perfeitamente integrados na nossa realidade competitiva.
Estes foram os que vieram. Não veio, ao contrário do que toda a gente esperava e a equipa necessita, o tal ponta de lança que marque os golos que Bonatini e Bruno Duarte ainda não marcam e que João Pedro marcará ou não.
Por tudo o atrás exposto não é possível tirar outra conclusão que não seja a de que o Vitória sai de Janeiro mais fraco, com menos soluções, com as suas hipóteses de apuramento europeu diminuídas face a uma concorrência que não abordou o mercado com a mesma perspectiva e que portanto fará uma segunda volta mais bem apetrechada do que fez a primeira.
Infelizmente nada que seja novidade e a que os vitorianos não estivessem (mal) habituados.
Depois Falamos
P.S. É evidente que o Vitória ontem anunciou mais jogadores mas creio que para a equipa B ou para os sub 23. De qualquer forma registam-se os nomes à espera de boas surpresas.
Os portugueses Celton Biai e Iuri Tavares, o suíço Emir Can Tombul, o francês Jason Bahamboula e o chinês Chung Suwon Won.
Para lá de João Santos, português contratado ao Belenenses, que chegou há três semanas e já começou a "facturar" dando boas indicações para o futuro.
Para lá de João Santos, português contratado ao Belenenses, que chegou há três semanas e já começou a "facturar" dando boas indicações para o futuro.
Posições diferentes de ver um mercado.
ResponderEliminar"Trágico" era para além da saída lógica do Tapsoba. Era um suicido não aceitar um proposta do mesmo quando não temos arcaboiço financeiros para aguentar este tipo de propostas, logo é lógica a sua transferência e foi um bom negócio!
Rafa Soares era alternativa para def.Esq só jogou noutras posições quando faltavam soluções por lesão ou castigo.
Convém verificar que estamos só remetidos ao campeonato o Florient fará os jogos quase todos como fez na primeira volta. Aceito que ficamos mais fragilizados teoricamente nessa posição, porque não vimos jogar o Mascarenhas!
Em relação aos restantes, estamos a falar dos suplentes dos suplentes em condições normais (lesões) alguns deles nem faria os jogos que fizeram.
Resumindo o plantel ficou mais fraco, óbvio saiu o Tapsoba que é só o melhor central, mas era inevitável e foi um bom negócio. O restante era suplente e suplentes dos suplentes e isto que é uma "tragédia"?! No onze perdemos 1 jogador Tapsoba e no banco de suplentes Rafa Soares e o restante perderam o lugar nos camarotes. Mas o lógico para os sábios é ter um plantel 32 jogadores.
Gostaria eu de me habituar a ver o meu clube a fazer transferência no molde do Tapsoba. Mas pronto -"Infelizmente nada que seja novidade e a que os vitorianos não estivessem (mal) habituados".
Caro Bruno:
ResponderEliminarTemos de facto visões diferentes do mercado e do futebol.
Tapsoba tinha um contrato livremente assinado com o clube no qual se previa uma clausula de rescisão de 50 ME. Não vou discutir o valor apenas constato que foi o que as partes acordaram.E no meu modesto entendimento da vida em sociedade os contratos são para cumprir. E não vale a pena argumentar-se contra isto porque é uma posição de princípio que sempre tive. Portanto se o Vitória o quisesse manter o clube interessado ou pagava os 50 ME ou o jogador ficava.
O Vitória quis negociar abaixo da clausula como era seu direito , chegou a um acordo que considerou satisfatório, o jogador saiu e o plantel naquela posição ficou muito mais fraco. Quanto ao Florent e ao Rafa Soares o primeiro fez treze jogos na Liga e o segundo dez o que indicia uma utilização regular de ambos com o detalhe de o Rafa ter 24 anos e o Florent 29. Do Mascarenhas sei apenas que em 2019 fez oito jogos no Fluminense e que estava lesionado. Você diz que o Florent fará os jogos quase todos mas isso é apenas uma vontade que pode não ser realidade. Basta uma lesão como o Joseph ou o Wakaso e ficamos com dois sérios problemas na defesa. Quanto aos outros o Musrati com quinze jogos feitos e 1200 minutos de utilização não seria propriamente um cliente dos camarotes como você diz sem qualquer sustentação factual. O Andre´Pereira foi bem ido mas o Guedes não e foi precisamente a sua não utilização que nunca foi explicada pelo treinador face ao fraco rendimento dos outros pontas de lança. Quanto aos "´sabios" registo a sua critica à SAD e ao treinador. Foram eles que construiram um plantel com 32 jogadores que é obviamente um absurdo. Especialmente quando nele permanencem jogadores como o Touré e o Ola John.
Quanto à minha frase que cita vejo que não a entendeu embora não fosse difícil.O que eu disse é que saimos de Janeiro mais fracos. O que tem sido habitual nos últimos anos. Infelizmente